Auto salvamento
Assisti a um filme surpreendentemente bom ontem, chamado "Anjos da Vida - Mais bravos que o mar", trama que mostra a história de um salva vidas da Guarda Costeira dos Estados Unidos que, após um acidente (resgate mal sucedido) em que perdeu seu colega e amigo, foi convidado para treinar "pretensos" salva-vidas. Um veterano talentoso, praticamente um mito dentre os salva-vidas, ensinando jovens afoitos em aprender e se tornarem profissionais excelentes.
Kevin Costner é o veterano e Ashton Kutcher o jovem que se destaca por quebrar os recordes nos treinamentos. Enfim, o filme é excelente e o final bastante emocionante. Uma das cenas que mais me chama a atenção é quando o personagem de Costner responde a pergunta de Jake Fischer, personagem interpretado por Kutcher, que desejava saber quantas foram as vidas que o mestre salvou, vez que se falava em 200 e 300 pessoas.
A resposta, bastante interessante foi "foram 22", o jovem, boquiaberto indagou se não tinha sido 200 ou 300 como diziam os boatos, momento em que o salva vidas experiente respondeu: "Vinte e dois foram as vidas que perdi", enfim, aqueles que não conseguiu salvar. Para quem trabalha e vive para salvar vidas em alto mar, bem como para os que vivem para resgatar pessoas, os dados mais marcantes e desconcertantes são os dos que não ficaram neste mundo, enfim, dos que não conseguiram salvar.
Bem, esta é a realidade para os que vivem para salvar a vida alheia, não para a maioria das pessoas que vivem para se salvar neste mundo em que muitos valores estão se esvaindo, mas que, possui muitas outras graças. Enfim, o ser humano que deseja ser feliz na vida deve aprender a colocar na balança o que lhe ocorre, colocando porém, mais peso na estima pelo que de bom lhe aconteceu.
Sempre irão existir acontecimentos que nos magoam, até quem mais amamos e que nos ama poderão nos ferir de alguma forma. Sempre existirão os mentirosos, interesseiros, as pessoas falsas, os homens sem brio, os indivíduos que não respeitam a liberdade e a vida alheia, por outro lado, sempre existirão pessoas boas, corajosas, amorosas, honestas que estão em nossas vidas como jóias raras a brilhar demonstrando que viver vale a pena, são como benesses da vida em nossos caminhos.
Se salvar neste mundo significa muito mais que existir na realidade, que respirar e trabalhar sem sentir prazer em viver, significa ter paz, alegria de viver, felicidade no coração e tranqüilidade na alma, embora a vida não seja um mar de rosas. Assim, o homem que quer se salvar no mundo tem que dar valor ao bem que faz e às benesses que recebeu e não aos prejuízos e sofrimentos que teve. Melhor ainda se conseguir compreender que sofrimento traz aprendizado, e, enfim, que tudo vale a pena, já diria Fernando Pessoa, quando a alma não é pequena. (Saber viver, é, de fato, atributo das almas grandiosas).
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de setembro de 2007.
Assisti a um filme surpreendentemente bom ontem, chamado "Anjos da Vida - Mais bravos que o mar", trama que mostra a história de um salva vidas da Guarda Costeira dos Estados Unidos que, após um acidente (resgate mal sucedido) em que perdeu seu colega e amigo, foi convidado para treinar "pretensos" salva-vidas. Um veterano talentoso, praticamente um mito dentre os salva-vidas, ensinando jovens afoitos em aprender e se tornarem profissionais excelentes.
Kevin Costner é o veterano e Ashton Kutcher o jovem que se destaca por quebrar os recordes nos treinamentos. Enfim, o filme é excelente e o final bastante emocionante. Uma das cenas que mais me chama a atenção é quando o personagem de Costner responde a pergunta de Jake Fischer, personagem interpretado por Kutcher, que desejava saber quantas foram as vidas que o mestre salvou, vez que se falava em 200 e 300 pessoas.
A resposta, bastante interessante foi "foram 22", o jovem, boquiaberto indagou se não tinha sido 200 ou 300 como diziam os boatos, momento em que o salva vidas experiente respondeu: "Vinte e dois foram as vidas que perdi", enfim, aqueles que não conseguiu salvar. Para quem trabalha e vive para salvar vidas em alto mar, bem como para os que vivem para resgatar pessoas, os dados mais marcantes e desconcertantes são os dos que não ficaram neste mundo, enfim, dos que não conseguiram salvar.
Bem, esta é a realidade para os que vivem para salvar a vida alheia, não para a maioria das pessoas que vivem para se salvar neste mundo em que muitos valores estão se esvaindo, mas que, possui muitas outras graças. Enfim, o ser humano que deseja ser feliz na vida deve aprender a colocar na balança o que lhe ocorre, colocando porém, mais peso na estima pelo que de bom lhe aconteceu.
Sempre irão existir acontecimentos que nos magoam, até quem mais amamos e que nos ama poderão nos ferir de alguma forma. Sempre existirão os mentirosos, interesseiros, as pessoas falsas, os homens sem brio, os indivíduos que não respeitam a liberdade e a vida alheia, por outro lado, sempre existirão pessoas boas, corajosas, amorosas, honestas que estão em nossas vidas como jóias raras a brilhar demonstrando que viver vale a pena, são como benesses da vida em nossos caminhos.
Se salvar neste mundo significa muito mais que existir na realidade, que respirar e trabalhar sem sentir prazer em viver, significa ter paz, alegria de viver, felicidade no coração e tranqüilidade na alma, embora a vida não seja um mar de rosas. Assim, o homem que quer se salvar no mundo tem que dar valor ao bem que faz e às benesses que recebeu e não aos prejuízos e sofrimentos que teve. Melhor ainda se conseguir compreender que sofrimento traz aprendizado, e, enfim, que tudo vale a pena, já diria Fernando Pessoa, quando a alma não é pequena. (Saber viver, é, de fato, atributo das almas grandiosas).
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de setembro de 2007.