A sabedoria e o amor
Às vezes eu mesma me pergunto por que gosto tanto de falar, de escrever sobre o amor. O amor é a força motriz da vida humana, já afirmei este fato. Só quem já amou alguém, quem já se relacionou ou talvez, já confundiu paixão, desejo, carinho, e até mesmo “costume” com amor, sabe da importância de tal palavrinha de quatro letras no quadro de nossa vida - ela torna o fundo negro, algo mais claro, mais iluminado.
Pode um homem ter mil mulheres, fortuna avaliada em milhões, pode uma mulher ter inteligência fenomenal, um corpo magnífico e um rosto perfeito, pode ela ter todos os homens a seus pés, tudo muda depois de ter apenas alguém: Um amor para chamar de seu.
Existem definições magníficas para o amor, e o Rogério Flausino, vocalista da banda mineira Jota Quest foi extremamente feliz ao afirmar: “Amar não é ter que ter sempre certeza, é aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém e poder ser você mesmo e não precisar fingir, É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir (...) Já pensei em te largar já olhei tantas vezes pro lado, mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos.”
O amor às vezes assusta, assusta por ser inexplicável. Você pode explicar a beleza de seu amado, as virtudes que ele possui, os defeitos que têm, mas, no fundo, não consegue explicar o porque o ama, o porque ficar longe dele, o porque romper os laços é tão dificil, praticamente impossivel. O porque do “tentar esquecer e não conseguir fugir”.
Todavia, tudo se torna mais simples quando a gente entende a primeira frase do estrofe da música, ou seja, o amor não requer certezas constantes, mas deve trazer consigo uma: A de que amar alguem implica em compreender que o amado não é perfeito, (você também não) e que, ninguém deve caber no outro- as pessoas devem somar, e não se “perfectibilizar” como amendoin no melado.
As diferenças existem e devem ser respeitadas, porque é através delas que ambos podem crescer- um sempre tem algo a ensinar ao outro. O relacionamento a dois é a síntese mor da vida em sociedade, mas agraciada com o maior dote que os deuses nos lançaram- o amor.
“Feitos um para o outro” é frase mais afim com o romantismo do que com o amor. As pessoas são românticas, o amor não. O amor se conjuga no presente- a gente não perde um amor de verdade, a gente deixa passar pseudo-amores, o amores verdadeiros são reais, estão no hoje, sentados no nosso sofá, dormindo na nossa cama, ou reclamando de alguma coisa- mas estão ali, ao nosso lado.
Todavia, se estiverem apenas em nosso pensamento é porque andou nos faltando coragem para vive-lo intensamente, paciencia para nutri-lo, para ir busca-lo, porém se houver eco no coração do outro, sempre há tempo: As oportunidades são criadas, basta querer.
Ao nosso lado esta nosso amor do presente: nos fazendo felizes por existirem, por sorrirem, por nos olharem ternamente. Pessoas, pessoas como nós, capazes de ser extremamente chatas e irritantes às vezes, mas independente disso, amadas. Inexplicavelmente amadas e queridas. Sua presença nos faz falta, sua falta nos maltrata, nos tortura e nos torna mais irritados do que ficamos frente às brigas tolas.
Gosto e sempre vou falar de amor. Nasci em meio ao amor, “amada Cláudinha” esta escrito no meu primeiro álbum que “a mamãe formou, sempre com a ajuda do papai”. Minha mãe escreveu isso, e segue a vida me amando, o “papai” já não esta a seu lado, mas o amor entre eles foi real, triste é o fim, é ver que as traças da falta de zelo, de cultivo, de presença e de honestidade plena podem acabar com o que de mais precioso um homem pode construir.
Todo fim leva de nós um pouco de vida (porque viver é sonhar, é planejar), mas trás a força e a descoberta de que ter amor próprio é uma questão de sobrevivencia. O amor por si só não nos dá um atestado de eternidade, ele é um mistério que requer a sabedoria como aliada. Apenas os sábios conseguem aprender a se relacionar e a cultivar um relacionamento, e, consequentemente a manter o amor vivo mesmo diante das intempéries da vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de abril de 2007.
