Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 23 de abril de 2007

A curtição

A curtição

Gente desprevenida no domingo à noite sem um livro bom em mãos, um calmante para dormir ou um bom filme para assistir se entrete com o Fantástico e suas "pérolas". Fernanda Lima, linda, simpática, elegantíssima apresentou, ontem, um quadro falando do comportamento dos jovens na noite. E que comportamento, para ser mais estúpido só faltava que nossos "jovens" (pessoas com 25, 28 anos não são tão "jovens" assim no meu ponto de vista) andassem de quatro.
E não andam, infelizmente, se andassem estariam, ao menos mostrando a irracionalidade de forma mais notória. Homens, mulheres que saem para "curtir" a noite. Curtir significa beijar, fazer sexo ao "primeiro" encanto, enfim, no primeiro encontro. As mulheres, segundo eles, são as "predadoras", segundo elas são as mais "decididas".
Para mim são todos seres distantes da coerência, estão distantes da auto-estima madura, da lógica que deve viver um individuo que se valoriza. Beijar, beijar e beijar. Eu, pessoalmente, não lembro de ter achado meus fartos lábios no lixo. Tampouco o corpo para vilipendia-lo após uma bebedeira, ou não. Aliás, nunca bebi quando saia à noite, ao menos nunca para ficar tonta.
Saia para dançar, ver gente, elevar a auto-estima vendo a grande maioria das mulheres se comportar de forma ridícula.Não sou hipócrita, portanto afirmo: Observar o comportamento tolo das moças que pouco se valorizam me causava um enaltecimento pessoal, pois me via como exceção, após, me dava pena, muita pena.
Não muito diferente era meu pensamento em relação aos homens. Sempre gostei de homens reservados, daqueles que ficam sozinhos, observando à tudo e à todos, homens seletivos que jamais ficam com as "faceirinhas" das festas, aqueles que saem para se divertir, espairecer e que, por isso, não habitam boates como pudins em mesa de família no domingo.
A linda Fernanda perguntou com seu agradável sotaque gaúcho: "Será que a juventude se perdeu?". Sinceramente, espero que não. Não por completo, porque a base que são os valores e a estima pessoal perderam-se em alguma curva e não foram mais encontradas. Ser solteiro virou sinônimo de beijar todo mundo, de fazer sexo com quem se quer.
Ora, mas, segundo a reportagem uma pesquisa indicou que as jovens até 25 anos não tiveram mais do que 4 parceiros e que os mesmos foram namorados. Pesquisas que envolvem perguntas e respostas são falhas. Mulher nenhuma admite que transou de primeira, que teve 14 parceiros e não 4. Basta observar atentamente o agir feminino nas festas para se constatar que tal pesquisa não demonstra resultado coerente.
A verdade é que sexo não é mais tabu, a liberdade virou libertinagem, as mulheres expõe orgulhosas seus corpos como se fossem o melhor pedaço de picanha para o açougueiro mostrar dependurado em seu estabelecimento. Foi-se os tempos do pudor, da beleza elegante, das roupas chiques. Eis o momento da barriga de fora, em que as saias parecem blusinhas mais longas.
A elegância cedeu lugar à vulgaridade, o galanteio dos homens cedeu lugar à porres homéricos. Os homens deixaram de valorizar as mulheres que, para eles, se tornaram "coisas substituíveis" e nesse hábito de mal julgar as boas mulheres vão se irritando, porque mulher decente merece e quer ser estimada, apreciada, valorizada. É díficil ser exceção nesse mundo de maiorias.
Não existem mais gentleman mas seres embriagados olhando suas presas sem ter, sequer, a capacidade de estabelecer um diálogo porque a embriagues os impede. Por trás de tudo esta a falta de amor. Falta de amor próprio, carência: falta de ter a quem amar. Assim as mulheres caem em qualquer trova, e os homens se jogam em qualquer cama, com qualquer uma.
Preservativo? Nem sempre. E a Aids continua, filhos indesejados nascem sem culpa alguma da irresponsabilidade de seus pais, e a vida vai seguindo este rumo tragicômico para seus atores principais- serial kissers e afins. Deveria existir uma "camisinha" mental, que funcionasse como um aditivo de razão ao cérebro do homem que, de racional, às vezes só tem a caracterização teórica. Na prática, o homem vem agindo como animal.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 23 de abril de 2007.

Um comentário:

  1. Eu vi a reportagem.
    O que pensei na hora é que cada vez mais a adolescência está sendo prolongada. Aqueles "jovens" (adultos na verdade)de 27, 28 anos, pareciam adolescentes de 14 ou 15 anos. É nessa idade que ficar com 18 meninos (as) numa festa é interessante, talvez para se autoafirmar ou inflar o ego.
    Coisas estranhas da vida.
    Bjão Claudinha...

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