Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Amores dominicais

Amores dominicais

Que tipo de relacionamento você deseja? O anseio do ser humano tem muito haver com a fase da vida e de maturidade que ele tem, bem como com o que aprendeu com os relacionamentos vividos.
Tem gente que acha que namorar a distância é uma maravilha: “Não tem brigas, quando o casal se encontra são só bons papos, boas situações”. Tem gente que nem namorar quer: Quer ter todos, sem ser de ninguém, dormir com muitos e acordar sem nenhum.
Questão de personalidade, de sentimentos, de maturidade, de experiência. Por outro lado, tem gente que curte o bom e o mau do relacionamento. Amor só para horas boas é e sempre será uma ilusão, não é a toa que os padres falam: “Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza”.
Logo, namoro de final de semana, namoro a distância, namoro de pouco convívio se baseia em ilusão que termina após alguns meses de convívio direto, em que a gente tem que respeitar o mau humor, a euforia, a tristeza ou qualquer estado de espírito do outro. Não que a gente goste, a gente respeita e o respeito é o maior sinal de amor que existe.
Nada contra namoros à distância, obviamente não. O amor ultrapassa oceanos. Mas, o amor tem que ser apesar da distância e sempre com a vontade de encurtá-la, ela não pode ser pretexto para se evitar o dia-a-dia, mas sim, por coincidência do destino que uniu pessoas de cidades, Estados ou (até mesmo) Países diferentes.
Cada um na sua fase. Tem gente que casa, descasa e nunca mais quer casar. Tem gente que namora e nunca mais quer saber de compromisso. Tem de tudo neste mundo. Pessoalmente acho que o bom é se divertir levando a vida a sério, amando com seriedade, curtindo o amor, curtindo a dor, a fossa, a ressaca, a depre, juntos, respeitando o outro, no dia a dia, nos bons e nos maus momentos, enfim.
As pessoas casam pensando na separação, passaram a acreditar que precisam estar sempre “bem” para manter uma relação. Conheço muitas relações que sobreviveram a crises financeiras, a problemas homéricos, pelo amor, pelo respeito entre o casal, pelo carinho e pela vontade de ambos em ficar junto. Mas, quem casa pensando no fim, tem essa vontade? Duvido.
Amor só pra hora boa? Relacionamento só de final de semana? Amor de “tudo bem, tudo bom”, a gente beija, a gente come, a gente transa, a gente dorme? Isso é bom para os adolescentes, que não deveriam pensar em se casar cedo. Adulto tem que aprender a viver, a conviver com quem ama, nas horas boas, nas horas ruins, porque o amor adulto se prova no dia a dia, não é amor dominical, ou é de verdade e enfrenta as mazelas e as benesses da vida a dois, ou é amor de ilusão.
Dizem que relacionamentos à distância duram mais. Pode ser. Dizem que é maravilhoso curtir somente as horas boas, sem discussão, contas a pagar, comida feita às pressas pra comer. Pode ser, também. Para alguns o que importa é a duração da relação, para outros é sua intensidade. E intenso mesmo é o amor que se concretiza apesar dos pesares da vida a dois, apesar da rotina.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 13 de outubro de 2008.

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