Quem “gosta da gente”?
Quem nunca parou para pensar se aquele colega simpático não “gosta da gente”, se a moça da empresa não “gosta da gente”, que alguém, enfim “gosta da gente”. Mas, não aquele “gostar” assim, sem graça, como quem gosta de maionese com pizza e queijo com polenta.
A maior, mas a mais pura, a mais compreensível, a mais intrínseca das “ambições” que o homem carrega em seu coração é a de ser amado. É a de ser “gostado” como se fosse o único ser a despertar tal sentimento em alguém de forma a se tornar inesquecível em sua existência.
Ensandecedor, no entanto é quando a gente não “sabe” se a pessoa que esta a nosso lado, realmente nos ama ou corresponde. Por outro lado, como é enaltecedor, como é bom saber, sentir, perceber que somos amados. Basta que reparemos a alegria de um filho quando o pai o abraça, consola e beija. Os olhos brilham, as pernas balançam, a alegria comove.
O homem nasceu para ser amado. Foi criado para o amor, mas ele mesmo se desvirtuou. Por privilegiar o trabalho, esqueceu da família, por privilegiar o descanso após a exaustão, esqueceu de dizer e demonstrar o quanto ama quem lhe esperava na volta da jornada laborativa.
A mulher deixou de lado seu aspecto maternal para “pegar junto” com o homem, e assim criaram-se pessoas carentes. E, principalmente, carentes da capacidade de dar o que não receberam - amor. Mas é inerente, esta implícito na alma humana, até mesmo o mais algoz dos bandidos se enternece com um abraço materno, com um ato de demonstração de afeto.
Existe uma longa distância entre o sentir e o demonstrar. E entre a correspondência de sentimento e sua certeza. Se algum enamorado esta falecendo nesse momento, em alguma parte do mundo, ele não esta se arrependendo de ter amado, mas de não ter dito o quanto amava sua esposa, por exemplo.
Se alguém, no momento chora num banheiro porque viu o ex-namorado com outra, não se arrepende do amor que sentiu, mas do carinho que não deu e das palavras ternas que não disse. Por medo? Medo de se expor? Por dureza de coração? Por receio, falta de hábito? Excesso de auto-confiança, egoísmo, orgulho?
Não importa a justificativa, quem sente tal arrependimento vislumbra algo semelhando ao do acidentado que vê “o filme” de sua vida passar em sua frente no momento terrível - não importam os motivos, as causas, mas as ações ou omissões que teve na vida.
Sei da história de um homem admirável que morava em cima de seu local de trabalho. Ele era mecânico. Desceu para consertar um veículo que acabou caindo sobre seu corpo e o matando, ali mesmo, embaixo de sua residência. Lá, em sua casa, ficaram 4 filhas lindas, uma dedicada esposa, e um filho que costumava brincar em seu meio e idolatrava o afetuoso pai.
Quando me contaram a história eu apenas pensei: “Será que ele disse o quanto amava à todos?”. Não sei porque, mas, na época era isso que me dava um frio na espinha. Jamais perguntei nada a respeito, mas se não disse, deve ter sofrido um pouco por isso. Porque ele os amava mais do que tudo no mundo, mais do que o patrimônio que fez, mais do que as possibilidades que poderia ter tido.
Se ele soubesse que aquilo iria acontecer, talvez, tivesse “subido” mais cedo para almoçar, e ficasse mais tempo brincando com os filhos, talvez elogiasse o bife que a esposa fez e lhe desse um grande beijo. Talvez. Provavelmente.
Essa história tocou meu coração de uma forma indelével. Se eu sempre fui carinhosa, ao ouvi-la aprendi quão importante é valorizar quem a gente tem na vida, e não o que a gente possui. Amar, amar, e mais amar quem nos ama, e não aquilo que temos e podemos até gostar, mas que os ladrões podem nos levar.
Todos daquela família dispensariam a riqueza, para ter aquele homem ao seu lado. É no amor que a gente vive, são nos atos amorosos que a gente se eterniza e não naquilo que deixamos. Vamos ver quem “gosta da gente”, pelos atos, gestos e palavras que eles nos demonstram. Se gostarem, certamente terão lugar especial em nosso coração, serão eternos para nós, e nós para eles, basta que amemos intensa e sinceramente.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de abril de 2007.
