Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Desconfortos existenciais

Desconfortos existenciais

Existem momentos em nossas vidas em que paramos pára pensar, ou porque algo nos descontenta, ou, simplesmente, pensamos em algo e nos sentimos descontentes. Mas, de fato, a ordem das ocorrências não altera seu produto- uma imensa sensação de que, como peças em um jogo, fomos colocados no lugar errado, fazendo funções que não seriam as nossas.
Todavia, (ora, ora) por algum motivo estamos aqui: Nesta vida, fazendo o que escolhemos, independente das contingências que influenciaram nossas opções, afinal, em algum momento tivemos plena convicção do que desejávamos e do caminho que queríamos trilhar. E, então, porque agora nos sentimos perdidos? Simplesmente porque o baile não esta como desejamos.
Independente da educação, do sofrimento e do aprendizado que o homem teve em sua vida todos te m em comum uma característica - em menor ou maior "grau" todos são contentes quando "tudo" esta bem. Percalços, dificuldades, e enfim, outras "cositas" que diminuem sua sensação de prazer (ou a esperança de tê-lo), bem como seu orgulho, o torna vulnerável a sensação de desconforto, enfim, ao descontentamento com sua vida, seja ela profissional ou afetiva.
O homem tem uma grande frustração- o fato de ser humano. De ser errante, de não ser Deus, e, portanto, de não poder lograr êxito em todas as suas pretensões, de não ter podido, no passado prever o presente, e no hoje saber como será seu amanha. Esta sensação causa ansiedade que, por sua vez, como uma pequena pulguinha na roupa de uma pessoa grande, começa a causar um imensurável desconforto. Um desconforto desproporcional em relação a força que, mesmo sendo errante, o homem possui e precisa para, nos momentos de dúvida e incerteza, resgatar a alegria de ser quem é, fazer o que faz e viver como optou por viver.
Portanto, para viver bem e ser feliz na maior parte de seus momentos o homem tem que aprender a reviver: A reviver sensações e esperanças, a pensar hoje naquela motivação que teve para colocar-se onde se colocou, e, assim, imergir-se em fé para continuar buscando, lutando e vivendo, da forma mais contente possível consigo mesmo e com as decisões que outrora tomou. Desistir, jamais, mas, adaptar-se é uma questão de sobrevivência. E um fator de inteligência para quem não quer ter uma vida frustrada.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 07 de maio de 2007.

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