Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 28 de março de 2010

"Tenha paciência comigo".

“Tenha paciência comigo”.

Não aceite que lhe peçam “paciência”, jamais tolere ouvir um infeliz: “Tenha paciência comigo, por favor”. Quem precisa lhe fazer essa solicitação é quem tem tantos defeitos que se sente insuportável em si mesmo, é quem sabe que esta ou é intolerável!
Quem precisa de paciência é gente em surto e lugar de gente surtada é num manicômio ou desenvolvendo arte terapia com um bom e caro psiquiatra junguiano. Você vai colocar a sua sanidade a prova para ser “paciente” com o outro? Não aconselho, do contrário em poucos meses quem vai surtar vai ser você, garanto isso.
Ouça sua mãe, seu pai, seus amigos e seu amado quando eles lhe disserem: “Querida, seja paciente.”. Ouça e siga o conselho se achar que convém, analise a sua atitude, a situação que estas passando e decida por você mesmo, mas não se torne uma pessoa que precise pedir para que alguém seja paciente com você, ao menos que você cultive uma grande auto piedade e não tenha vergonha que os outros tenham “pena” de você.
Do contrário pense muito bem e quando alguém lhe disser para ser paciente com ele diga que não é médico psiquiatra nem psicólogo para conviver com quem não controla a si mesmo e precisa das migalhas de sua paciência.
“Ora, mas que maldade moça!”. Não é maldade, é realismo. Pessoas que sabem conviver, pessoas agradáveis, emocionalmente maduras e psiquicamente bem equilibradas não precisam pedir “paciência” porque não irão sentir culpa por perdê-la e, certamente não irão fazê-lo com quem as ama e respeita.


Cláudia de Marchi

Wonderland, 28 de março de 2010.

Deixando para trás.

Deixando para trás.

É impossível deixar para trás o que é pernicioso em nossa vida sem que viremos às costas, também, para o que nos é valoroso. Não existem escolhas que não incluam algumas renúncias.
Quando decidimos começar uma vida nova deixamos para trás pessoas que nos atormentaram, nos magoaram e feriram, deixamos para trás más lembranças e a possibilidade dos fatos que elas remontam ocorrerem novamente, mas também deixamos para trás boas pessoas que nos propiciaram momentos de alegria. E, logicamente as deixando, estamos impossibilitando a ocorrência de novos bons momentos com elas.
Mas, afinal o que vale mais? Certamente as pessoas boas, honestas, dedicadas e respeitosas que enfeitaram por algum momento nossas vidas jamais serão esquecidas. A gente só esquece e “deleta” da memória o que nos causou trauma e tristeza profunda.
Vale a pena deixar para trás tudo e todos que nos fizeram mal. Vale a pena recomeçar, apagar da memória o que nos causou dor, revolta e mágoa. Não nascemos para sofrer, então porque estagnarmos e cruzarmos os braços frente aquilo e aqueles que fizeram lágrimas brotar em nossas faces?
Seremos inesquecíveis para aqueles que nos valorizaram, que nos admiraram, respeitaram e amaram. Da mesma forma não iremos esquecer e jamais desejaremos apagar de nossa mente à imagem daqueles dos quais nos recordamos e sentimos paz, que mesmo distantes nos fazem sorrir e sentir uma saudável saudade, então, sopesando o que vale a pena para nós, é fato que devemos buscar manter nossa tranqüilidade de espírito, nossa consciência tranqüila e em paz.
Nascemos para sermos felizes. Nossas escolhas devem ser guiadas pelo desejo de aprimoramento pessoal, de crescimento e de felicidade. Repetir pensamentos e lembranças infelizes não faz bem, nos manter em local que nos fere também não, menos ainda viver perto de quem nos magoou em demasia.
Recomeçar uma vida nova após experimentarmos sofrimentos traumáticos é e sempre será a melhor opção ainda que nos afastemos de quem nos estima e de quem estimamos. Quem sabe o que é o amor e quem ama respeita nossos sentimentos e deseja nossa felicidade apesar da distância.


Cláudia de Marchi

Wonderland, 28 de março de 2010.

sábado, 27 de março de 2010

Não me peça...

Não me peça...

