Os relacionamentos e as massinhas de modelar
Os relacionamentos humanos não dependem de encaixe, pelo contrário, dependem da capacidade humana de adaptação, de "modelagem", deve o homem ser como as massinhas de modelar que as crianças usam e não como peças de um quebra-cabeças que fazem (ou melhor, esperam) uma junção perfeita, ou como aqueles joguinhos em que as pecinhas se encaixam perfeitamente para formar determinada imagem.
Quem espera encontrar o homem ou a mulher perfeitos, cujo convívio será sempre harmônico, cheio de humor e alegrias, sem inconveniente algum, sem discordâncias, sem mal entendidos, sem nada de "imperfeito" espera algo que jamais poderá ocorrer. Não existem seres "feitos um para o outro", existem pessoas com personalidades, gênios, formas de pensar e de ver o mundo semelhantes, mas jamais iguais em tudo. Se assim fosse o convívio humano seria mais entediante do que domingo chuvoso na praia, mais insosso do que sopa de hospital feita para hipertenso.
Todavia, muito embora existentes as afinidades o "se relacionar" exige a capacidade de se modelar, de ser complacente, de ceder muitas vezes, de se "adaptar" e entender a si mesmo e ao outro porque cada pessoa tem uma história, uma criação e, lá no fundo, uma maneira pessoal de analisar a vida. Não existem iguais.
O segredo das boas relações esta no uso da maturidade e da inteligência, bem como na capacidade de interação, de diálogo. Um homem maduro é paciente, compreensivo, ciente do que deseja, mas convicto que, nem ele, nem aquele com qual convive é perfeito, muito menos que ambos sejam "perfeitos um para o outro".
Enfim, se são as mãos das crianças que moldam figuras com a massinha é a maturidade e o diálogo que fazem com que as pessoas se adaptem e se compreendam nas relações que estabelecem. Não existe "encaixe" perfeito - o encaixe se cria através do dia a dia, através do trabalho psíquico de compreender, de abdicar, de entender o outro e as diferenças existentes. É um encaixe maleado, criado e não perfeito.
Afinidade, pois é apenas o primeiro passo em qualquer relação, afinal existe a necessidade constante da realização de muitos outros que requerem, sem dúvida, o desvio de mais pedras e a caminhada por terrenos mais tortuosos do que o existente embaixo do primeiro. Se relacionar é mais do que algo prazeroso, é uma necessidade humana - é convivendo, dialogando, interagindo, compreendendo e sendo compreendido que o homem cresce e evolui.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de junho de 2007.
Os relacionamentos humanos não dependem de encaixe, pelo contrário, dependem da capacidade humana de adaptação, de "modelagem", deve o homem ser como as massinhas de modelar que as crianças usam e não como peças de um quebra-cabeças que fazem (ou melhor, esperam) uma junção perfeita, ou como aqueles joguinhos em que as pecinhas se encaixam perfeitamente para formar determinada imagem.
Quem espera encontrar o homem ou a mulher perfeitos, cujo convívio será sempre harmônico, cheio de humor e alegrias, sem inconveniente algum, sem discordâncias, sem mal entendidos, sem nada de "imperfeito" espera algo que jamais poderá ocorrer. Não existem seres "feitos um para o outro", existem pessoas com personalidades, gênios, formas de pensar e de ver o mundo semelhantes, mas jamais iguais em tudo. Se assim fosse o convívio humano seria mais entediante do que domingo chuvoso na praia, mais insosso do que sopa de hospital feita para hipertenso.
Todavia, muito embora existentes as afinidades o "se relacionar" exige a capacidade de se modelar, de ser complacente, de ceder muitas vezes, de se "adaptar" e entender a si mesmo e ao outro porque cada pessoa tem uma história, uma criação e, lá no fundo, uma maneira pessoal de analisar a vida. Não existem iguais.
O segredo das boas relações esta no uso da maturidade e da inteligência, bem como na capacidade de interação, de diálogo. Um homem maduro é paciente, compreensivo, ciente do que deseja, mas convicto que, nem ele, nem aquele com qual convive é perfeito, muito menos que ambos sejam "perfeitos um para o outro".
Enfim, se são as mãos das crianças que moldam figuras com a massinha é a maturidade e o diálogo que fazem com que as pessoas se adaptem e se compreendam nas relações que estabelecem. Não existe "encaixe" perfeito - o encaixe se cria através do dia a dia, através do trabalho psíquico de compreender, de abdicar, de entender o outro e as diferenças existentes. É um encaixe maleado, criado e não perfeito.
Afinidade, pois é apenas o primeiro passo em qualquer relação, afinal existe a necessidade constante da realização de muitos outros que requerem, sem dúvida, o desvio de mais pedras e a caminhada por terrenos mais tortuosos do que o existente embaixo do primeiro. Se relacionar é mais do que algo prazeroso, é uma necessidade humana - é convivendo, dialogando, interagindo, compreendendo e sendo compreendido que o homem cresce e evolui.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de junho de 2007.
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