Os nossos espinhos
Todos nós temos nossos recalques, nossos "trauminhas", aquelas lembranças, gestos ou atos de nossa realidade presente ou passada que nos incomoda, nos causa ansiedade, ou uma espécie de brabeza. Não gostamos de ter feito algo, de sermos desta ou daquela forma, nos sentimos inferiores, tristes ou magoados, e, por um motivo não muito lógico não gostamos de "ouvir" o que nos faça lembrar do tal recalque.
Não uso esta palavra com a conotação dada pela psicanálise, mas pelo significado popularmente conhecido dela. Não é anormal ter algum recalque, mas, como tudo que atrapalha nossa paz de espírito e felicidade, é algo que devemos aprender a superar pena de nos melindrarmos injustamente e, ainda, de magoarmos quem não nos quis ou desejou ofender.
Existe uma frase de Aristóteles mais do que perfeita e adequada para a realidade humana, é a seguinte: "Qualquer um pode zangar-se e isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil". E ser sábio, ou seja, ser auto-controlado e paciente não são tarefas fáceis e justamente por isso são tão necessárias para nossa harmonia pessoal e, logicamente, social.
A pessoa que conquista o auto-equilíbrio se torna, sem dúvida uma pessoa mais leve, mais feliz, enfim, mais "fácil" de viver e encarar a vida. Viver não é difícil, conviver também não, sequer superar o outro é difícil, duro mesmo é superar a si mesmo, nossas fraquezas e recalques, aos obstáculos que nós mesmos nos colocamos sem perceber e que barram nossos relacionamentos e nos impedem de estabelecer um convívio harmônico, tranqüilo e prazeroso com as pessoas.
Sempre digo que é possível ver que uma pessoa esta (ainda mais) "fora" de sua racionalidade, ou, enfim de seu equilibrio pessoal, quando precisamos nos conter para dialogar com ela. "Não fale tal coisa na frente do fulano que ele se ofende", "Não dá para falar nisso com ela que muda seu humor". Ninguém nesse mundo atribulado é "obrigado" a viver pensando no que vai ferir ou não o outro se o "assunto" em questão é algo normal e não uma ofensa direcionada.
Obviamente é preciso ter empatia, saber perceber o que magoa e quando as pessoas com quem convivemos estão magoadas, mas dai há existir a premente necessidade de "nunca" tocar em determinado assunto na frente de alguém significa apenas uma coisa: Esta pessoa criou para sua vida um problema que poderia ser inexistente se ela superasse a forma com que encara tal fato ou realidade, que, na verdade, é problemática apenas em sua mente.
É o que disse o sábio Aristóteles, aliás todos precisamos aprender a superar nossos "recalques" para que não nos ofendamos pelo motivo errado (ou, ao menos, tolo), com a pessoa errada, da forma errada e no momento errado. Muitos dos problemas que criamos não vêm de fora para nós, não são espadas que os outros nos cravam, mas apenas espinhos que colocamos em nosso coração e sentimos arranhar quando ouvimos algo que não queremos ou não gostamos.
Todavia, quem os colocou em nosso interior foi nós, e à nós compete a tarefa de retirá-lo posto que a vida requer que retiremos os espinhos e farpas que nós inserimos em nosso coração, afinal não são os outros que nos ferem intencionalmente, ou que nos magoam "sem perceber" é nossa consciência que se retrai e arrasta a farpinha que dói em nosso peito. E este problema, ou melhor, esta "tarefa" é nossa, exclusivamente nossa.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de junho de 2007.
Todos nós temos nossos recalques, nossos "trauminhas", aquelas lembranças, gestos ou atos de nossa realidade presente ou passada que nos incomoda, nos causa ansiedade, ou uma espécie de brabeza. Não gostamos de ter feito algo, de sermos desta ou daquela forma, nos sentimos inferiores, tristes ou magoados, e, por um motivo não muito lógico não gostamos de "ouvir" o que nos faça lembrar do tal recalque.
Não uso esta palavra com a conotação dada pela psicanálise, mas pelo significado popularmente conhecido dela. Não é anormal ter algum recalque, mas, como tudo que atrapalha nossa paz de espírito e felicidade, é algo que devemos aprender a superar pena de nos melindrarmos injustamente e, ainda, de magoarmos quem não nos quis ou desejou ofender.
Existe uma frase de Aristóteles mais do que perfeita e adequada para a realidade humana, é a seguinte: "Qualquer um pode zangar-se e isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil". E ser sábio, ou seja, ser auto-controlado e paciente não são tarefas fáceis e justamente por isso são tão necessárias para nossa harmonia pessoal e, logicamente, social.
A pessoa que conquista o auto-equilíbrio se torna, sem dúvida uma pessoa mais leve, mais feliz, enfim, mais "fácil" de viver e encarar a vida. Viver não é difícil, conviver também não, sequer superar o outro é difícil, duro mesmo é superar a si mesmo, nossas fraquezas e recalques, aos obstáculos que nós mesmos nos colocamos sem perceber e que barram nossos relacionamentos e nos impedem de estabelecer um convívio harmônico, tranqüilo e prazeroso com as pessoas.
Sempre digo que é possível ver que uma pessoa esta (ainda mais) "fora" de sua racionalidade, ou, enfim de seu equilibrio pessoal, quando precisamos nos conter para dialogar com ela. "Não fale tal coisa na frente do fulano que ele se ofende", "Não dá para falar nisso com ela que muda seu humor". Ninguém nesse mundo atribulado é "obrigado" a viver pensando no que vai ferir ou não o outro se o "assunto" em questão é algo normal e não uma ofensa direcionada.
Obviamente é preciso ter empatia, saber perceber o que magoa e quando as pessoas com quem convivemos estão magoadas, mas dai há existir a premente necessidade de "nunca" tocar em determinado assunto na frente de alguém significa apenas uma coisa: Esta pessoa criou para sua vida um problema que poderia ser inexistente se ela superasse a forma com que encara tal fato ou realidade, que, na verdade, é problemática apenas em sua mente.
É o que disse o sábio Aristóteles, aliás todos precisamos aprender a superar nossos "recalques" para que não nos ofendamos pelo motivo errado (ou, ao menos, tolo), com a pessoa errada, da forma errada e no momento errado. Muitos dos problemas que criamos não vêm de fora para nós, não são espadas que os outros nos cravam, mas apenas espinhos que colocamos em nosso coração e sentimos arranhar quando ouvimos algo que não queremos ou não gostamos.
Todavia, quem os colocou em nosso interior foi nós, e à nós compete a tarefa de retirá-lo posto que a vida requer que retiremos os espinhos e farpas que nós inserimos em nosso coração, afinal não são os outros que nos ferem intencionalmente, ou que nos magoam "sem perceber" é nossa consciência que se retrai e arrasta a farpinha que dói em nosso peito. E este problema, ou melhor, esta "tarefa" é nossa, exclusivamente nossa.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de junho de 2007.
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