Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 9 de março de 2009

Nós, mulheres.

Nós, mulheres.

Se eu tivesse que nascer novamente eu optaria por ser mulher, porque nós temos muito mais poder do que podemos imaginar, porque ser mulher e ser especial é raro nos dias de hoje em que muitas perderam o gosto e o respeito por si mesmas.
Nós mulheres nunca tivemos nada gratuitamente, lutamos por nossos direitos básicos, inclusive os que nos assegurassem a tão famosa liberdade sexual. Podemos escolher quando e com quem faremos nossos filhos. Somos batalhadoras, assumimos responsabilidades grandes num competitivo mercado de trabalho, precisamos demonstrar nossa capacidade e empenho, cuidamos da casa como podemos, de filhos, damos amor à quem nos cerca,estamos sempre aptas para ouvir, para ceder o ombro e um pouco de nossa aguçada sensibilidade.
Mulheres não são complicadas, são, apenas, mais sensíveis que os homens, pena que são poucos os que percebem isso, e menos ainda os que vêem nisso algo a ser apreendido, vez que nem só de razão se vive uma vida prazerosa.
É bom sentir, amar, é bom ter alma de mulher, ainda que choremos mais, que soframos por antecipação, que soframos durante e depois: Nós somos fortes, superamos o que desejamos superar desde que queiramos, podemos tropeçar e até cair, mas jamais nos entregaremos ao nada, a qualquer vício por alguma dor, nós temos o dom de gerar vida, e o dom de ressuscitar após a morte de sentimentos, após qualquer decepção.
Da mesma forma, conseguimos perdoar, ao mesmo tempo em que temos dificuldade para perdoar à nós mesmas. Sim, somos exigentes conosco mesmo: "Como pude", "como eu não percebi", "eu me odeio por isso" - Fases, um dia passa, um dia nos perdoamos e voamos ainda mais alto, o tempo anda a favor do vento de nosso desejo e pensamentos de mudança.
Somos mães, esposas, profissionais, amigas, irmãs, e, entre uma função e outra, tentamos cuidar de nós mesmos, da pele, do corpo, do cabelo, das unhas, das vestes, da depilação.
Ser mulher e ser bela? Tarefa difícil nos dias de hoje. A beleza tem dois lados, nos dá segurança e ao mesmo tempo nos tira um pouco da capacidade de confiar. Pessoas bonitas podem ser usadas para serem exibidas ("Vejam como ela é linda"). E é por isso que no fundo a mais linda das mulheres tem um pinguinho de inveja da "moça feia" não abastada que tem ao seu lado um marido apaixonado. Sabe-se que ela não é para ele uma boneca de demonstração como seria uma Ferrari no trânsito de uma cidade pequena, ela é, apenas a mulher que, pelos atributos da alma lhe conquistou.
Chega a ser estranho entender isso num mundo em que muitas mulheres insistem em tornarem-se bonecas siliconadas, lipoaspiradas com altas doses de botox para ficar com a boca "a la Jolie" para agradar, muitas vezes, mais aos homens do que a si mesmas. Felizes as mulheres alegres por se aceitarem como são.
Nós levamos os homens ao céu ou ao inferno quando queremos, mas somos justas na maior parte das vezes. Não guiamos rumo à dor quem nos respeitou e mostrou-se digno de nossos puros sentimentos, nós usamos a racionalidade necessária para não colocar uma relação e um amor a perder por desejo carnal (o que a maioria dos tão apregoados "racionais" homens não costumam fazer, afinal podem não ser tão sensíveis, mas lhes falta aprender a controlar melhor seus instintos). A gente pensa, raciocina, sopesa valores e sentimentos. Não traímos por mera atração, por não sermos capazes de controlar nossos instintos: Se a mulher trai, via de regra, é por alguma espécie de vingança. Ato vil? Grande coisa, nunca conheci um corno que não merecesse sê-lo.
As mulheres são alvos de enganações. De traições, não apenas à traição de namorado ou esposo ao beijar ou fazer sexo com outra, mas a traição de usar de sua companhia por um motivo ou outro, de mentir-lhe algo, de omitir-lhe coisas, de usar sua beleza, profissão ou prosperidade a favor de seu ego. Mas, traídas ou não, nós superamos tudo. Podemos chorar, pode nosso rosto inchar, em segundos o lavamos, passamos um batom, o melhor perfume e ("força nas melenas"), nos erguemos e saímos altivas e sorridentes disfarçando qualquer dor com um belo salto alto e ar de tranqüilidade, independente de qualquer dor no coração.
Somos independentes, se amamos, se entregamos nosso coração é porque desejamos, não porque precisamos de companhia. Queremos bons parceiros, queremos orgasmos múltiplos mas, a partir do ponto em que nossa auto estima evolui, queremos principalmente um parceiro que nos dê valor e nos mostre o quanto nos admira. O dinheiro e a posição social do homem perde a importância na medida em que a mulher valoriza o seu ofício, o seu trabalho o seu valor. Às que não apreciam isso, infelizmente, resta a humilhação de buscar um "homem-banco", de "caçar dotes".
Eis que, todo o dia é nosso dia, ser mulher é ver o dia nascer e terminar com entusiasmo, com fé na vida, com esperança e confiança na bondade alheia, com a crença de que se algo esta ruim poderá mudar, se a solidão aperta sabemos que a vida reserva grandes surpresas para quem se entrega à ela. E ninguém se entrega à vida como nós, cheias de ânimo, de sensibilidade e de amor no coração.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 09 de março de 2009.

P.S.: Parabéns à todas as mulheres pelo nosso dia, ainda que com atraso e parabéns aos homens que nos admiram e ainda que fiquem espantatos com nossa forma de ser, nos valorizam e admiram.

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