Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 10 de maio de 2008

Prazer

Prazer

Creio que tenha sido o pai da psicanálise, Freud, quem tenha definido com dedicação o Principio do Prazer. Desde criança o ser humano almeja o prazer, não apenas sexual, mas o “sentir-se bem”. Todavia, no mundo adulto muitas são as formas reais e inventadas de sentir prazer, alegria, enfim, de se ter bem estar.
Dinheiro, beleza, saúde, sucesso, amor, sexo, não necessariamente nessa ordem, e, tampouco “isolados”: O homem quer todos esses objetivos e muitos outros agregados. Mas, e “separadamente”, qual tem, de fato, maior valor, qual, realmente propicia um maior sentimento de prazer, entendido aqui como realização do individuo consigo mesmo (aquela sensação boa que o homem sente quando estufa o peito, ergue a cabeça e dá um sorriso de satisfação)?
Olhar no espelho e ver um rosto bonito, uma pele em ordem, dentes saudáveis, boca sensual, olhar penetrante. Uau! Ainda, em frente ao espelho visualizar um corpo firme, formas definidas, “celulite zero”, barriga dura, glúteo arrebitado. Mais uma série de “uau”. Mas, nem todos concordam com Caetano ao cantar “não me amarra dinheiro não, mas formosura, dinheiro não, a pele escura, dinheiro não, a carne dura, dinheiro não!”.
Na verdade, o que satisfaz o ego é a auto-estima. Muitas pessoas não possuem a carne dura, a pele escura, nem muita formosura, mas se vêem belas e por isso são contentes, alegres e transmitem boas energias, cativando quem lhes cerca. Não sou fútil, mas concordo com Caetano, não me amarra dinheiro não, mas elegância, cultura, carne dura, beleza pura, como diz a música.
Dinheiro, eis o objetivo maior do homem hoje em dia. Dizem que o homem feio com dinheiro se torna bonito, que a mulher endinheirada fica atraente, que dinheiro no bolso faz pessoa com “dor de cotovelo” ir sofrer em Paris. Não me importa muito isso, homem tem que ser bom em muitas coisas, em especial na dedicação ao trabalho, na ambição, mas não precisa ter uma conta bancária para realizar anseios femininos.
O dinheiro pode até comprar silicone, plástica, mas não compra aquela beleza que vem da alma, a alegria de viver e ser, neste mundo, quem se é. Quanto a sofrer em Paris ou qualquer lugar do mundo, não há relevância, bom mesmo é não sofrer, é ser capaz de deixar a dor de lado quando alguém que não nos valorizou, por exemplo, nos decepciona. Bom é ter inteligência emocional, e não dinheiro para gastar em demasia por incapacidade de lidar e superar a dor.
É bom sentir o prazer de fazer o que se gosta, conquistar objetivos, ter vitórias na profissão que se escolheu por sentir amor por ela. É bom sentir o prazer de pegar forte na mão de quem se ama, de abraçar, de sentir aquele calor, aquela vontade de ficar junto de alguém por ter por ele admiração e respeito.
Boa é a satisfação de se sentir bem na própria pele, de aprender a gozar a própria liberdade, de se desamarrar de conceitos hipócritas e fazer bem para si mesmo sem prejudicar aos outros, mas, também, sem dar importância ao seu julgamento e, assim, viver bem e incomodar os que não suportam ver uma pessoa alegre, de peito estufado, coração contente e sorriso nos lábios, aqueles que não suportam ver uma pessoa que vive com prazer e satisfação, simplesmente, viver.

Cláudia de Marchi.

Marau, 10 de maio de 2008.

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