Mania de confiar
Tem gente que leva uns sopapos da vida, mas não perde a esperança. Eu, ao menos não perco a mania de apostar nas pessoas, de confiar nelas. Não sei por que, mas há alguns anos trás eu era muito mais “desconfiada” do que sou hoje, na verdade não tenho mais tal “característica”.
Antes eu dizia que “confio desconfiando”, hoje digo que confio de coração nas pessoas que presumo serem confiáveis, e, ainda que eu chegue a me enganar não consigo generalizar e passar a desconfiar de todos.
Amadureci, cresci. Deixei de ser insegura, ciumenta e tola. Hoje confio muito mais em mim do que em outros tempos, e, também confio mais em quem desperta bons sentimentos em meu coração que esta muito mais leve e ciente do que deseja do que na época em que desconfiava demais.
Não tenho medo de me decepcionar, mas sim de me tornar aquele tipo de gente “ranzinza” que desconfia de tudo e de todos cavando a cova de sua própria solidão, afinal o homem que se acostuma com ela esta morto e não sabe.
Não vislumbro a possibilidade de ser feliz sem ter esperança de que existam pessoas realmente sinceras e honestas no mundo. Viver desconfiando, temer a tudo e à todas atitudes alheias não é viver, mas dar um passo a mais por dia rumo à morte.
Rumo à solidão, aos recalques, à infelicidade, porque uma pessoa que desconfia demais é insegura, e pessoas inseguras não conseguem ser, realmente, felizes na vida. Elas existem, apenas, não vivem realmente.
Eis que a única espécie de gente em quem não confio mais é naquela que se apregoa “desconfiada”. Quem desconfia demais tem dor na consciência ou demasiada insegurança - tanto uma como outra são características de quem não merece a companhia de alguém de alma limpa e pura.
Detesto afirmativas categóricas (“categoricamente estúpidas”) tipo: “Nenhum homem é sincero”, “Mulher é interesseira”, “Todos os homens traem”. São o cúmulo da característica de quem nem em si mesmo confia e por isso desconfia das pessoas do sexo oposto, transformando a própria vida afetiva numa selva onde todos são mal julgados.
Eu não deixo de confiar no amor, no bom caráter do bom homem, na boa índole das boas mulheres. Na fidelidade de quem ama e daquele que é bem “servido” de parceira, acredito que as virtudes superam os defeitos quando as pessoas gostam realmente uma das outras, creio, pois que a verdade impere nessas circunstâncias.
Toda generalização é burra sendo que a “estigmatização sexista” conduz às pessoas rumo à introspecção, rumo à solidão e ao desamor. Eu acredito no amor, nas pessoas e nas suas virtudes. Nem todos merecem minha confiança, mas jamais irei generalizar tal fato. Caio, levanto, ando, mas não desisto de olhar para frente, com esperança e autoconfiança.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de outubro de 2006.
Tem gente que leva uns sopapos da vida, mas não perde a esperança. Eu, ao menos não perco a mania de apostar nas pessoas, de confiar nelas. Não sei por que, mas há alguns anos trás eu era muito mais “desconfiada” do que sou hoje, na verdade não tenho mais tal “característica”.
Antes eu dizia que “confio desconfiando”, hoje digo que confio de coração nas pessoas que presumo serem confiáveis, e, ainda que eu chegue a me enganar não consigo generalizar e passar a desconfiar de todos.
Amadureci, cresci. Deixei de ser insegura, ciumenta e tola. Hoje confio muito mais em mim do que em outros tempos, e, também confio mais em quem desperta bons sentimentos em meu coração que esta muito mais leve e ciente do que deseja do que na época em que desconfiava demais.
Não tenho medo de me decepcionar, mas sim de me tornar aquele tipo de gente “ranzinza” que desconfia de tudo e de todos cavando a cova de sua própria solidão, afinal o homem que se acostuma com ela esta morto e não sabe.
Não vislumbro a possibilidade de ser feliz sem ter esperança de que existam pessoas realmente sinceras e honestas no mundo. Viver desconfiando, temer a tudo e à todas atitudes alheias não é viver, mas dar um passo a mais por dia rumo à morte.
Rumo à solidão, aos recalques, à infelicidade, porque uma pessoa que desconfia demais é insegura, e pessoas inseguras não conseguem ser, realmente, felizes na vida. Elas existem, apenas, não vivem realmente.
Eis que a única espécie de gente em quem não confio mais é naquela que se apregoa “desconfiada”. Quem desconfia demais tem dor na consciência ou demasiada insegurança - tanto uma como outra são características de quem não merece a companhia de alguém de alma limpa e pura.
Detesto afirmativas categóricas (“categoricamente estúpidas”) tipo: “Nenhum homem é sincero”, “Mulher é interesseira”, “Todos os homens traem”. São o cúmulo da característica de quem nem em si mesmo confia e por isso desconfia das pessoas do sexo oposto, transformando a própria vida afetiva numa selva onde todos são mal julgados.
Eu não deixo de confiar no amor, no bom caráter do bom homem, na boa índole das boas mulheres. Na fidelidade de quem ama e daquele que é bem “servido” de parceira, acredito que as virtudes superam os defeitos quando as pessoas gostam realmente uma das outras, creio, pois que a verdade impere nessas circunstâncias.
Toda generalização é burra sendo que a “estigmatização sexista” conduz às pessoas rumo à introspecção, rumo à solidão e ao desamor. Eu acredito no amor, nas pessoas e nas suas virtudes. Nem todos merecem minha confiança, mas jamais irei generalizar tal fato. Caio, levanto, ando, mas não desisto de olhar para frente, com esperança e autoconfiança.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de outubro de 2006.