A besteira falada
Tem dias que parece que uma onda negativa cerca nosso ar, que algo de pernicioso, porém invisível aniquila nossas boas, ou, simplesmente, insossas intenções. São aqueles dias em que a gente fala uma besteira, e os outros a interpretam como uma ofensa homérica.
Feito, palavra falada: eis o motivo propício para o ambiente, literalmente se tornar infernal. A bobagem inútil que foi dita, via de regra, sem a intenção de ferir ninguém, (contudo o certo é que ela não precisava ser falada) se torna um punhal e o outro, por sua vez, saca suas espadas.
E assim começa a batalha, aquela inicial que de todas os prelúdios de guerra é a que mais deixa marcas, a que mais fere: a troca de ofensas, a mútua atribuição de culpas, as lembranças do que passou com a consideração de que tudo não passou de momentos ruins tolerados.
Poucas coisas podem ser tão desgastantes quanto discussões, porque, via de regra ocorre uma “amnésia pessoal”- quem ouviu a dita bobagem e se sente magoado, esquece de todas as besteiras que falou passando a atribuir ao outro tudo o que de ruim existiu entre eles, e. o que é pior, como se tudo que aconteceu fosse ruim.
Um relacionamento, como a vida, possui dias de sol, dias nublados, dias chuvosos, o certo é que nada pode ser perfeito quando duas pessoas imperfeitas se unem, ainda que baseadas no amor. Há de se ter paciência, de compreender que palavras mal-ditas não são “privilégios” de um e de outro - ambos estão sujeitos a dizê-las.
Mas, sem dúvida, amar é relevar, é superar brigas tolas, menções estúpidas, ciúmes imbecis, amar é transgredir as normas do inaceitável: é aceitar o absurdo pela simples capacidade de compreender o outro e suas fraquezas. E isso vale nas relações familiares, amizades e para os romances.
De fato, é sempre bom parar para pensar nos efeitos do que se diz, mas, muitas vezes a inocência e a distração são grandes. Aprender a sopesar os efeitos do que se fala é uma lição constante na vida do homem, mas, aprender a compreender as falhas alheias e os sentimentos que as baseiam é uma dádiva. Uma dádiva que só quem ama conhece.
Cláudia de Marchi
Marau/RS, 1° de abril de 2007.
Tem dias que parece que uma onda negativa cerca nosso ar, que algo de pernicioso, porém invisível aniquila nossas boas, ou, simplesmente, insossas intenções. São aqueles dias em que a gente fala uma besteira, e os outros a interpretam como uma ofensa homérica.
Feito, palavra falada: eis o motivo propício para o ambiente, literalmente se tornar infernal. A bobagem inútil que foi dita, via de regra, sem a intenção de ferir ninguém, (contudo o certo é que ela não precisava ser falada) se torna um punhal e o outro, por sua vez, saca suas espadas.
E assim começa a batalha, aquela inicial que de todas os prelúdios de guerra é a que mais deixa marcas, a que mais fere: a troca de ofensas, a mútua atribuição de culpas, as lembranças do que passou com a consideração de que tudo não passou de momentos ruins tolerados.
Poucas coisas podem ser tão desgastantes quanto discussões, porque, via de regra ocorre uma “amnésia pessoal”- quem ouviu a dita bobagem e se sente magoado, esquece de todas as besteiras que falou passando a atribuir ao outro tudo o que de ruim existiu entre eles, e. o que é pior, como se tudo que aconteceu fosse ruim.
Um relacionamento, como a vida, possui dias de sol, dias nublados, dias chuvosos, o certo é que nada pode ser perfeito quando duas pessoas imperfeitas se unem, ainda que baseadas no amor. Há de se ter paciência, de compreender que palavras mal-ditas não são “privilégios” de um e de outro - ambos estão sujeitos a dizê-las.
Mas, sem dúvida, amar é relevar, é superar brigas tolas, menções estúpidas, ciúmes imbecis, amar é transgredir as normas do inaceitável: é aceitar o absurdo pela simples capacidade de compreender o outro e suas fraquezas. E isso vale nas relações familiares, amizades e para os romances.
De fato, é sempre bom parar para pensar nos efeitos do que se diz, mas, muitas vezes a inocência e a distração são grandes. Aprender a sopesar os efeitos do que se fala é uma lição constante na vida do homem, mas, aprender a compreender as falhas alheias e os sentimentos que as baseiam é uma dádiva. Uma dádiva que só quem ama conhece.
Cláudia de Marchi
Marau/RS, 1° de abril de 2007.
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