Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Julgar

Julgar


Julgar é uma tarefa um tanto quanto difícil. Julgar pessoas deveria ser impossível, todavia, embora de fato seja, deveria ser algo impossível de gerar no homem a vontade que ele tanto possui de criticar o outro de forma tão rígida e pouco compreensiva.
Tendemos a julgar os erros e os defeitos alheios com grande rigidez, sem, pois, nos colocarmos no lugar do outro de forma realmente humana, ou seja, percebendo que, como nós, o outro também tem suas fraquezas, suas carências.Toda pessoa tem algo que lhe afeta, que lhe desconcerta. Nem todos reagem da mesma forma diante dos problemas, mas,muitas vezes, mesmo agindo de forma semelhante, todavia cada um com a sua realidade, tendemos a ver no agir do outro maior reprovabilidade e traços criticáveis do que no nosso.
Muitas vezes queremos ou precisamos para nos sentir mais fortes atestar a inferioridade do outro. É uma forma vil de superar frustrações, por exemplo. Vil, muito vil, mas humana. Duvido ser humano neste mundo que numa ou outra situação não tenha superdimensionado os defeitos e fraquezas alheias por desprezo, de forma quase involuntária ou para se auto enaltecer, para se tranqüilizar em relação a alguma decisão, a algum problema.
O tempo passa e a vida ensina, sendo através de nossos próprios problemas, de nossas dificuldades pessoais, através de mea culpa, através da análise de nossa própria vileza, de nossa ira ou revolta com um ou outro motivo que passamos a compreender melhor o outro e a sua revolta, a sua ira e os seus atos vis, que outrora podemos ter criticado. Ou seja, paramos de julgar e analisar o outro na medida em que julgamos e analisamos a nós mesmos.
Ora, mas é errado sentir ódio, nutrir revolta. É errado ter mágoa, é errado renegar pessoas e parentes, é errado isso, é errado aquilo. Pode ser que seja, mas a única pessoa que era extremamente certa para nos dizer o que é certo ou errado (porque acima do erro) morreu crucificada (é o que nos conta a história). Ser humano não justifica ser demasiado errante, mas explica, porque perfeitos, porque ser "acima de qualquer suspeita" ou vileza ninguém é neste mundo.
Pode ser que uma pessoa não cometa estes erros, mas comete aqueles, comete outros. E a vida esta cheia deles: O pecado, o erro, rondam a vida humana, e ser humano que se preze sempre comete um. Os que não cometem e julgam quem os faz, estão, no exato momento em que apontam a falha alheia, errando, por se acharem melhores do que são, melhores do que o outro.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 07 de outubro de 2008.

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