Casar ou não casar, eis a questão? Ou seria melhor a afirmativa: “assinar ou não um papel, eis a ilusão”? Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum. (Realmente, eu adoro essa frase!).
Cada pessoa com seus sonhos, com suas metas e objetivos escondidos no recôndito de sua alma. Ilusões, sonhos, desejos, todos tem em comum a existência de “algo” educacional, enfim, de alguma influência do legado de nossa educação e, inclusive dos dogmas que nossos pais inseriram em nossa forma de ver o mundo, os sentimentos e os relacionamentos humanos.
Casamento, igreja, padre, vestido branco e juras de amor. “Papel passado”, coisa linda! Não estou criticando, apenas deixo claro que amor, felicidade e união duradoura não necessitam destas cerimônias.
“Ora, mas se ele quer casar de papel passado é porque me ama, porque eu sou especial.”. Sim, mas se ele quiser compartilhar seus dias ao seu lado sem estes detalhes também significa que lhe ama. O amor não reside em atos burocráticos.
Afinal, a festa de casamento e todas suas pompas, a cerimônia, o padre e o juiz de paz são encargos baratos se comparados ao ônus do convívio diário, do compartilhar a cama, a mesa e, se não “o banho”, ao menos o banheiro.
Tudo é uma questão de ponto de vista. Não sou nenhuma defensora do casamento, pelo contrário, a vida me mostrou que a história de “troca de alianças” tem, muitas vezes, mais uma conotação de direito de propriedade do que de dever de amor: “Agora ele (a) é meu (minha)!”
E esta conotação, em muitos casos entorna o caldo da felicidade e do companheirismo: “Agora ele é meu e eu posso parar de malhar, ficar em casa vendo televisão com camisolão de malha e meias furadas”; “Agora ela é minha e eu posso deixa-la em casa e sair encher a cara (afinal assinamos um papel!)”; “Agora ele é meu e eu posso ter mais dores de cabeça e demonstrar minha TPM”; “Agora ela é minha e não preciso caprichar tanto nas preliminares”, e assim por diante.
Não falo de exceções, de casamentos entre pessoas que valorizam mais a parceria e a cumplicidade do que a “transferência de propriedade pessoal afetiva” (casamento) que nasceu para assegurar ao homem a certeza de fidelidade de sua esposa e de que os filhos que teria com ela seriam seus legitimamente. (Por isso da valorização secular da “virgindade”).
Ora, ora a união estável tem tudo de casamento, menos as pompas bur(r)ocráticas e religiosas. É a união de duas pessoas que se amam e desejam conviver sob o mesmo teto com a intenção de formação familiar (até mesmo porque a formação de uma família nasce da união entre duas pessoas, de sexo oposto - ou não).
Para que complicar então? Quem ama quer ficar junto, quem ama sente falta da pessoa amada, quem ama vive bem e se sente feliz na companhia do outro. Unidos estavelmente ou em matrimônio, o certo é que o amor e a inteligência devem prevalecer sempre, e, em especial, no caso do primeiro vir a se tornar o segundo.
É justamente a falta de papel passado e pompas que faz com que tudo corra bem enquanto não formalizado, porque, infelizmente ainda é forte no inconsciente humano a valorização ao papel e a opinião da sociedade: “Eles são casados, marido e mulher”. Não importa para a sociedade os desaforos que se aguenta, mas o que consta no papel.
E é toda essa hipocrisia que me dá náusea. É a existência, ainda, no imaginário feminino de que o casamento vai mudar tudo, de que serão mais felizes após assinar um papel. As mulheres casam por ilusão, e até mesmo por tolice, os homens para ter a certeza de que aquelas serão “suas”.
O amor, bem, esse pode estar por baixo ou por cima de tudo, mas ele não requer legalismo formal algum, ele se perpetua na paciência para o convívio harmônico, na parceria, na cumplicidade, e na alegria dos casais enamorados que mantém o respeito, o carinho e o diálogo como cernes da relação.
