Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 31 de janeiro de 2010

Temperamento não muda!

Temperamento não muda!

Tem coisas que só a maturidade ensinam. Em especial para os teimosos de boa fé e com o coração cheio de esperanças. Você acha uma que pessoa muda seu temperamento, seu gênio, aquilo que herdou geneticamente e misturado com a educação fez dele a pessoa que é hoje?
Você acua que esta acima de poder divino? Este mesmo poder que à ti falou por bocas terrestres: “Ela não vai mudar, passou meia vida sendo assim. Não muda.” Todavia, você romântica, crente demais nas pessoas continua achando que elas vão mudar e te surpreender positivamente,
Mas chega um dia em que você percebe que é mais fácil ocorrer um terremoto nos pagos gaúchos do que a tua vã esperança se realizar. O temperamento raivoso, descontrolado, que não se coloca no lugar dos outros, que humilha em publico e ofende quem você mais ama, dia ou outro aparece. E mil vezes pior do que era outrora, afinal desta vez tu colocou toda sua energia na crença da evolução alheia!
Daí você se pergunta “porque acreditou nas falácias”, porque cedeu se sua vida estava perfeita. Porque você é teimoso e não conseguiria seguir a diante sem dar o último passo, a última tentativa, ainda que ela possa ter te colocado no inferno da aflição. Teu mérito? Você tentou até o ultimo instante, derramou seu sangue, tentou dialogar, mas de nada adiantou. O que ouviu? Gritos, lamentações “coitadistas”.e blasfêmias.
Teu arrependimento? As pessoas que magoou, a vida que deixou para trás. Porém se é impossível reconquistar aqueles em que criou feridas no coração, é possível seguir a vida adiante com coragem e altruísmo. A vida só termina para quem deixa de viver, enquanto isso, sofrendo ou não sempre haverá uma luz a te iluminar por ter sido justa a perseverante.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 31 de janeiro de 2010.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Da juventude aos 30 anos.

Da juventude aos 30 anos.

Ai a juventude! Ai, ai a juventude ariana! A juventude de sangue quente, do signo de fogo, a juventude que quer o mundo a seus pés, que não admite o fato de que alguns podem lhe desprezar sem motivo aparente, pelo simples fato de que ninguém é obrigado a gostar de ninguém.
Ai, a juventude que quer ser agradada, valorizada, que sabe pouco da vida e do ser humano e exige demais de ambos enquanto possui pouco preparo para encarar os percalços da existência humana, mas que quer tudo do seu jeito, do seu agrado. Ai, ai, ai a juventude mimada!
A juventude que quer garantias de amor, que quer juras de amor, aliança de compromisso, fidelidade a todo custo, que acha que uma aliança de ouro cravejada com brilhantes na mão esquerda garantirá felicidade e harmonia num lar, que fará com que a união e o respeito mútuo façam com que duas vidas se unam para prosperar juntas.
Ai a juventude sonhadora, pouco madura e muito esperançosa. A juventude que desperdiça amores verdadeiros por querer do outro mais do que ele pode dar em dado momento e, principalmente, que deseja respeito às suas limitações, mas tem dificuldade em respeitar o outro e seus bloqueios.
A juventude passa, os 30 anos chegam juntamente com a reflexão sobre o quanto a vida ensina, e sobre quão diferente seria nossa vida se na juventude de nossos vinte e poucos anos soubéssemos o que aprendemos nos quase 30 e poucos ou próximo do rufar dos tambores para nos tornarmos balzaquianos (com louvor!).

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 27 de janeiro de 2010.

A frieza passada.

A frieza passada.

Uma vez me disseram que as pessoas passam pelas nossas vidas deixando um pouco de si e levando um pouco de nós. Certa vez uma pessoa afirmou que me deixou sua frieza, todavia ninguém permanece com defeitos adquiridos enquanto existir a vida para gritar e nos colocar em nosso lugar de errantes que aprendem ou pelo amor ou pela dor a ser gente: Gente com “g” maiúsculo.
A vida nos possibilita aprender pelo amor, ouvindo quem sabe mais dela do que nós. A vida nos possibilita crescer através do exercício da paciência, através da necessidade de concretização do amor, da comunhão de afinidades e não da paixão, mas temos o nosso livre arbítrio e a gente tem nossos “vinte e poucos anos” que não nos dão salvo conduto para errar, mas justificam nossa imaturidade, e, porque não dizer, nossa inocência, porque às vezes acreditamos demais, colocamos fé demais em quem não merece por termos a inocência de que algo pode mudar e de que depois de um forte vínculo deve existir a permanência.
Nada é permanente na vida apenas a sua não permanência: O seu pulsar, a sua cadência, que faz com que em um dia estejamos no céu da ilusão e no outro caíamos no chão frio e duro da realidade nua e crua, sem inocência, sem indulgência para erros injustificáveis. E assim a vida nos trás de volta o calor do coração, a compaixão, ainda que as custas de dor e algum arrependimento.
Arrependimento? Bem, de fato este de nada serve, mas é inevitável que qualquer pessoa que tenha cometido erros na vida às vezes pare para pensar em seus atos e tenha uma vontade de voltar atrás e mudar alguma coisa. Vontade inútil? Sim, e é por isso que nos resta transformar nosso “arrependimento” em aprendizado, nossa inconseqüência e egoísmo em virtude, em compaixão e nossa dor em força e esperança.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Maau, 27 de janeiro de 2010.

A ousadia de ser livre.


A ousadia de ser livre.

