Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 6 de julho de 2007

A cultura do menosprezo

A cultura do menosprezo

A grande maioria das pessoas foram educadas sob e égide da "cultura do negativo e do menosprezo". Poucos elogios, poucas afirmativas a respeito da magnitude, bondade, beleza e correção das atitudes e das pessoas, pelo contrário, pode-se agir certo sempre, diante do primeiro erro surge a reclamação, as alegações enfáticas e quase dramáticas que ferem a auto-estima alheia e tendem a indiciar ao outro que "tudo" é errado e que "tudo" sempre é ruim, afinal sobre o bem ou sobre o bom não se comenta, não se faz alardes.
E, assim as pessoas levam para suas vidas a "cultura negativista" que menospreza o bem e o bom dos outros para fazer ode à seus erros. Não elogiam ao outro quando ele esta elegante, bonito e alegre, quando dá uma opinião inteligente e sensata, não elogiam diariamente a comida da mãe, da esposa ou da doméstica, mas quando o sal é demais (ou de menos) urgem reclamações.
O desejo pelo "reconhecimento" é algo natural do ser humano o que não implica, necessariamente, numa obstinação, mas, isto sim, é um anseio normal, comum, que todos possuem, mas que costuma ficar latente porque, bem ou mal, todos se acostumam com esse estranho "funcionamento" da vida - poucos, ou quase ninguém, "reconhecem" o bom ou o bem que é feito.
Todavia, é quando somos deparados com uma crítica negativa que revive em nós aquela sensação, o anseio de reconhecimento vem como se fosse regurgitado, e pensamos: "Porque ele (a) nunca comenta ou elogia quando ajo ou estou bem?". É normal, e é nesse momento que fica evidente os efeitos lastimáveis dessa forma de viver que o homem manteve durante e que, praticamente, se tornou hereditária.
É a cultura do menosprezo, a cultura do orgulho, da falta de carinho. Os pais não elogiam seus filhos pelo bom comportamento durante 6 dias da semana, mas xingam, batem e gritam graças a "arte" que fizeram no domingo, e, assim, lá no fundo, muitos criam a idéia: "Então, do que vale ser bom se nunca reconhecem e se, por um erro sou tão castigado?".
É preciso, pois, que os pais passem muitos outros "bons valores" aos filhos para que eles não se "rendam" a esta forma vulgar, mas humana e óbvia de raciocinar e não se tornem pessoas mentalmente perturbadas e, quiçá, delinqüentes. Enfim, teriam muitas mudanças as relações humanas se essa cultura fosse transmutada para a cultura da virtude, para a cultura do elogio sincero e do afeto.
Elogiar o que é bom, fazer comentários sobre as ações justas, sobre as menções agradáveis, sobre os atos legais, elogiar o outro, física ou psiquicamente, e não menosprezar e criticar quando, em uma eventualidade, o outro desagradou. Agir assim traz mais harmonia nos relacionamentos humanos da mesma forma em que é uma forma de agir que deixa claro que o que vale a pena é ser bom, é agir bem.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 04 de julho de 2007.

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