Não me peça para voltar atrás nas minhas decisões. Já sofri e aprendi o suficiente para aprender a tomar decisões convictas, firmes e imutáveis. Não me peça para falar o que desejas ouvir, sou demasiado sincera e transparente para colocar palavras ao vento.
E, principalmente nunca me peça para fazer alguma coisa para que os outros vejam e aprovem. Nunca, jamais me peça para “calar a boca” alheia pelo que pensam de mim: Cada um tem o direito de, na sua ignorância sobre quem sou e o que sinto, julgar e pensar o que desejam.
Ademais, não estou nesta vida para agradar a ninguém. Se meus atos, se meus sentimentos e palavras sinceras agradam, tudo bem, se não, não me peça para fazê-lo. Posso ser tudo menos falsa e dissimulada.
Você pode saber o que eu sinto se estiver perto de mim e do meu coração, mas a partir do momento em que, por alguma razão me fizer distanciar jamais irá perceber meus sentimentos, então, por favor, jamais peça esmolas para meu coração, para minha alma.
Não tenho nada a provar para ninguém: Não devo nada a ninguém, só a mim mesma, a minha consciência e se durmo tranqüila todas as noites é porque estou em paz com ela, então, por favor, me julgue como quiser e não me peça provas de nada, cada um tem o direito de pensar o que quer nesse mundo, todavia é verdade o que disse o Marquês de Marica: “Os bons presumem sempre o bem dos outros, os maus, pelo contrario, sempre o mal: Uns e outros dão o que têm”.


Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 27 de março de 2010.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Infância ao contrário.

Infância ao contrário.

Envelhecer é voltar a ser criança com toda a malandragem da vida adulta. Os velhinhos são adoráveis: Cabelos branquinhos, tom de voz suave, e mãos macias, todavia eles podem ser mais abusados do que seus próprios netinhos quando querem.
Por trás da meiguice da criança e do idoso há uma alma com tantas virtudes quantos defeitos, estes, pois se não amenizados com a maturidade adquirida pela vida costumam se acentuar: Teimosia, ranzinice, orgulho, egoísmo, preconceitos, e muitos outros se mostram duplicados depois dos 60 anos, triplicados depois dos setenta e quadruplicados depois dos oitenta.
A vida sempre ensina aqueles que desejam aprender, todavia, o fato dos idosos merecerem respeito torna alguns mais orgulhosos a ponto de acharem que já aprenderam o que tinham que aprender e que podem fazer o que desejam e todos devem aceitar em silêncio (afinal têm “tantos” anos de idade).
A velhice é como uma infância ao contrário para muitos: Voltam a ter uma aparência frágil e também a vontade de terem suas vontades atendidas no momento em que elas despertam, tal qual os pequenos que fazem birra para serem ouvidos e agradados.
Os doces velhinhos em sua maioria deixam de se sentirem aprendizes na vida e com este sentimento e crença deixam de captar o que os mais jovens têm a dizer na vã crença de que por saberem “menos” da vida nada terão a dizer que lhes sirva.
Todavia, é fato que a velhice trás seus inconvenientes: A audição fica menos apurada, a visão prejudicada, os sentidos e raciocínio, mais lentos. Então, porque não ouvir o filho ou o neto quando ele tenta dar as novas coordenadas da lei de trânsito, por exemplo? Por que não ouvir com um pouco de atenção o que os jovens podem lhes ensinar tendo em vista a agilidade física e mental que possuem bem como a evolução com que conseguem se informar hoje em dia?
Independente da idade da pessoa nunca é cedo ou tarde demais para aprender, para se atualizar e ouvir o outro. Respeitar o próximo é dever de todos, jovens ou velhos: Não existe salvo conduto para o desrespeito ao próximo na velhice ou em qualquer época da vida. Nem a riqueza, nem a beleza, nem o poder, nem a idade podem ser justificativas para que se tapem os ouvidos e o coração para o que o outro - diferente em atributos, tem a dizer.
Agir com desrespeito olvidando da opinião e pensamento alheio prejudica o convívio humano e conviver é uma arte que deve ser bem exercitada por todos que desejam viver em sociedade, do contrário resta à solidão que tanto os infantes quanto os idosos costumam desprezar.


Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 26 de março de 2010.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Maldade sem fim.

Maldade sem fim.

Pense em algo que você define como infinito. O mar? O céu? O seu amor pelos seus filhos? O seu amor pela sua doce esposa? Lindas designações. Ultimamente caracterizo outra coisa nada bonita como infinita: A maldade de alguns seres humanos.
Ignorância? A ignorância é vizinha da maldade, não discordo disso. Fato é que não existem formas de mensurarmos a maldade de alguém e que nem toda pessoa com pouca cultura é ignorante e pode agir com maldade. Ignorância é não conhecer algo, e tem muita gente por ai que desconhece o que seja amor desinteressado, doação de sentimentos, respeito ao próximo, fé, caridade e compaixão.
A maldade não tem base na altura, pois existem grandalhões bondosos e nanicos pérfidos, a maldade não se baseia no tamanho no município. Já morei em vários locais e na menor cidade das quais estive foi onde a maldade de seus habitantes menos se coadunava com o tamanho do local. A maldade não pode ser medida de forma alguma, não pode ser mensurada.
Existem pessoas que gostam de ver os outros sofrerem, que gostam de semear discórdia, ira, separação. Existe quem se divirta ao ver o sofrimento alheio, existe quem tenha fortes preconceitos, idéias preconcebidas que de tão toscas e ignorantes que são os fazem assemelhados a monstros irracionais.
Pessoas más estão por toda parte e normalmente são aquelas que gostam de parecer boas, são falsas, fingem que querem o bem de um para arruinar o outro e todos aqueles a quem quiserem ver separados e arrasados.
A maldade humana não tem fim, é imensurável, lamentavelmente infinita. O que me consola é saber que ainda existem pessoas boas e confiáveis neste mundo. Se “são raras”? Sim, são, mas existe outra coisa da qual não podemos esquecer: Semelhante atrai semelhante, logo não há do que temer, ou será que há?

Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 23 de março de 2010.

"Ruim com ela, pior sem ela".

“Ruim com ela, pior sem ela”.

Há pouco tempo ouvi a expressão “ruim com ela, pior sem ela”. Será que existe alguém no mundo que ache que uma afirmativa deste teor justifique a mantença de um relacionamento? Bem, se o relacionamento for tão medíocre e vazio de sentimento quanto esta frase acho até que pode justificar.
Relacionamentos sérios, relacionamentos fortes em união e sentimentos jamais seriam explicados por uma frase deste tipo. Pessoas realmente maduras e preparadas para o amor estabelecem relações com base no “bom sem ela, melhor com ela”.
Pessoas prontas para se relacionar são as bem resolvidas. Sei que muitas vezes enganamos a nós mesmos achando que estamos prontos para algo quando, na verdade, estamos completamente despreparados por estarmos distantes de nós mesmos e de nosso amor próprio.
Todavia, pessoas verdadeiramente maduras e adultas do ponto de vista emocional vivem muito bem sozinhas, sem a ânsia de uma companhia, de um romance. Eis que essas pessoas só irão escolher uma companhia que lhes faça muito bem, que lhes preze e valorize como merecem, do contrário ficar sozinho continua sendo a opção number one.
Se for para se envolver com alguém que seja com quem nos agrega alegria, boas novas, surpresas agradáveis, romance, carinho, respeito e nos faz sentir bem, muito bem, ótimos, excelentes (!). Quem não quer estar com alguém que se sente melhor em nossa companhia e precipuamente baseia nisso sua escolha? Agora, por favor, quem quer ser apenas a segunda opção de quem nem sozinho se sente bem? Ora, sejamos racionais até mesmo diante das emoções!
Apenas pessoas muito despreparadas e que pouco se valorizam mantém uma relação com base no “ruim com ele, pior sem ele”. Essas são pessoas ruins e péssimas consigo mesmas e que, consequentemente, não tem maturidade alguma para viver suas vidas sozinhas ou acompanhadas.
O fato de uma pessoa ser ruim em nossa vida já justifica que seja rebaixada de posto, que seja excluída e deletada de nossa existência. É preferível viver sozinho a viver mal acompanhado, é preferível dar gargalhadas sozinho a esboçar um riso com alguém ao lado para “chamar de seu”.
É preferível aprender a ser feliz sozinho a ter momentos de felicidade conjugados com outros de ansiedade e tristeza ao lado de alguém. É preciso ter coragem e saber viver para deixar de ser apenas mais um ser existente neste mundo em que alguns princípios estão se perdendo.


Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 23 de março de 2010.

Relações profundas

Relações profundas.

Feliz a pessoa que pode contar com alguém em seus momentos de dificuldade. Felizes os que têm uma família bondosa e amigos sinceros. Pessoas prontas a nos ouvir, nos apoiar, nos dar referências e força nas horas em que estamos periclitando.
Relações amorosas findam, amizades superficiais também. É bom ter ao lado pessoas que podem dizer o que não desejamos ouvir por nos amar, mas ainda assim nos aceitam como somos. Nos respeitam, nos valorizam e desejam nos ver bem.
Relações com raízes no amor e na estima pelo outro se mantém apesar do tempo e das tempestades que todo relacionamento, familiar ou não, enfrentam no decurso da vida.
Nada se compara a poder abrir os olhos pela manha sabendo que temos quem se preocupa e pensa em nós, temos quem se importa se estamos dormindo mal ou não, se estamos em paz ou não, e, enfim, se estamos felizes. Pessoas para quem nosso sorriso tranqüiliza e alegra. Pessoas que realmente nos amam. Nem milhões de dólares compram a sensação de sermos amados pelo que somos.
Relações amorosas podem findar, e de regra findam de forma egoísta. Quem saiu na pior não deseja que o outro durma, coma ou sequer viva. Relacionamentos afetivos terminam de forma patética, quase sempre. A pessoa bondosa outrora se rebela e mostra sua raiz egoísta e maldosa querendo que o outro morra sozinho e nunca encontre um amor, é assim na maioria das vezes, negarmos isso é hipocrisia (eu disse na “maioria” das vezes e não “todas” às vezes!).
Todavia, relações de amizade ou familiares não terminam facilmente, não acabam por desamor ou desrespeito, e, se terminam não é com a mesma base egoísta e pérfida das relações afetivas. Bons amigos e uma boa família constituem a base de uma relação de amor verdadeiro sem egoísmo e problemas tolos. Temos em nossos amigos e familiares pessoas que nos amam apesar de nossos pesares e de nossas fraquezas.


Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 23 de março de 2010.

Cegos afetivamente

Cegos afetivamente

Não existe característica tão negativa quanto a ingratidão. A incapacidade de certos seres humanos de verem o esforço do outro em ajudar, não me refiro se conseguirão ou não seu intento. Ser grato significa ter sensibilidade o suficiente para perceber os atos alheios, inclusive seu esforço para ser útil.
Quem não é capaz de sentir gratidão por mínimas atitudes jamais reconhecerá as grandes. Não importa ao ingrato o seu esforço, o seu carinho, a sua dedicação, da mesma forma não irão lhe importar os seus atos, as suas atitudes e o que tenha feito de mudança para lhe ajudar efetivamente.
O ingrato é um cego afetivamente. Ele não vê nada que os outros façam em seu favor e como não vê (como além de tudo é egoísta e acha que todo o esforço alheio para lhe ajudar seja “cumprimento de obrigação”) consequentemente não valoriza, não aprecia.
Defeitos graves não vêm sozinhos. O ingrato é, de regra, um egoísta. Apenas o seu esforço deve ser reconhecido, apenas ele é que se dedica com afinco, apenas ele cansa, apenas ele se esforça, e os outros? Ora, os outros (imaginem uma boa “dada de ombros”) existem para lhe ajudar, esta é sua obrigação!
Certamente pessoas ingratas ou nasceram pérfidas ou foram muitíssimo mal criadas, mal educadas. Tiveram o que quiseram no momento em que quiseram de pais que souberam mais dar o que o dinheiro compra do que carinho, afeto e princípios. Agora, pergunto: O mal criado referido sente gratidão pelas benesses que os pais lhe deram, ainda que sejam apenas materiais? Não, logicamente não! Era obrigação dos pais que tinham dinheiro lhe darem bens materiais.
Filhos ingratos, adultos ingratos, maridos ingratos, pais ingratos. Na verdade “pais ingratos” é algo difícil de conceber. De regra pessoas ingratas não mantêm nada sério, nada que valha a pena afetivamente, afinal são cegos para emoções, consequentemente não mantém o apreço alheio por muito tempo, são bombas destruidoras de corações. Seres frustrados, seres frustrantes, cegos afetivamente, só isso. Aliás, a palavra “só” combina com pessoas ingratas: Elas nasceram para serem sós.

Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 23 de março de 2010.

O "dar certo" dos casamentos.

O “dar certo” dos casamentos.

Quando uma relação “dá certo”? Quando ela dura 40, 50 ou 60 anos? Mas e se o casamento termina com 20 anos de união significa que ele não “deu certo”? Todo casamento esta “dando certo” enquanto existe amor. Se não há mais amor, sinto dizer, mas nem o casamento de seus avós que durou 60 anos “deu certo”!
No quesito felicidade afetiva não existe “dar certo” para inglês ver. Sinto dizer, mas pode uma união durar 2 anos e ter dado mais certo quando o casal se separa com o fim do amor do que a daqueles que estão juntos a 10 anos mas não se amam intensamente desde o primeiro ano de união.
Tive férias há pouco tempo e estive hospedada num simpático hotel onde convivi com muitos casais. Casais jovens, casais antigos e o que mais me encantou foi ver aqueles que se relacionam bem, que combinam harmoniosamente.
O diálogo, a paciência de um com o outro, a interação, o fato de dois estarem em harmonia como se fossem um demonstra que aquelas relações estão dando certo: Há amor, muito amor.
O amor é o pai do respeito e da indulgência sem os quais nenhum relacionamento se mantém. Se sua relação terminou porque o respeito começou a faltar, porque as brigas começaram a ser constantes saiba que sua relação deu certo até ai: Até o momento em que o respeito deixou de existir independente de ter ocorrido, ou não uma traição. Ou melhor, adultério porque a traição se caracteriza, inclusive pelo egoísmo daquele que magoa, que deixa de se importar com os sentimentos de quem outrora amou.
Não importa quantos anos tem um relacionamento, curta ou longa toda relação “dá certo” enquanto existe amor, respeito e indulgência. Quando a intensidade deles começa a enfraquecer o relacionamento terminou por mais que o casal se mantenha dormindo sob o mesmo teto o resto de suas vidas.


Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 22 de março de 2010.

Cuidado!

Cuidado!