Você se importa com o que as pessoas pensam ou dizem a seu respeito? Sim!? Lamento, então você é tão miserável quanto aqueles que, ao invés de cuidarem de seus telhados de vidro jogam pedras no telhado alheio. Feliz o homem cuja alma é completamente livre. Apenas estes são os felizardos que podem não ser humanamente superiores aos outros mas possuem a virtude que o melhor qualifica perante a vida: A liberdade e a coragem de ser ele mesmo.
Todos podemos falar demais, ser grosseiros ou rudes. Nos dias de hoje em que pais se separam por motivos frívolos, em que o amor foi trocado pela ambição e em que as virtudes da alma foram substituídas pelas benesses bancárias todos podemos ter um dia de fúria, ou vários dependendendo do que nos aflige. Por outro lado, todos temos o direito de fazer dengo, de acarinharmos quem amamos em público ou entre quatro paredes, de manha, de tarde ou à noite.
O interessante é ser livre na alma e, assim dar de ombros para os olhares de critica ou deboche dos pobres coitados que se julgam acima do bem e do mal a ponto de desperdiçarem seus momentos falando da vida alheia como se fossem deuses ou, o que é pior, como se soubessem o que se passa nos corações alheios. Ninguém sabe realmente sobre o que se ocorre com o outro, ao menos que seja seu intimo. Ninguém sabe o que se passa entre as quatro paredes da vida alheia menos ainda o que ocorre dentro do coração do outro, desconhecendo as preocupações, os problemas e mágoas que atormentam a outrem criticar e julga-los é um ato vil de pessoas ignorantes e infelizes, pois, do contrário se resignariam a bem viver suas próprias vidas.
Feliz do homem livre cujas opiniões alheias e seu julgamento em nada lhe afetam e não lhe importam. Viver bem e construir uma vida formada mais de momentos felizes e de paz requer que o homem ouse ser ele mesmo, apesar dos pesares, e aja da forma que lhe aprouve no momento em que deseja ignorando os olhares e o julgamento alheio. Ser feliz e viver uma vida plena é mérito do homem que não precisa se esconder para chorar e nem mascarar as razões que lhe fazem sorrir.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 27 de janeiro de 2010.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Para quem não se estende a mão.

Para quem não se estende a mão.

Não ouse ajudar quem se acha auto suficiente demais. Não ouse estender a mão para quem é demasiado perfeccionista, porque se uma pessoa não acha ideal o que ela mesma faz e se exige em demasia jjamais vai conseguir achar qualidade no trabalho alheio.
E, principalmente não tende achar que é “nosso” aquilo que o outro faz questão de dizer que é “seu”. “Aqui éo meu lugar”, “este é o meu escritório”. Não desperdice seu tempo e sua energia achando que aquilo que é do outro pode ser de ambos.
Se a casa é dela, o escritório é dela e se ela faz questão de dizer que tudo que esta ao seu redor é dela ou você se adequa e passa a ser mais um objeto dela, ou tenta achar uma saída para resgatar sua própria vida ainda que isso custe algum sofrimento.
O amor e a união entre um casal para dar certo nasce do compartilhamento de idéias: São as “nossas idéias”, os “nossos planos”, os “nossos sonhos”, o “nosso empreendimento”, a “nossa casa, o nosso lar”. Se alguém faz questão de jogar na cara do outro que isso ou aquilo é obra exclusivamente sua essa pessoa esta longe de estar preparada para viver um amor, para fazer alguém feliz numa união, num casamento, por exemplo.
A gente não deixa de ser a gente mesmo quando ama, mas a gente acrescenta metas, sonhos, desejos e até mesmo problemas aos nossos. Temos que ouvir, interagir e jamais desrespeitar o outro achando que ele é subalterno nosso apenas porque tenta nos ajudar. Subalterno é empregado, parceiro é companheiro, e a quem amamos a gente não pisa, pelo contrário a gente eleva. Tudo isso a gente aprende com a vida, pelo amor ou pela dor, o que importa é aprender e ficar forte.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 22 de janeiro de 2010.

Como são.

Como são.

Você acredita que as pessoas podem mudar. Você acredita que a pessoa insensível, materialista e fria vai se tornar carinhosa, atenciosa e sensível aos problemas e dores alheios. Você acredita porque o outro diz que vai mudar, e você acha que a palavra do outro é uma garantia. Se as palavras daquele que diz que vai mudar devessem ser acreditadas ele não precisaria de mudanças e, tampouco, as prometeria.
Me recordo de um conhecido que afirmava que "o que é bom nasce feito", hoje tenho certeza que ele tinha razão.
As pessoas são o que são, a tendência é a evolução, a melhora, mas não a transformação. Não somos larvas que podem se transformar em borboletas, podemos purificar um pouco nossa alma, aprendermos a ser mais pacientes, mais racionais, mas jamais vamos transformar nosso temperamento nem que façamos juras e promessas: Nossa essência, nosso gênio é praticamente imutável.
Todavia nesse instante milhares de pessoas estão sujeitando suas vidas a mudanças profundas na crença de que alguém vai mudar radicalmente e assim terão vidas mais harmoniosas entre si e conseguirão viver bem, em paz e com alegria. Em matéria de relacionamentos ou você ama e aceita o outro sem querer que ele mude seu gênio, sua forma de ser ou então você se prepara para chorar rios de lágrimas porque cedo ou tarde você irá perceber que seu desejo foi auto ilusório. Ninguém muda por ninguém, não no que diz respeito a gênio, a personalidade.
A vida não nos serve pessoas a la carte: "Eu quero um filé, bem temperado, com uma salada suave e sem batata frita". As pessoas chegam, ficam ou partem de nossas vidas como elas são com aquilo que envolve sua cultura, criação, educação e, obviamente, gênio e temperamento, estes dois porém são impossíveis de mudar de ruim para bom e vice versa.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 22 de janeiro de 2010.