Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Perigosa diferença

Perigosa diferença

As pessoas se acostumam com a vida que levam, e, muitas vezes, se bitolam no hábito sem saírem dele, sem conseguirem mudar a forma de ver a vida, enfim. Afinal, a forma com que o homem vive reflete seus pensamentos sobre o mundo, sobre o que é felicidade e sobre o que pensa e deseja da vida. A maioria das pessoas, depois de certo tempo, vive pelo hábito, e com base nele.
Depois de acostumar a ser só, por exemplo, nem o homem, nem a mulher, consegue visualizar a constituição de uma família, não assimila o conceito de ser pai, de ser mãe, de gerir afetiva ou financeiramente um lar. Se acostumou a levar a vida com extrema liberdade, a fazer tudo na hora que quer, nos dias que quer e com quem deseja? Provavelmente vai passar a vida sem se acostumar a viver de forma diferente.
"Ah, mas a pessoa pode mudar". Claro, até mesmo criminosos contumazes podem mudar. Desde que queiram, desde que reconheçam que estão levando um estilo de vida que os distancia de certos valores e sentimentos, ou em desacordo com a idade e maturidade que deveriam ter. Mas, cada um tem seu tempo, o que muitos aprendem aos 20, 30 anos, outros irão aprender com 60, e muitos jamais aprenderão. Questão de opção, de livre arbítrio.
Existem pessoas habituadas a viverem sozinhas, outras habituadas a terem parceiros, que gostam de viver a dois, outros que curtem viverem sós, apregoando o valor da "liberdade" e se sentem "presos" na menor ingerência do outro em suas rotinas milimetricamente calculadas, há os que valorizam a companhia de poucos e bons amigos, os que estimam a de muitos, de muitas turmas. Cada um na sua, todavia pessoas com hábitos de viver diferentes não se acertam bem e não conseguem ser felizes juntas porque todo relacionamento requer similitude de pensamento, sonhos, planos e anseios comuns.
Uma pessoa que deseja ter uma família, um lar harmonioso, jamais será feliz com quem quer viver apenas para si, curtindo a vida sempre com liberdade, com companhia do sexo oposto apenas quando deseja, porque as formas de pensar e de ver a vida inerentes ao estilo que a pessoa tem de vive-lá são a base de sua personalidade, demonstram a sua cultura.
Quem quer um lar, uma família, uma união, valoriza princípios que o outro, o "eterno livre" não estima, como parceria, cumplicidade, união e, com ela superação de dificuldades em "a dois", enquanto o outro estima o individualismo, a resolução pessoal de problemas e a "curtição" da vida sozinho, para fazer o que deseja no momento que deseja. Algumas diferenças são superáveis, mas a diferença na forma de ver o mundo e os relacionamentos sem que exista forte vontade de mudança e adaptação é, via de regra, insuperável. Insuportável.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 16 de outubro de 2008
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