Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 28 de março de 2007

Agora.

Agora.

É um fato: a vida passa com uma velocidade espantosa. Os anos vão, as lembranças ficam, as horas passam, o cansaço chega, as alegrias nos alentam o espírito, e os momentos vão passando na medida em que outros vem chegando. Alegrias, lamentos, realizações, tristezas... Enfim, é a vida seguindo sua doce cadência.
Hoje em dia relembro dos meus anos passados e me perco no tempo: tudo parece tão recente, mas, na verdade, são episódios de 10, 15 anos atrás. Chegar aos 25 anos me fez ver que os anos passam e as lembranças aumentam, mas não se tornam vagas.
Recordo-me de um diálogo que ouvi num filme em que um casal se recordava do inicio do relacionamento sendo que, no seu momento presente, estavam em crise, e afirmavam algo do tipo: “A gente se recorda do início quando estamos próximos do fim.”
Talvez seja por isso que as pessoas idosas se recordem tanto de sua juventude e de acontecimentos pretéritos. Recordar, dizem, é viver, na verdade, creio que recordar faz o homem sentir-se vivo, e, muitas vezes, sentir-se importante e especial. Mas viver, realmente é curtir o presente, o momento atual.
Todavia, os anos passam e o que passou em nossa vida não interessa mais a ninguém, apenas à nós mesmos. Podemos escrever nosso nome na história, um dia, porém, se alguém lembrar será apenas dele (do nome) e não de quem realmente fomos, de nossas agruras, de nossos sentimentos, daquilo que só quem nos amou realmente sabe.
Ninguém, jamais irá nos considerar tão importante, apenas nós mesmos e aqueles que nos amaram pelo que fomos (e somos) e não pelo que fizemos na vida. E é por isso que devemos viver focados no presente, pena de passarmos nossos dias imersos em saudosismo daquilo que éramos e realizamos.
Se estivermos vivos é por que ainda somos e temos muito o que fazer, portanto o presente deve ser o instante ideal para empreender. O presente é o momento propício para novas realizações, certamente, com o tempero mais que especial da maturidade, da sapiência de quem viveu, sofreu, sorriu, amou, caiu e aprendeu.
E sempre, enquanto viver, irá gozar a vida, as dores, os amores, irá criar, realizar, e, aprender, crescer e evoluir. Ninguém é perfeito, mas todos estão fadados à perfeição, basta que vejam que a estrada da vida nos conduz ao aprimoramento, basta que tenhamos o espírito humilde para aprender sempre, reclamar eventualmente, e jamais desistirmos!
O presente é o melhor presente, o melhor momento para tudo, em especial para constatarmos o lado bom de tudo que nos ocorre, para sorrirmos e nos rejubilarmos com quem somos, com o que fazemos e possuímos- para sermos felizes, pois. Se em 15 dias faço 25 anos, sei que não tenho mais a ansiedade permanente dos 20, a petulância fantasiada de sapiência dos 15.
Sei do que vivi, da pequena grande história que escrevi, mas sei, também que ainda não tenho a sabedoria que terei daqui a 10 anos! Falta muito, mas não falta tudo. O presente esta perfeito, pelo fato de ser o que tenho em minhas mãos. Do amanha, eu me encarrego, do passado eu me recordo, mas é agora que eu sou feliz.

Cláudia de Marchi

Concórdia/SC, 28 de março de 2007.

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