Desconfie do que você escuta. Preste atenção a fatos, as circunstancias da vida de quem lhe fala. Cuidado com quem quase sempre é o “inocente prejudicado”, a “vítima” dos outros e seus “atos vis”. Cuidado, muito cuidado com quem é “coitado”.
A vida não tacha quem é “coitado” e quem não é. Ser “coitado” é um adjetivo que as pessoas colocam em cima de si mesmas, e, via de regra, age assim quem quer algum privilégio.
Quem se faz de coitado não tem vergonha na cara para chamar a atenção se fazendo de vítima do mundo. Quem se faz de coitado acha que só ele cansa, só ele sofre, só ele se sente assoberbado, só ele se sente mal, só ele te problemas grandes no mundo e você jamais será ouvido ou valorizado por quem tem esse “coitadismo” maléfico que é sinônimo de egoísmo e falta de vergonha na cara. Quem não tem brio, quem não tem vergonha é perigoso. Quem engana os outros e se faz sempre de vítima possui algo de letal dentro de si e pode fazer mal a qualquer um.
Pode enganar, pode tripudiar de sua boa fé, de sua bondade e não vai ter piedade alguma na hora de lhe maltratar, pois sabe que conseguirá enganar aos desavisados se colocando na posição de vítima. De sua vítima inclusive! Aliás, pode até tentar fazer você acreditar que é o errado da história, e se você estiver com a mente um pouco cansada, não duvide que poderá acreditar e sentir dó, ou de repente pedir “desculpas” pelo que não fez!
Cuidado com a mocinha ou com o rapaz que se coloca na posição de vítima dos pais e de sua criação, daqui a pouco ele vai ser sua vítima, por mais que você não faça nada contra ele! Existem pessoas de mente muito perigosa neste mundo e elas podem devastar com a sua vida em pouco tempo com jogos mentais extenuantes, sabotando seu amor próprio, sua vocação, seu brio.
Cuidado, muito cuidado com o que as pessoas falam quando você não as conhece, nunca deixe de ouvir o que os outros falam por ai da pessoa que lhe despertou o interesse: “Onde há fumaça, de regra há fogo”, pode parecer careta, mas esqueça preconceitos e nunca esqueça dessa frase, certo?! É sempre bom se proteger, é sempre bom resguardar a sua paz interior.
É possível ser muito feliz sozinho, fazendo programas sem a companhia de outra pessoa. Valorize sua individualidade, sua liberdade, seu coração e sua alma como preciosidades que são. Escolha uma jóia raríssima para acrescentar a seu mundo, mas saiba que elas não estão em qualquer joalheria, e, principalmente saiba que nem tudo o que brilha é diamante e que tem muita bijuteria convencendo ourives de que é ouro.
Cuide bem de você mesmo e dobre a atenção destinada a suas escolhas quando você começa a ver o mundo com as lentes foscas da carência e da vontade de ter “alguém para amar”. Se não há ninguém a sua altura destine todo seu amor para você mesmo, para seus pais, para seu cão, para seu trabalho, enfim, o amor que você tem no coração é precioso e não deve ser desperdiçado com quem cedo ou tarde irá lhe fazer sofrer com seu “coitadismo crônico”.

Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 22 de março de 2010.

Destemor e realizações

Destemor e realizações.

Você sabe o que você quer na sua vida profissional? Você sabe o que deseja para si na vida afetiva? Sabe para onde a estrada que optou esta lhe levando, ou melhor, sabe o destino da estrada na qual você esta trafegando, você sabe para onde esta indo? Sabe para onde você quer realmente ir?
Pode ser emocionante, desestressante e até mesmo divertido pegar seu carro numa tarde de domingo e sair trafegando sem rumo por ai, todavia o futuro não promete ser nada gracioso para quem não tem um rumo certo na vida.
A gente precisa de metas para viver. Precisamos de objetivos, de sonhos e, por fim, somos os responsáveis por nosso destino, por nossas escolhas, daí a importância de sabermos o que queremos para nós. A gente não vive de verdade enquanto não aprendemos a tomar as rédeas de nosso futuro nas mãos.
Se você tem um sonho, uma meta, dedique-se para realiza-las. Se for preciso mude de cidade, de Estado, de País. A vida diz “sim” para quem afirma positivamente o que ela oferece para a conquista de seus desejos.
Sucesso e prosperidade têm quem se dedica sem titubear a sua busca, a sua conquista e realização, aliás, em qualquer aspecto na vida só é realizado quem quer, quem procura e quem perde o medo de enfrentar as adversidades, afinal é preciso enfrentar algumas tempestades para poder se deleitar com a imagem do arco íris, do contrário, qual seria a graça?
Se você sabe o que quer não tenha medo de lutar, de enfrentar dificuldades siga em frente, busque e acredite em si mesmo, não existirão problemas maiores que sua fé e sua força, consequentemente não existirá nada que impeça sua realização.


Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 21 de março de 2010.

Sensações abençoadas

Sensações abençoadas.

