Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 23 de julho de 2008

As necessidades desnecessárias

As necessidades desnecessárias

Viajar com o pensamento é bom, mas às vezes os pontos turísticos desta viagem nos assustam, nos causam terror. Certo é que o ser humano sempre inventa necessidades novas, necessidades banais. As básicas? São e sempre serão as mesmas: Comida para viver, amor, carinho, respeito, saúde, dignidade e um pouco de lazer. Dinheiro? Sim, mas sem que para conquistá-lo seja preciso vilipendiar o conceito de honestidade e brio.
Mas e essas outras necessidades, as inventadas? Essas mudam muito e, o que é pior, nem sempre para melhor. Algumas gerações se assustavam com a bandeira “sexo, drogas e rock´n roll”. Assustavam-se com a liberdade feminina pós-anticoncepcionais. O susto era a criação em forma de afirmativa dessas necessidades aparentemente desnecessárias.
Hoje em dia o “rock” cedeu lugar à música eletrônica e suas batidas intermitentes, a maconha e a cocaína (esta em casos mais graves de vício) estão sendo superadas por substâncias em comprimidos, crack, drogas mais pesadas que levam o individuo mais rápido ao êxtase procurado. Êxtase que chamo de fuga. Fuga dos infelizes, dos covardes, dos que não tem apreço por si mesmos e pela vida. Fuga dos coitados (Coitados com “c” maísculo).
Sexo? Cada vez mais banal, cada vez mais sem sentimento. Promiscuidade em alta, amor em baixa. Sexo grupal, homens, mulheres, todos juntos, ilustres desconhecidos compartilhando o melhor da intimidade humana sem conversa, sem sentimento, sem carinho e, muitas vezes, com pouco ou nenhum beijo na boca. Só corpo, só prazer físico, via de regra tão fugaz quando o êxtase dos drogados. Não basta a esposa bonita é preciso amantes, é preciso desrespeitar o outro para se auto-enaltecer.
E os corpos atraentes, a vaidade? Outrora mulheres curvilíneas eram as atraentes e tomavam um chopinho com seus parceiros. Hoje é preciso mais, é preciso ser sarada, quase perfeita, sem celulite, barriga reta, coxa dura e peito grande. Não basta malhar, fazer exercícios, é preciso massagens, e em certos casos a paranóia é tanta que tem mulher que come e regurgita para evitar quilinhos a mais. Chopinho ou um vinho com o namorado? Depende, é preciso contar calorias, deixar de jantar. Batata frita? Heresia, leva à fogueira do inferno. É a geração das plásticas, das lipos, a geração das bocas infladas, do silicone. Felizes estão os cirurgiões plásticos, os traficantes, os donos de motéis e os governantes.
O trio sexo, drogas e rock´n roll vai ser lembrado com saudade. Não por ser uma bela propagação, mas porque a realidade do presente é mais abjeta, mais infeliz, mais vazia. Antes, nos assustávamos ouvindo a bandeira dos modernos (da época, é claro), hoje os jovens das raves não erguem bandeiras. Esta tudo liberado e fácil demais para usarem seu tempo formando frases chocantes, e é isso que me assusta. Até quando as necessidades desnecessárias arruinarão vidas com o codinome de diversão, de vaidade e de prazer?

Cláudia de Marchi
Marau, 23 de julho de 2008
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2 comentários:

  1. O sexo de hoje está sendo feito das maneiras das mais bizarras possíveis, ao meu ver, isso mostra a falta de prazer na vida que muitas pessoas têm então, acabam procurando prazer e felicidade no sexo, nas drógas, etc. "Essa falta de prazer seria culpa do governo por não proporcionar boas condições financeiras ao povo?" Eu acredito que não, a felicidade vem de dentro para fora, se essas pessoas cultivassem o amor dentro de si, não haveria problema que o abalasse. Os problemas servem como algo que nos impulsiona à lutar, não devemos jamais nos entregar aos problemas pois, é o nosso bem estar que está em risco.

    Beijos!

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