Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Saudade constante

Saudade constante

Eu sinto muita saudade. Sinto saudade de pessoas que devem ter me esquecido, sinto saudade de pessoas que se deram o direito de me odiar, sinto saudades dos animais que tive, dos momentos que vivi, de instantes que muitos já teriam esquecido.
Sinto saudades de quindins, ostras, peixes, carnes, massas, sinto saudade do vinho, da espumante, da bebida adocicada e do suco. Sinto saudade de outros sabores que mesmo sendo salgados ou picantes me remetem á doces lembranças. Sinto saudade de estradas, praias, montanhas, vacas, lagos, rios e fazendas. Sinto saudade de paisagens, de cheiros, de gostos, de beijos, de toques.
Sinto saudades de ínfimos ou intensos desejos e sensações, sinto saudades do entusiasmo de certas idéias. Sinto saudades até mesmo da tristeza e da dor: As melhores professoras para os alunos mais teimosos na escola da vida.
Tenho saudades de lugares, de cidades. Sinto saudades até mesmo de locais nos quais eu não quis permanecer e de pessoas que deixei para trás, ou de lado, ou ao meu lado Sinto saudades de tudo que eu escolhi, de tudo que já senti. Sinto saudade daquela que já fui, sinto saudades do que muitas pessoas ignoram e desprezam.
Tenho uma forma peculiar de sentir e a saudade é minha amiga, ela não me faz sofrer e faz parte da minha vida. Sinto saudades porque sou sozinha, porque tenho plena consciência de que por mais que tente ninguém “esta por mim” neste mundo. Sou eu, apenas eu com meus sentimentos incompreendidos, com minha sanidade, eu e minha loucura, eu e meus desejos criticados, minhas atitudes malbaratadas.
Saudade não me traz tristeza ou melancolia. Se eu vivi, se eu sofri foi por meus atos e se agi foi por minha vontade. Assumo minhas atitudes acertadas ou não e é por isso que me relaciono bem com a saudade: Não trago o arrependimento com minhas lembranças, eis a questão.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 19 de agosto de 2010.

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