“Vinte e muitos anos”.
Como é bom superar os “vinte e poucos anos”, para chegar aos “vinte e muitos “. Muito amor dado, muito recebido, muitos risos, muitas realizações, muitas perdas, muitos desgostos, muitas frustrações, muita felicidade, muitos sorrisos, muito aprendizado, você esta prestes a renascer aos 30 anos, e isso é muito bom! Creio que estar perto dos 30 anos me fez valorizar cada segundo de vida que tive: eu já não me importo com o tanto que sofri, já não me arrependo das minhas batalhas, lutadas com afinco mesmo na iminência da derrota, que também não me importa mais, da mesma forma já não me envaideço com minhas vitórias. O jogo da vida gira muito rápido para termos sentimentos fúteis como orgulho, egoísmo, pais do narcisismo. Hoje eu sou eu, e adoro isso! A beleza, o fogo, o entusiasmo, os sonhos, as metas, as expectativas, são mais aprimoradas do que a dos “vinte e poucos”. Eu era tão escultural com tal idade, tão cabeluda, tão tola, tão cheia de convicções, que a vida me ensinou, era uma mala de ilusões. A vida me ensinou que o tempo aprimora a alma, e que ela reflete nos olhos de quem nos vê e nos espelhos que nos enxergamos. Nos “quase trinta”, você se olha no espelho e vê uma mulher com uma vida a gerir: a sua. Você olha o seu sorriso e ele parece ser mais charmoso, mais “sacana”, você esta muito mais sensual do que na época que tinha tempo para malhar 3 horas por dia. Hoje a sua mente, a sua postura, a sua auto-estima e amor próprio é que estão fortes, quase inabaláveis. Aos quase trinta você já viveu um amor verdadeiro, ou mais que um. Aos quase trinta você já fez de tudo por um amor, você perdeu o temor, você tolerou tudo o que podia de alguém por amá-lo e, nunca deixou de perdoar. Você perdoou e foi feliz, mas, o que você não sabia aos “vinte e poucos “ e descobre aos “vinte e muitos” é que de nada adianta perdoar sem esquecer. Mas Deus não dá amnésia para quem Lhe pede, infelizmente. “Aos vinte e muitos” você vê a vida de outra forma, você tende a parar de achar que as pessoas podem ser objetos, você passa a respeitar mais a si mesmo e aos outros. Você cresceu e só quer grandiosidade, relações banais, sem sentimento, não lhe servem para nada e são substituídas divinamente por uma taça (ou uma garrafa) de um bom vinho e um banho quente. Aos quase trinta, você já superou seus medos e traumas, e quer se apaixonar, amar, ou, apenas, ficar só, então, para que perder tempo? Afinal, você não tem mais “vinte e poucos anos”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 17 de abril de 2011.
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