Viver e deixar viver.
Eu queria fazer uma proposta para o mundo erguendo uma bandeira onde estivessem escritas em letras garrafais as palavras liberdade, respeito e sinceridade. Por outro lado queimaria outra com as palavras hipocrisia, moralismo e falsidade. A maioria da sociedade, no fundo, não iria simpatizar com minha atitude vândala, criticaria quem e o que se o moralismo e a falsidade virassem cinzas e a vida alheia fosse respeitada?
As coisas mudam. A sociedade muda. Os moralistas se erigem contra praticamente todas as mudanças radicais da atualidade. Homossexuais vivem em união estável, querem ter direito a se casar, a adotar filhos, novelas retratam nova forma de constituição de família no estilo “Dona Flor”, os tabus, enfim, estão virando piada. A liberdade cresce, a libertinagem também. Mas, e daí?
O que realmente fica lesionado nesse mundo mais liberto em que a hipocrisia, ao menos no que diz respeito a sexo e afeto, vem diminuindo? Quais são os “valores” que estão sendo feridos, na verdade? E, enfim, qual a validade desses valores para o mundo enquanto um local de coexistência de seres diferentes?
Posso responder tudo, ou nada para a primeira pergunta. E uma direta afirmativa para a terceira: Nenhuma. Para as pessoas que se escondem por trás de preconceitos, “princípios” de ordem moralista fajuta, há “todos” respondendo à segunda pergunta. Para os que vêem o mundo como um local em que a verdade e a liberdade devem predominar, sem dúvida não se poderá vislumbrar mácula à nenhum “valor”.
Lealdade. Honestidade. Sinceridade. Verdade. Respeito. Esses são valores. Pudor, conservadorismo? Não, não são valores. O desejar que todos sejam heterossexuais e vivam da forma com que a maioria vive é querer cercear a liberdade dos que – por motivos individuais que não se deve perscrutar aqui - pensam e sentem de forma diferente. É ferir um principio fundamental da vida em sociedade, mais do que isso, um principio cristão: O respeito, o não fazer ao outro o que não se deseja para si.
Sempre digo que a única forma de amar ao próximo é através do respeito. Aceitar as diferenças. Viver e deixar viver deveria ser o lema, o valor básico de toda sociedade politizada. Sexo a um, sexo entre iguais, entre diferentes, sexo a três, amor a quatro, cinco, ou dois é uma questão pessoal. Errado é trair a confiança, os sentimentos alheios.
Errado é cometer fraudes, é lesar ao próximo, é ser desleal. Cada um vive como quer e deve deixar os outros exercerem seu direito de ser livre. Deixem os outros se embriagarem, cometerem as orgias que quiserem, falar as besteiras que desejarem. Deixem os outros serem felizes se não estão traindo a confiança de ninguém, se estão, enfim, apenas vivendo suas vidas. Cada um, sempre, na sua, com alguma coisa em comum: O desejo pela felicidade, bem estar, bem viver. Cada qual, obviamente, da sua forma.
Cláudia de Marchi
Marau, 03 de abril de 2008.
Eu queria fazer uma proposta para o mundo erguendo uma bandeira onde estivessem escritas em letras garrafais as palavras liberdade, respeito e sinceridade. Por outro lado queimaria outra com as palavras hipocrisia, moralismo e falsidade. A maioria da sociedade, no fundo, não iria simpatizar com minha atitude vândala, criticaria quem e o que se o moralismo e a falsidade virassem cinzas e a vida alheia fosse respeitada?
As coisas mudam. A sociedade muda. Os moralistas se erigem contra praticamente todas as mudanças radicais da atualidade. Homossexuais vivem em união estável, querem ter direito a se casar, a adotar filhos, novelas retratam nova forma de constituição de família no estilo “Dona Flor”, os tabus, enfim, estão virando piada. A liberdade cresce, a libertinagem também. Mas, e daí?
O que realmente fica lesionado nesse mundo mais liberto em que a hipocrisia, ao menos no que diz respeito a sexo e afeto, vem diminuindo? Quais são os “valores” que estão sendo feridos, na verdade? E, enfim, qual a validade desses valores para o mundo enquanto um local de coexistência de seres diferentes?
Posso responder tudo, ou nada para a primeira pergunta. E uma direta afirmativa para a terceira: Nenhuma. Para as pessoas que se escondem por trás de preconceitos, “princípios” de ordem moralista fajuta, há “todos” respondendo à segunda pergunta. Para os que vêem o mundo como um local em que a verdade e a liberdade devem predominar, sem dúvida não se poderá vislumbrar mácula à nenhum “valor”.
Lealdade. Honestidade. Sinceridade. Verdade. Respeito. Esses são valores. Pudor, conservadorismo? Não, não são valores. O desejar que todos sejam heterossexuais e vivam da forma com que a maioria vive é querer cercear a liberdade dos que – por motivos individuais que não se deve perscrutar aqui - pensam e sentem de forma diferente. É ferir um principio fundamental da vida em sociedade, mais do que isso, um principio cristão: O respeito, o não fazer ao outro o que não se deseja para si.
Sempre digo que a única forma de amar ao próximo é através do respeito. Aceitar as diferenças. Viver e deixar viver deveria ser o lema, o valor básico de toda sociedade politizada. Sexo a um, sexo entre iguais, entre diferentes, sexo a três, amor a quatro, cinco, ou dois é uma questão pessoal. Errado é trair a confiança, os sentimentos alheios.
Errado é cometer fraudes, é lesar ao próximo, é ser desleal. Cada um vive como quer e deve deixar os outros exercerem seu direito de ser livre. Deixem os outros se embriagarem, cometerem as orgias que quiserem, falar as besteiras que desejarem. Deixem os outros serem felizes se não estão traindo a confiança de ninguém, se estão, enfim, apenas vivendo suas vidas. Cada um, sempre, na sua, com alguma coisa em comum: O desejo pela felicidade, bem estar, bem viver. Cada qual, obviamente, da sua forma.
Cláudia de Marchi
Marau, 03 de abril de 2008.
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