Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Crenças do bem.

Crenças do bem.

Digam que a vida é dura, digam que a torpeza impera, digam que não existem mais pessoas honestas e verdadeiras, digam que o amor se tornou sinônimo de conveniência e que carinho se coaduna mais com carência do que com sinceridade, digam que a família é um berço de hipocrisia, digam que a verdade morreu e foi jogada no oceano amarrada na imensa pedra da justiça.
Digam que sou otimista, inocente, digam que vivo num mundo próprio, digam que sou uma autista que só ouve o que lhe apraz. Eu digo que vejo a realidade, ouço tudo, compreendo muito, mas em meu coração não aceito a versão pseudo-realista do mundo, que não vê nada, além de desencanto e que, aos poucos, perde a esperança na vida e, sem perceber, deixa de viver, porque, simplesmente deixou de sentir o bem a ela inerente. Viver é uma dádiva que poucos gozam.
Eu tenho fé na vida, na coragem, na força e no empenho dos bons homens. Acredito no ser humano, mas desconfio bastante, ora, porque não? Eu disse que não sou autista, tampouco tola, mas eu sinto a vida e seu fluir, o homem e seu sentir, a energia do olhar dos bons, a malevolência do sorriso dos maus, e de vez em quando confio e desconfio ao mesmo tempo, porém sempre prefiro a alegria especial da confiança que as pessoas especiais me inspiram.
Tenho na pele estrelas tatuadas porque espero que o bem brilhe na constelação de minha existência, do lado esquerdo fiz um coração. Um coração que jamais sairá de meu corpo porque simboliza que, acima de tudo, é no amor que acredito. No amor e no respeito, seu sinônimo especial e abrangente. Quem ama respeita, sempre.
Creio no amor sincero, verdadeiro, não na troca vulgar de momentos sem sentimentos. Eu acredito em sensações, sentimentos fortes e marcantes. Que marcam o coração como a tatuagem marca a pele. Sim, eu conheço a dor, sinto as dores do mundo, tenho compaixão como raras possuem: A dor daqueles que sinto que são especiais me emociona.
Mas, sempre, há o “apesar”. E eu vejo além da dor, além da injustiça de hoje, além da maldade, da inveja, da maledicência, além dos berços dos mal amados, além das famílias desunidas, além das palavras jogadas ao vento pelos mentirosos e estelionatários sentimentais.
Eu vejo a vida que eu quero, somo à energia da vida que tenho, e sei da vida que levo, dos caminhos que escolho, do rumo que tomo, por mais que me critiquem, é preferível ser feliz e criticado, a ser triste e adequado. Desconfio do que é demasiado perfeito e “de acordo”.
E, sobretudo, creio ser preferível a dor da verdade a conveniência da mentira agradável. Bem aventurados os sinceros, os que acreditam que a justiça divina pode se estender sobre os homens fazendo com que, com um pouco de luz, seja feita, também, por eles. Ainda acredito no ser humano. Nos indivíduos do bem, posto que, ainda que raros sempre irão valer mais do que uma multidão dos maus.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 08 de outubro de 2007.

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