O ser humano e sua “memória seletiva”
É um ato tipicamente humano o fato de criar uma certa “memória seletiva” para esquecer ou, simplesmente, não recordar de suas atitudes vis, das quais se arrepende ou se envergonha.
Quem humilha se esquece da humilhação que causou, quem é humilhado não. Quem magoa, fere e machuca um coração se esquece de seus atos, mas quem foi magoado e ferido não, ainda que queira é mais difícil esquecer e, portanto, perdoar. Difícil, não impossível afinal tudo é possível quando uma pessoa se dispõe a operar mudanças em sua própria vida e forma de ser.
Bom, seria se as pessoas conseguissem controlar suas emoções e colocar-se no lugar do outro antes de lhe humilhar, magoar e ferir. Certo é ter uma boa lembrança de tudo, inclusive dos atos que se deseja esquecer, sob pena de nos tornarmos “armas letais ambulantes” que saem por ai destilando veneno sem piedade.
Errar é humano, mas perdoar é divino. Concordo, logo precisamos pensar antes de agir e após as mancadas cometidas, para perdoarmos à nós mesmos pelos danos que causamos ao ferir alguém, sem mandar essa lembrança para o saco sem fundo chamado “esquecimento”.
Quem se sente ferido, pode esquecer, mas apenas após perdoar porque, via de regra, tudo o que sentimos na pele parece doer mais do que aquilo que jogamos na pele alheia. Pensar antes de agir ou falar? Sim, eis a solução.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de janeiro de 2008.
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