As melhores sensações que experimentamos na vida não têm preço e nos dão tanta alegria e felicidade que se tornam praticamente indescritíveis, de forma que podemos narrá-las sem que ninguém afira seu real significado: São sensações tão intimas que o outro não capta o que elas significam para nós.
Olhar as estrelas através da janela de um veículo em movimento enquanto sentimos uma imensa paz e alegria por sermos quem somos. Um momento único de comunhão pessoal em que nos sentimos abençoados simplesmente por sermos nós mesmos: Estamos no silêncio de nossa alma, que pensa mil coisas positivas e sente o orgulho de estar no corpo de um ser que se perdoa pelos erros cometidos e por ser imperfeito. Só quem já sentiu sabe quão abençoada é essa sensação.
Falo da sensação de estar só conosco mesmos sem sentirmos qualquer agitação na alma, sem sentir nenhum sentimento pernicioso que nos atordoa interiormente. Falo de um momento de plena aceitação íntima onde estamos gozando plenamente do momento presente em nossa vida.
São sensações que só quem tem plena paz interior consegue sentir. Muitas pessoas passam uma vida sem ter um momento assim: Simples, silencioso e de plena felicidade. Um momento que é tão abençoado que os anjos param para nos olhar e abençoar nossa alma, simplesmente estupefata de felicidade interior.

Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 22 de março de 2010.

"Tudo" para dar certo?

“Tudo” para dar certo?

Seguidamente ouvimos casais se separarem e saírem da relação dizendo que “fizeram de tudo para que desse certo”. Essa afirmativa é preocupante e nela se exaure o fato de que uma relação para dar certo jamais vai requerer que “tudo” seja feito em prol disso.
Quanto mais natural e harmoniosa for a convivência do casal, mais simples será o relacionamento e consequentemente ele dará certo sem que haja sacrifícios de um ou ambos os envolvidos.
As coisas boas nascem prontas. Tudo bem, eu concordo que relações humanas não são coisas e, portanto carecem de interação e diálogo. Mas, ora essa, desde quando dialogar se tornou algo do qual se deva temer? Duas pessoas que combinam, ainda que divirjam em determinados pontos não irão ver na troca de opiniões que consubstancia os diálogos algo a ser temido, afinal conversando se entendem, o contrário é o que pensa aquelas pessoas que não combinam entre si ou que não tem paciência e capacidade de respeitar ao outro, para quem, enfim, cada diálogo implica em uma briga.
É por isso que a gente segue a vida e aprende que relações harmoniosas e que possivelmente durarão anos sem que haja brigas e discussões hediondas entre o casal (e consequentemente desgaste do amor e sentimentos) não carecem de demasiado desperdício de energia em prol dela. Elas fluem e seguem seu ritmo como um coração saudável quando bate: Não é preciso intervenção médica, não há crises arrítmicas ou nada que o abale.
Relações quando nascem para dar certo não tem o clima pesado por brigas ou diálogos desrespeitosos. São serenas, brandas, apesar do fogo da paixão. Não existe doença nelas que façam com que “tudo” tenha que ser feito para salva-las. Relações em que é preciso “toda” dedicação para que dêem certo nascem como uma criança que vem ao mundo com uma moléstia grave e letal: Cedo ou tarde sua existência finda por mais esforço que seja feito em prol dela.

Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 21 de março de 2010.

Separação

Separação

A gente sabe que qualquer rompimento é frustrante, em especial porque além de duas pessoas um relacionamento é composto de expectativas, de sonhos, de desejos e são esses que, quando um casal se separa, terminam nos soterrando.
Deixar o outro é fácil quando o amor se esvai, quando o amor foge pela janela após o desrespeito e a desconsideração entrarem pela porta principal. Difícil, na verdade é visualizar uma vida sem aqueles detalhes com os quais nos acostumamos, difícil é fazer novos planos quando os antigos abrem o chão a nossos pés e a frustração nos soterra.
É preciso força, altruísmo e amor próprio para catar os pedaços de nosso coração que foi devastado por uma série de decepções. Todavia, existe vida após a separação, após um divórcio, vida que se fosse novela global certamente seria reconstruída ao som de “Começar de Novo” do Ivan Lins.
Começar de novo realmente vale a pena. Fazer novos sonhos e enterrar os velhos custa alguma dor, mas é dela que aferimos sapiência para reconstruir uma vida mais madura, com arestas bem aparadas e com novas metas e desejos.
Independente da fase da vida em que a separação ocorre, independente da idade do relacionamento, a dor não muda muito. Aliás, a frustração equipara as pessoas e suas relações apesar das peculiaridades de cada uma, mas é essa mesma dor que recompõe novos sonhos, novas metas, é essa dor que constrói uma pessoa mais madura e forte para recomeçar a vida sem alguém ao lado, mas muito mais dono de si e forte interiormente.

Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 21 de março de 2010.

Desculpas vãs.

Desculpas Vãs

Se eu pudesse dar um conselho para os mais jovens, ou, ao menos, para os mais inexperientes no quesito “relações afetivas” e se conselhos fossem bons (é eu sei, se fossem seriam vendidos) eu diria para nunca acreditarem em quem lhes diz, ou melhor, em quem lhes promete que vai “mudar”.
As aspas se justificam, primeiramente porque pessoas que são boas para você só irão mudar, ou melhor, irão amadurecer porque a tendência da vida é essa. Ou seja, essas pessoas irão mudar por elas mesmas e não por você ou por quaisquer sentimentos que digam sentir por outra pessoa.
Em segundo lugar esta o fato de que a pessoa que lhe faz bem, que lhe faz feliz o fará sendo quem é e não precisará prometer mudança para que possa vir a ser um bem em sua vida. Pessoas que lhe fazem feliz não precisarão prometer nada, você se sentirá bem sendo quem é e estando com aquele alguém sendo ele mesmo da forma mais transparente possível.
Ademais, quem lhe faz bem, quem lhe respeita como você é, jamais irá lhe magoar profundamente a ponto de precisar pedir escusas por algum ato. Quem lhe admira e estima não vai fazer nada para lhe ferir, pelo contrário, vai se preocupar com seu bem estar e alegria, jamais vai desejar ver uma lágrima correndo pelo seu rosto e vai evitar ao máximo ser seu causador e, mais ainda, jamais vai ousar lhe fazer sofrer.
Ouso, pois aconselhar: Não siga em relacionamentos em que a outra pessoa precisa se desculpar. Não siga em relacionamentos em que o outro precise prometer que vai mudar. Pessoas que valem a pena jamais farão algo para você do qual terão que pedir desculpas, pessoas que valem a pena ter por perto jamais precisarão mandar rosas pedindo desculpas ou chegar ao extremo da humilhação para te reconquistar. Pessoas que lhe estimam não vão explodir com você, vão lhe preservar em nome do sentimento que sentem e saberão resolver seus problemas no momento oportuno e com quem devem, ademais, quem explode é bomba: Fuja se isso acontecer.
Vire as costas, siga adiante, sofra cedo e não em dobro posteriormente por quem lhe magoa e promete não faze-lo. A vida ensina que essas promessas são tão vãs e vazias quando aquele que lhe fere, lhe machuca e não tem vergonha para pedir desculpas por atos que pessoas que valem a pena ter por perto jamais fariam.

Cláudia de Marchi

Terra do Nunca, 21 de março de 2010.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Eu vivi.

Eu vivi.
Fazia algum tempo que eu não ouvia as pessoas. Não ouvi os nobres conselhos da minha mãe, não ouvi meus conhecidos e as pessoas que me queriam bem, não ouvi meu pai e o que é pior: Não ouvi minha consciência, que é Deus falando dentro de mim.
Não em vão dos 26 anos completos aos 27 anos incompletos, ou seja, em menos de 12 meses eu capotei um carro numa estrada perigosíssima após sair de uma curva a 130 Km/h, deixei minha cidade e minha quota parte num escritório de advocacia famoso para mudar de município, casei e separei passando por decepções e dores imensas. O que eu quero dizer com isso? Se a gente deve ou não ouvir os outros (?). Não sei. Apesar de tudo continuo sem saber, afinal existem pessoas de alma imprudente como a minha, que precisam sofrer na pele e ter certeza de tudo que pensam para então tomarem suas decisões.
A vida é um lindo campo aberto para quem quer gozá-la, para quem tem sede de viver e não cruza os braços diante dela. A gente escolhe as flores que vamos plantar, e das colhidas, além do aroma poderemos sentir os espinhos, por isso devemos selecionar bem aquelas que vamos colocar em nosso jardim.
Eu saí viva debaixo de um carro que saiu de uma curva capotando morro acima. Eu tive a sorte de olhar para meu lado esquerdo e poder ver um carro destruído com as rodas para cima sem ninguém mais ter se ferido. Eu tive a benção de sentir o corpo doído ao ficar apenas oito horas em observação numa maca de hospital sem ter um arranhão no corpo. Eu consegui sair de uma separação tardia de um matrimônio precoce catando os pedaços estraçalhados de meu coração explodido pelo ódio (de mim mesma) que minha razão detonou. Consegui sair ilesa, sozinha e sem rebentos, recuperando a custa de dor o meu amor pela vida e por mim mesma. Consegui superar a culpa e o arrependimento pelas escolhas feitas. Voltei a me amar, a amar a advocacia, a leitura, a arte da escrita e tudo que sempre teve valor para mim e passa longe de contas bancárias.
Eu consegui sair da pior fase de minha vida sorrindo e tranqüila por ter feito o bem que eu podia, embora saiba que tenha magoado muitas pessoas por não tê-las ouvido. E você, vai arriscar não ouvir o que a vida tem a lhe dizer? Ou vai seguir o seu coração tapando a voz de sua consciência? Será que você vai sentir dor ao sair debaixo do carro ou será que não sentirá mais nada, nem mesmo sua própria respiração?
Não sei. Se a gente soubesse ontem o que a gente sabe hoje talvez não sofresse tanto. Mas e se não sofresse, será que saberia? Talvez o bom seja experimentar. Viver para saber. Sentir na pele. Talvez o melhor seja ser prudente e se conter. Ouvir a razão, mas, e a intuição? Quando a gente fecha os ouvidos não ouvimos nem nossa própria alma, nem nossa intuição, nem nossa razão, nem Deus, nem ninguém.
É. Eu acho que o melhor mesmo é ser razoável. É não perder-se de si mesmo, porque a gente só deixa de ouvir demais quando a gente vai se afastando de nossa própria essência. Eu dizia isso há um ano. Eu dizia isso há dois anos. Mas agora eu sei. Eu mudei e me reencontrei. Hoje sou a pessoa que eu queria ser nesse período atrás, mas que não podia ser. Hoje eu sei: Eu vivi, eu sofri.
Cláudia de Marchi
Terra do Nunca, 12 de março de 2010.