Cláudia de Marchi
Concórdia/SC, 28 de março de 2007.
Cada pessoa com seus sonhos, com suas metas e objetivos escondidos no recôndito de sua alma. Ilusões, sonhos, desejos, todos tem em comum a existência de “algo” educacional, enfim, de alguma influência do legado de nossa educação e, inclusive dos dogmas que nossos pais inseriram em nossa forma de ver o mundo, os sentimentos e os relacionamentos humanos.
Casamento, igreja, padre, vestido branco e juras de amor. “Papel passado”, coisa linda! Não estou criticando, apenas deixo claro que amor, felicidade e união duradoura não necessitam destas cerimônias.
“Ora, mas se ele quer casar de papel passado é porque me ama, porque eu sou especial.”. Sim, mas se ele quiser compartilhar seus dias ao seu lado sem estes detalhes também significa que lhe ama. O amor não reside em atos burocráticos.
Afinal, a festa de casamento e todas suas pompas, a cerimônia, o padre e o juiz de paz são encargos baratos se comparados ao ônus do convívio diário, do compartilhar a cama, a mesa e, se não “o banho”, ao menos o banheiro.
Tudo é uma questão de ponto de vista. Não sou nenhuma defensora do casamento, pelo contrário, a vida me mostrou que a história de “troca de alianças” tem, muitas vezes, mais uma conotação de direito de propriedade do que de dever de amor: “Agora ele (a) é meu (minha)!”
E esta conotação, em muitos casos entorna o caldo da felicidade e do companheirismo: “Agora ele é meu e eu posso parar de malhar, ficar em casa vendo televisão com camisolão de malha e meias furadas”; “Agora ela é minha e eu posso deixa-la em casa e sair encher a cara (afinal assinamos um papel!)”; “Agora ele é meu e eu posso ter mais dores de cabeça e demonstrar minha TPM”; “Agora ela é minha e não preciso caprichar tanto nas preliminares”, e assim por diante.
Não falo de exceções, de casamentos entre pessoas que valorizam mais a parceria e a cumplicidade do que a “transferência de propriedade pessoal afetiva” (casamento) que nasceu para assegurar ao homem a certeza de fidelidade de sua esposa e de que os filhos que teria com ela seriam seus legitimamente. (Por isso da valorização secular da “virgindade”).
Ora, ora a união estável tem tudo de casamento, menos as pompas bur(r)ocráticas e religiosas. É a união de duas pessoas que se amam e desejam conviver sob o mesmo teto com a intenção de formação familiar (até mesmo porque a formação de uma família nasce da união entre duas pessoas, de sexo oposto - ou não).
Para que complicar então? Quem ama quer ficar junto, quem ama sente falta da pessoa amada, quem ama vive bem e se sente feliz na companhia do outro. Unidos estavelmente ou em matrimônio, o certo é que o amor e a inteligência devem prevalecer sempre, e, em especial, no caso do primeiro vir a se tornar o segundo.
É justamente a falta de papel passado e pompas que faz com que tudo corra bem enquanto não formalizado, porque, infelizmente ainda é forte no inconsciente humano a valorização ao papel e a opinião da sociedade: “Eles são casados, marido e mulher”. Não importa para a sociedade os desaforos que se aguenta, mas o que consta no papel.
E é toda essa hipocrisia que me dá náusea. É a existência, ainda, no imaginário feminino de que o casamento vai mudar tudo, de que serão mais felizes após assinar um papel. As mulheres casam por ilusão, e até mesmo por tolice, os homens para ter a certeza de que aquelas serão “suas”.
O amor, bem, esse pode estar por baixo ou por cima de tudo, mas ele não requer legalismo formal algum, ele se perpetua na paciência para o convívio harmônico, na parceria, na cumplicidade, e na alegria dos casais enamorados que mantém o respeito, o carinho e o diálogo como cernes da relação.
Cláudia de Marchi
Concórdia/SC, 28 de março de 2007.
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