Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A justiça da vida


A justiça da vida.

Pobre do homem que acha que sua ingratidão, soberba, egoísmo e crueldade com os sentimentos alheios passarão sem retorno nesta vida. Quer queiramos ver, quer não, a vida é justa e cobra do homem, pouco a pouco, hoje ou amanha, cedo ou tarde, o preço de seus erros e, principalmente de suas injustiças. É fácil para o homem ser juiz da vida alheia, apontar as feridas e as ações erradas do outro, difícil é sopesar na balança de seu julgamento os atos injustos que ele mesmo comete.
Injusto não é apenas o homicida, o sonegador de impostos, injustas não são apenas as decisões judiciais que nos contrariam ou todo aquele agir do outro que nos fere. Nós costumamos ser injustos, e muito. Somos injustos quando agimos com rispidez com nossos pais, nosso irmão ou com nosso companheiro sem que eles tenham nos feito algo para nos magoar, quando somos secos com que nada noz fez, quando xingamos o parente, o marido, o amigo ou o funcionário por pouca coisa ou nada, apenas porque estamos descontentes com algo que, talvez, eles nem saibam o que seja.
Tendemos a justificar: "Desculpa, mas estou indignado com tal coisa". Afinal, adoramos justificar a nossa crueldade, séria mesmo é a do outro, a nossa é sempre explicável. Somos como juizes algozes com o julgamento de nosso semelhante e como mães ternas e amorosas ao explicar nossas atitudes independente de serem cruéis e pérfidas.
Todavia, chega um dia em que a Justiça chega à nossa porta sem oficial de justiça, sem marcar hora nem local para nos mostrar que nossas atitudes injustas estão sendo cobradas. E é ai que nossa estupidez, nossa raiva mal descontada, nosso egoísmo, nossas traições da confiança alheia, nossa ingratidão com quem nos ama e auxilia e nossa soberba ao analisar o mundo ao nosso redor são purgados.
Tenho pena daquele que acha que pode tudo, daquele que crê que não será cobrado pelas suas más-ações. Cedo ou tarde a vida cobra o homem. Alguns chamam de Justiça Divina, de "pagamento de pecados", eu chamo de perfeição concretizada. No judiciário da vida ninguém sai devendo, ainda que pague em parcelas, seus erros são cobrados. É a vida, pois, demonstrando que ainda que o homem seja injusto, ela não é, e todo mal feito, toda ignorância, crueldade, todo pisar nos sentimentos alheios não passam em branco nela.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 20 de agosto de 2008.

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