Quem nunca parou para pensar se aquele colega simpático não “gosta da gente”, se a moça da empresa não “gosta da gente”, que alguém, enfim “gosta da gente”. Mas, não aquele “gostar” assim, sem graça, como quem gosta de maionese com pizza e queijo com polenta.
A maior, mas a mais pura, a mais compreensível, a mais intrínseca das “ambições” que o homem carrega em seu coração é a de ser amado. É a de ser “gostado” como se fosse o único ser a despertar tal sentimento em alguém de forma a se tornar inesquecível em sua existência.
Ensandecedor, no entanto é quando a gente não “sabe” se a pessoa que esta a nosso lado, realmente nos ama ou corresponde. Por outro lado, como é enaltecedor, como é bom saber, sentir, perceber que somos amados. Basta que reparemos a alegria de um filho quando o pai o abraça, consola e beija. Os olhos brilham, as pernas balançam, a alegria comove.
O homem nasceu para ser amado. Foi criado para o amor, mas ele mesmo se desvirtuou. Por privilegiar o trabalho, esqueceu da família, por privilegiar o descanso após a exaustão, esqueceu de dizer e demonstrar o quanto ama quem lhe esperava na volta da jornada laborativa.
A mulher deixou de lado seu aspecto maternal para “pegar junto” com o homem, e assim criaram-se pessoas carentes. E, principalmente, carentes da capacidade de dar o que não receberam - amor. Mas é inerente, esta implícito na alma humana, até mesmo o mais algoz dos bandidos se enternece com um abraço materno, com um ato de demonstração de afeto.
Existe uma longa distância entre o sentir e o demonstrar. E entre a correspondência de sentimento e sua certeza. Se algum enamorado esta falecendo nesse momento, em alguma parte do mundo, ele não esta se arrependendo de ter amado, mas de não ter dito o quanto amava sua esposa, por exemplo.
Se alguém, no momento chora num banheiro porque viu o ex-namorado com outra, não se arrepende do amor que sentiu, mas do carinho que não deu e das palavras ternas que não disse. Por medo? Medo de se expor? Por dureza de coração? Por receio, falta de hábito? Excesso de auto-confiança, egoísmo, orgulho?
Não importa a justificativa, quem sente tal arrependimento vislumbra algo semelhando ao do acidentado que vê “o filme” de sua vida passar em sua frente no momento terrível - não importam os motivos, as causas, mas as ações ou omissões que teve na vida.
Sei da história de um homem admirável que morava em cima de seu local de trabalho. Ele era mecânico. Desceu para consertar um veículo que acabou caindo sobre seu corpo e o matando, ali mesmo, embaixo de sua residência. Lá, em sua casa, ficaram 4 filhas lindas, uma dedicada esposa, e um filho que costumava brincar em seu meio e idolatrava o afetuoso pai.
Quando me contaram a história eu apenas pensei: “Será que ele disse o quanto amava à todos?”. Não sei porque, mas, na época era isso que me dava um frio na espinha. Jamais perguntei nada a respeito, mas se não disse, deve ter sofrido um pouco por isso. Porque ele os amava mais do que tudo no mundo, mais do que o patrimônio que fez, mais do que as possibilidades que poderia ter tido.
Se ele soubesse que aquilo iria acontecer, talvez, tivesse “subido” mais cedo para almoçar, e ficasse mais tempo brincando com os filhos, talvez elogiasse o bife que a esposa fez e lhe desse um grande beijo. Talvez. Provavelmente.
Essa história tocou meu coração de uma forma indelével. Se eu sempre fui carinhosa, ao ouvi-la aprendi quão importante é valorizar quem a gente tem na vida, e não o que a gente possui. Amar, amar, e mais amar quem nos ama, e não aquilo que temos e podemos até gostar, mas que os ladrões podem nos levar.
Todos daquela família dispensariam a riqueza, para ter aquele homem ao seu lado. É no amor que a gente vive, são nos atos amorosos que a gente se eterniza e não naquilo que deixamos. Vamos ver quem “gosta da gente”, pelos atos, gestos e palavras que eles nos demonstram. Se gostarem, certamente terão lugar especial em nosso coração, serão eternos para nós, e nós para eles, basta que amemos intensa e sinceramente.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de abril de 2007.
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