Às vezes eu mesma me pergunto por que gosto tanto de falar, de escrever sobre o amor. O amor é a força motriz da vida humana, já afirmei este fato. Só quem já amou alguém, quem já se relacionou ou talvez, já confundiu paixão, desejo, carinho, e até mesmo “costume” com amor, sabe da importância de tal palavrinha de quatro letras no quadro de nossa vida - ela torna o fundo negro, algo mais claro, mais iluminado.
Pode um homem ter mil mulheres, fortuna avaliada em milhões, pode uma mulher ter inteligência fenomenal, um corpo magnífico e um rosto perfeito, pode ela ter todos os homens a seus pés, tudo muda depois de ter apenas alguém: Um amor para chamar de seu.
Existem definições magníficas para o amor, e o Rogério Flausino, vocalista da banda mineira Jota Quest foi extremamente feliz ao afirmar: “Amar não é ter que ter sempre certeza, é aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém e poder ser você mesmo e não precisar fingir, É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir (...) Já pensei em te largar já olhei tantas vezes pro lado, mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos.”
O amor às vezes assusta, assusta por ser inexplicável. Você pode explicar a beleza de seu amado, as virtudes que ele possui, os defeitos que têm, mas, no fundo, não consegue explicar o porque o ama, o porque ficar longe dele, o porque romper os laços é tão dificil, praticamente impossivel. O porque do “tentar esquecer e não conseguir fugir”.
Todavia, tudo se torna mais simples quando a gente entende a primeira frase do estrofe da música, ou seja, o amor não requer certezas constantes, mas deve trazer consigo uma: A de que amar alguem implica em compreender que o amado não é perfeito, (você também não) e que, ninguém deve caber no outro- as pessoas devem somar, e não se “perfectibilizar” como amendoin no melado.
As diferenças existem e devem ser respeitadas, porque é através delas que ambos podem crescer- um sempre tem algo a ensinar ao outro. O relacionamento a dois é a síntese mor da vida em sociedade, mas agraciada com o maior dote que os deuses nos lançaram- o amor.
“Feitos um para o outro” é frase mais afim com o romantismo do que com o amor. As pessoas são românticas, o amor não. O amor se conjuga no presente- a gente não perde um amor de verdade, a gente deixa passar pseudo-amores, o amores verdadeiros são reais, estão no hoje, sentados no nosso sofá, dormindo na nossa cama, ou reclamando de alguma coisa- mas estão ali, ao nosso lado.
Todavia, se estiverem apenas em nosso pensamento é porque andou nos faltando coragem para vive-lo intensamente, paciencia para nutri-lo, para ir busca-lo, porém se houver eco no coração do outro, sempre há tempo: As oportunidades são criadas, basta querer.
Ao nosso lado esta nosso amor do presente: nos fazendo felizes por existirem, por sorrirem, por nos olharem ternamente. Pessoas, pessoas como nós, capazes de ser extremamente chatas e irritantes às vezes, mas independente disso, amadas. Inexplicavelmente amadas e queridas. Sua presença nos faz falta, sua falta nos maltrata, nos tortura e nos torna mais irritados do que ficamos frente às brigas tolas.
Gosto e sempre vou falar de amor. Nasci em meio ao amor, “amada Cláudinha” esta escrito no meu primeiro álbum que “a mamãe formou, sempre com a ajuda do papai”. Minha mãe escreveu isso, e segue a vida me amando, o “papai” já não esta a seu lado, mas o amor entre eles foi real, triste é o fim, é ver que as traças da falta de zelo, de cultivo, de presença e de honestidade plena podem acabar com o que de mais precioso um homem pode construir.
Todo fim leva de nós um pouco de vida (porque viver é sonhar, é planejar), mas trás a força e a descoberta de que ter amor próprio é uma questão de sobrevivencia. O amor por si só não nos dá um atestado de eternidade, ele é um mistério que requer a sabedoria como aliada. Apenas os sábios conseguem aprender a se relacionar e a cultivar um relacionamento, e, consequentemente a manter o amor vivo mesmo diante das intempéries da vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de abril de 2007.
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