terça-feira, 2 de março de 2010

Atitudes inexplicáveis



Atitudes inexplicáveis

Porque as pessoas desperdiçam seu tempo tentando entender o porquê das atitudes alheias? Não existem atitudes inexplicáveis, existe isto sim, atitudes não compreendidas. Porque compreender o outro requer uma compaixão extrema que até mesmo pessoas íntimas não conseguem ter.
Não existem justificativas plausíveis ou “contentáveis” para inúmeros atos, todavia analisando a alma do homem, sua educação, sua forma de agir e reagir perante a vida, seus valores, seus princípios, sua moral e sua auto estima, ao menos se consegue vislumbrar uma razão para determinado ato.
Pobre do homem que tenta achar explicação para atos de grande complexidade. Este é um bom caminho para a insanidade. É através do coração que conseguimos compreender muita coisa, e, não custa lembrar que assim como ele abriga o amor e a estima, ele pode abrigar o ódio e o desprezo.
Sentimentos vis? Sim, todos nós temos. Assim como todos gostamos de ser bem tratados, respeitados, acarinhados, valorizados, somos capazes de ter raiva, asco e desprezo quando maltratados somos. Existem explicações para muitas coisas, todavia, para algumas, apenas o seu autor sabe expressar e certamente não o faz pela certeza de que não será realmente compreendido.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 02 de março de 2010.

Aborígines



Aborígines

Não existem circunstâncias mais patéticas do que a de seres humanos discutindo entre si. Nem macacos fazendo graça conseguem parecer tão tolos e bobos. O homem quando grita para ter razão ou para expor a razão que acha que tem se assemelha a um aborígine acéfalo, se é que algo tão grotesco existe.
O ser humano é racional e deve aprender que assim como ele pode falar, ele também deve ouvir, tudo, claro, dentro do respeito, sem ofender a moral ou os princípios alheios.
Todavia, infelizmente existem homens e mulheres que nasceram para viver na natureza, como animais. Não falo dos naturalistas, longe de mim querer ofende-los vez que a nudez para eles representa expressão de liberdade e respeito ao corpo do outro, mas falo daqueles seres que não conseguem ouvir opinião contrária sem se exaltar, que não aceitam argumentos sem gritar e, por fim, que liquidam com a parcimônia por agirem como animais desprovidos de razão.
Não é necessário ter sangue de barata, mas é preciso saber ouvir antes de gritar e impedir o outro de dizer o que deseja, porque, muita vezes, por uma palavra, uma vida, uma relação ou algo muito valioso pode ser salvo, ainda que seja uma simples amizade.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 02 de março de 2010.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Gentinha



Gentinha

Como tem gentinha nesse mundo que acha que a nação acontece na circunferência pérfida de seu umbigo. Pessoas ciumentas, mal educadas e que, por conseguinte, juntam-se a pessoas iguais a elas, ou, no mínimo as contaminam com seu espírito fétido.
Pessoas que não param para ouvir o outro, seus argumentos e explicações que, talvez, para eles nada signifiquem. mas para quem os diz (ou tenta dizer-lhes) pode aliviar a alma num pedido de desculpas.
E essa gentinha que morta não faz falta vive por ai rindo dos outros, e o que é pior, rindo daqueles pelos quais um dia disseram (ou mentiram?) que tinham bons sentimentos. Ciúme, inveja, raiva e qualquer sentimento colérico aproximam o homem que deveria ser racional, de um animal. De um pobre animal sedento de compaixão e amor.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 19 de fevereiro de 2010.