Ilusões a dois.
Analisando a série de relacionamentos frustrados que conheço fico me perguntando: Afinal, quem se ilude? Quem ilude quem? Sempre acreditei que o ser humano cria as próprias ilusões no silêncio de sua alma, que não precisa do outro para se enganar.
O ser humano adora uma ilusão, espera da vida sempre mais do que a realidade lhe propicia. Não quer apenas fidelidade, companheirismo, união, quer milhares de “eu te amo”, quer o parceiro hiper-mega-super-ultra-romântico, mas que, obviamente seja um Don Juan de uma só.
O homem espera “a mulher”: Corpo definido, rosto bonito, olhar sensual, inteligência sensacional, dona de casa de primeira, mas independente financeiramente e, obviamente, quer uma amante que faça qualquer meretriz se contorcer de inveja.
Todavia, apesar dessa tendência humana de esperar e desejar o magnífico, de criar expectativas grandiosas nos mais variados aspectos de sua vida, creio que num relacionamento sério as ilusões criadas são regadas pelo outro. Logo, ele tem responsabilidade pelos planos frustrados do parceiro porque, ainda que através da omissão de seus pensamentos, deixou o outro sonhar.
“Amor quando eu me aposentar vamos viajar”, “quando a filha se formar vamos passear nos finais de semana”, e o outro concordando, ou, ao menos silenciando e fazendo gesto afirmativo com a cabeça, mas, ora vejam só: Antes disso tudo acontecer o “amor”, o “bem”, o “querido” deixa a esposa com mais de quarenta anos para se aventurar na vida, ou, enfim, para namorar a moça mais jovem.
A esposa se iludiu? Pode ser. Criou expectativas? Obviamente, mas não fez sozinha, afinal o pressuposto é o amor numa relação amorosa, é o amanha ao lado do companheiro. Nenhum desses anseios são devaneosos ou absurdos, em especial quando o parceiro não expõe seu anseio pelo fim.
Por ver esses e outros exemplos aprendi que todos os sonhos e ilusões criadas numa relação firme podem surgir na mente de um, mas são direta ou indiretamente cultivadas pelo outro. Todavia, o que fazer com as frustrações? Lamentar sem se entregar para a dor e esperar o tempo passar, ele apaga os ferimentos, apesar de não curar as cicatrizes, mas matar elas não matam.
Cláudia de Marchi
Marau, 15 de agosto de 2008.
Analisando a série de relacionamentos frustrados que conheço fico me perguntando: Afinal, quem se ilude? Quem ilude quem? Sempre acreditei que o ser humano cria as próprias ilusões no silêncio de sua alma, que não precisa do outro para se enganar.
O ser humano adora uma ilusão, espera da vida sempre mais do que a realidade lhe propicia. Não quer apenas fidelidade, companheirismo, união, quer milhares de “eu te amo”, quer o parceiro hiper-mega-super-ultra-romântico, mas que, obviamente seja um Don Juan de uma só.
O homem espera “a mulher”: Corpo definido, rosto bonito, olhar sensual, inteligência sensacional, dona de casa de primeira, mas independente financeiramente e, obviamente, quer uma amante que faça qualquer meretriz se contorcer de inveja.
Todavia, apesar dessa tendência humana de esperar e desejar o magnífico, de criar expectativas grandiosas nos mais variados aspectos de sua vida, creio que num relacionamento sério as ilusões criadas são regadas pelo outro. Logo, ele tem responsabilidade pelos planos frustrados do parceiro porque, ainda que através da omissão de seus pensamentos, deixou o outro sonhar.
“Amor quando eu me aposentar vamos viajar”, “quando a filha se formar vamos passear nos finais de semana”, e o outro concordando, ou, ao menos silenciando e fazendo gesto afirmativo com a cabeça, mas, ora vejam só: Antes disso tudo acontecer o “amor”, o “bem”, o “querido” deixa a esposa com mais de quarenta anos para se aventurar na vida, ou, enfim, para namorar a moça mais jovem.
A esposa se iludiu? Pode ser. Criou expectativas? Obviamente, mas não fez sozinha, afinal o pressuposto é o amor numa relação amorosa, é o amanha ao lado do companheiro. Nenhum desses anseios são devaneosos ou absurdos, em especial quando o parceiro não expõe seu anseio pelo fim.
Por ver esses e outros exemplos aprendi que todos os sonhos e ilusões criadas numa relação firme podem surgir na mente de um, mas são direta ou indiretamente cultivadas pelo outro. Todavia, o que fazer com as frustrações? Lamentar sem se entregar para a dor e esperar o tempo passar, ele apaga os ferimentos, apesar de não curar as cicatrizes, mas matar elas não matam.
Cláudia de Marchi
Marau, 15 de agosto de 2008.
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