As máscaras e o tempo
Existe muita gente neste mundo que critica a vida alheia sem analisar as mazelas da sua, que pinta verbalmente a sua história com tinta colorida para omitir os fatos negros de seu passado, os erros, as fraquezas. Quanta gente, pois, por ser fraca fala que é forte, por ser vil fala que é especial, por ser de coração duro, fala que é bom e caridoso.
A gente só conhece as pessoas quando convive com elas, só podemos ter certeza sobre a bondade de alguém convivendo com essa pessoa, vendo sua forma de agir com quem lhe ama, com que esta perto dele, com a família, com as pessoas próximas. É fácil ser caridoso e bondoso com estranhos, ao contrário, é ser nobre com aqueles temos mais contato.
Todas as palavras de um homem, seu alto-enaltecimento, sua forma de, verbalmente se colocar no mundo, são inúteis diante da constatação do que realmente fez na sua vida para ser feliz. Um homem não é o seu presente e afirmações, o ser humano é, também, o seu passado, os seus segredos, as suas omissões.
A vida ensina e as máscaras caem com o passar do tempo. Uma pessoa pode se fazer de bondosa, pode dizer que é forte, mas, apenas com o passar dos dias a sua dureza de coração, a sua fraqueza de espírito ficará evidenciada. O tempo, é sagrado também para mostrar que as palavras não importam nada diante da conduta do homem. Condutas presentes e pretéritas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 29 de agosto de 2008.