Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A dor do arrependido

A dor do arrependido

Quem sofre mais com uma briga, com um rompimento, término de relação ou desentendimento entre amigos? Via de regra, a parte que se arrepende. Quem se arrepende de algo sofre em dobro, pelo rompimento e o sofrimento a ele inerente e pela culpa por ter errado.
Certamente o arrependimento causa as piores dores, mas com o tempo é assimilado e se torna aprendizado. Uma vez sofrido, uma vez curtido a dor pelos erro ou mancada cometida o homem de espírito humilde, que capta o aprendizado obtido com a dor, não se torna mais o mesmo: Errar nos mesmos pontos ele não errará mais, amadurece, cresce, enfim, se torna uma pessoa melhor.
Mas, será tarde demais para remediar o erro? Não se sabe, o outro sempre pode perdoar, e perdoa na medida em que ama, claro, dependendo das mancadas, mas não existe amor de verdade sem perdão, sem que algo seja ultrapassado em prol de um bem maior, com exceção de alguns erros praticamente imperdoáveis dentro dos conceitos de cada um, é claro.
Não houve perdão, o que fazer? Nada, o lucro do aprendizado sempre é melhor e a certeza de que o perdão não aconteceu é um incentivo para se erguer a cabeça e seguir adiante, sem cometer os mesmos equívocos. Erros sempre acontecerão, a questão é o homem não cometer os mesmos pelos quais já se arrependeu na vida.
Ninguém sofre em vão e, via de regra, após um rompimento menos padece quem mais investiu nele, porque sabe que não foi por falta da sua dedicação que a relação ruiu, sofre, mas não se arrepende de não ter feito algo, ou de ter sido relapso, de não ter cuidado do que precisava cuidar. A dor é menor, é menos incomodativa, menos aguda.
O arrependimento e a culpa tornam piores a dor de quem, por uma situação infeliz, os sente, todavia, se arrepender é algo saudável, cultivar o arrependimento sem nada fazer é atitude doentia: É preciso aprender, reconhecer o erro, crescer com ele, tentar o necessário, e se resignar com a situação quando não existe no outro a nobreza do perdão.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 18 de setembro de 2008.

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