O desdém aos "ex" dos recalcados
Poucos atos humanos são tão ridículos quanto os que são albergados pela expressão "cuspir no prato que comeu". Aliás, por trás do ato de fazer pouco caso de relações pretéritas, de amizades antigas, enfim, de criticar o que outrora foi cultivado e estimado, esta um grande recalque: Se hoje se critica o que um dia se teve é porque, por um motivo ou outro, não se conseguiu manter o que era "estimado".
Pessoas terminam casamentos, afastam-se de pessoas que lhes eram bem quistas e não hesitam em criticar, falar, atribuir ao outro suas mazelas, olvidando do fato de que nada finda por si só ou por culpa de uma pessoa apenas. É fácil atirar pedra no telhado alheio, difícil é perceber que o seu é de vidro.
De todas as alegações ingratas e afirmativas típica de indivíduos tolos e sem auto-estima a pior é a de que "ela não me fazia feliz". Aliás, como advogada eu ouvia muito essas expressões (por isso não atuo com freqüência na área de Direito de Família, prefiro até mesmo Direito Criminal): A pessoa viveu 15 anos com a outra e depois pára na sua frente e com fel na língua desabafa o que acha ser certo e justo sem perceber que a cada palavra dirigida contra o outro esta, implicitamente, lançando duas contra si mesma.
Ora, se o outro "era" de tal forma, porque ficou anos de sua vida com ele? Como o amou? Logo, para cada adjetivo em desabono alheio surgem dois (ou mais) substantivos contra quem lhes diz: Ignorância, carência e quiçá a expressão "pouco apreço por si mesmo". Enfim, falar mal daquele que ficou anos ao seu lado é um ato, no mínimo, tolo. Existem motivos para o fim da relação? Ótimo, então que se falem neles sem que haja necessidade de despejar um caminhão de mágoas mal resolvidas.
Sempre digo que julgar não é um bom hábito, mas a análise racional do outro é um pouco menos negativa. Ver o que de fato é verdade, analisar a conduta de ambas as pessoas, e buscar ser justo, sem depreciar o outro, apenas constatando suas reais mancadas, porém sem buscar "culpa alheia" quando os deméritos devem ser divididos. Sem estender, de forma cega e irracional, críticas do que sequer merece ser criticado.
O mesmo vale para quem viveu em união estável ou namorou alguém durante anos e sai criticando, e, pior ainda, fazendo-se de vítima do outro. Aliás, este é um gesto mas comum dentre as mulheres. Depreciam aquele que amaram, e que, quiçá fazia pouco caso de seus sentimentos, mas pelo qual eram apaixonadas e ousam culpa-lo pela sua infelicidade no período em que estavam em sua companhia.
Cada pessoa é o respeito que tem por si. Quem não se ama e valoriza não é amado nem valorizado, isso é uma verdade. Ademais, ninguém é obrigado a amar ninguém, e reconhecer o fato de que, simplesmente, não eram amadas é mais difícil do que criticar ao "ex" (que lhes gerou grandes recalques afetivos) e supervalorizar sua companhia atual como uma forma de abafarem o grito do inconsciente: "O fulano por quem eu morria de amores não quis ficar, namorar ou casar comigo!".
Aliás, o (a) "ex" calhorda pode ser um (a) excelente amante para outra pessoa. E é isso que incomoda quem, lá no fundo, conserva o recalque de não ter sido bem amado (a), e insiste em apregoar os defeitos alheios apimentados com uma dose dupla de fel, de desdém. Desdém típico dos recalcados que não tem a classe de calar-se ao falar de quem um dia amaram e por quem, um dia, chegaram a se humilhar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de julho de 2007.
Poucos atos humanos são tão ridículos quanto os que são albergados pela expressão "cuspir no prato que comeu". Aliás, por trás do ato de fazer pouco caso de relações pretéritas, de amizades antigas, enfim, de criticar o que outrora foi cultivado e estimado, esta um grande recalque: Se hoje se critica o que um dia se teve é porque, por um motivo ou outro, não se conseguiu manter o que era "estimado".
Pessoas terminam casamentos, afastam-se de pessoas que lhes eram bem quistas e não hesitam em criticar, falar, atribuir ao outro suas mazelas, olvidando do fato de que nada finda por si só ou por culpa de uma pessoa apenas. É fácil atirar pedra no telhado alheio, difícil é perceber que o seu é de vidro.
De todas as alegações ingratas e afirmativas típica de indivíduos tolos e sem auto-estima a pior é a de que "ela não me fazia feliz". Aliás, como advogada eu ouvia muito essas expressões (por isso não atuo com freqüência na área de Direito de Família, prefiro até mesmo Direito Criminal): A pessoa viveu 15 anos com a outra e depois pára na sua frente e com fel na língua desabafa o que acha ser certo e justo sem perceber que a cada palavra dirigida contra o outro esta, implicitamente, lançando duas contra si mesma.
Ora, se o outro "era" de tal forma, porque ficou anos de sua vida com ele? Como o amou? Logo, para cada adjetivo em desabono alheio surgem dois (ou mais) substantivos contra quem lhes diz: Ignorância, carência e quiçá a expressão "pouco apreço por si mesmo". Enfim, falar mal daquele que ficou anos ao seu lado é um ato, no mínimo, tolo. Existem motivos para o fim da relação? Ótimo, então que se falem neles sem que haja necessidade de despejar um caminhão de mágoas mal resolvidas.
Sempre digo que julgar não é um bom hábito, mas a análise racional do outro é um pouco menos negativa. Ver o que de fato é verdade, analisar a conduta de ambas as pessoas, e buscar ser justo, sem depreciar o outro, apenas constatando suas reais mancadas, porém sem buscar "culpa alheia" quando os deméritos devem ser divididos. Sem estender, de forma cega e irracional, críticas do que sequer merece ser criticado.
O mesmo vale para quem viveu em união estável ou namorou alguém durante anos e sai criticando, e, pior ainda, fazendo-se de vítima do outro. Aliás, este é um gesto mas comum dentre as mulheres. Depreciam aquele que amaram, e que, quiçá fazia pouco caso de seus sentimentos, mas pelo qual eram apaixonadas e ousam culpa-lo pela sua infelicidade no período em que estavam em sua companhia.
Cada pessoa é o respeito que tem por si. Quem não se ama e valoriza não é amado nem valorizado, isso é uma verdade. Ademais, ninguém é obrigado a amar ninguém, e reconhecer o fato de que, simplesmente, não eram amadas é mais difícil do que criticar ao "ex" (que lhes gerou grandes recalques afetivos) e supervalorizar sua companhia atual como uma forma de abafarem o grito do inconsciente: "O fulano por quem eu morria de amores não quis ficar, namorar ou casar comigo!".
Aliás, o (a) "ex" calhorda pode ser um (a) excelente amante para outra pessoa. E é isso que incomoda quem, lá no fundo, conserva o recalque de não ter sido bem amado (a), e insiste em apregoar os defeitos alheios apimentados com uma dose dupla de fel, de desdém. Desdém típico dos recalcados que não tem a classe de calar-se ao falar de quem um dia amaram e por quem, um dia, chegaram a se humilhar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de julho de 2007.
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