Ilhada
Ando afetivamente "ilhada". Não me dou a conhecer a ninguém, não porque eu não queira, mas porque a vida não me apresenta ninguém "conhecível". É, não ando numa fase interessante.
Homens comprometidos me abordam como se eu fosse a solução para os seus problemas, me sinto como uma fonte catalisadora de galanteios infundados e insossos.
Coisas sem fundamento! Penso que são provações, penso que depois delas virá um mar de coisas boas a me arrebatar o coração, mas no fundo nem me importo mais.
Deixei de me importar, de tanto ficar só, tornar-me uma ilha já nem se tornou má ideia. Tenho arraigado em mim o hábito de acostumar-me com o que a vida me apresenta e, quer saber!? Está bom assim. Ninguém agrega, mas ninguém importuna. Tô em paz!
Estar sozinha e ser solitária ou carente são coisas muito diferentes! Eu estou sozinha há longa data, mas não sou solitária, não me sinto abandonada, carente de afeto, não preciso de um ombro, de uma companhia na cama ou fora dela. Pelo contrário, sinto em mim certa autossuficiência afetiva.
Não preciso de pessoa alguma e o “não precisar”, não depender me faz forte, me faz altiva, me faz bem. Ser independente emocionalmente de alguém me faz afetivamente forte. Sinto-me saudável e só sairei deste “time” se valer muito a pena.
Eu mereço muito mais do que o que a vida vem me apresentado, muito, mas muito mais do que galanteios infundados, do que elogios de pessoas que creem que balançam algo em mim. Mas não balançam nada! Tento fazer-me de “tocável”, mas sinto-me intocável por certas pessoas, em certas situações.
Disse o capitão Rodrigo Cambará: “ainda não inventaram a bala que há de me matar”, pois eu digo que ainda não apareceu o homem que há de me conquistar e me encantar.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de novembro de 2013.
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