Sociedade afetiva
Toda sociedade precisa do empenho de seus sócios. Empenho na mesma medida, embora cada qual com suas habilidades especificas. Nenhuma sociedade pode dar certo sem que a discórdia passe a reinar quando um se sente prejudicado pela leniência, pela incompetência ou falta de dedicação dos demais sócios. O casamento é uma sociedade conjugal, a união estável uma sociedade conjugal de fato, embora sem testemunhas e demais detalhes burocráticos.
Na verdade desde o namoro todo relacionamento sério se torna uma sociedade, onde as quotas não são aferíveis pecuniariamente, e o investimento básico é a doação do amor, da paciência e, enfim , de afeto. Como em toda sociedade, na medida em que as forças são despendidas de forma igualitária maior será a possibilidade de sucesso. Por outro lado, relação em que apenas um se doa e se empenha para fazer dar certo, a falência é o rumo.
É complicado se relacionar? É complicado ser casado? Não, não é. Já fui e afirmo que não é nada complicado, o problema é a falta de boa vontade mútua porque é preciso doação de ambos. Nenhuma relação dá certo quando uma apenas se doa e se empenha e o outro se resigna a cruzar os braços, lamentar e dizer que é "difícil conviver". Nada da certo quando alguém tenta dificultar e complicar, fugindo do diálogo, por exemplo, e, assim, não se empenhando para fazer a relação evoluir com a superação dos percalços, que são inerentes a um relacionamento entre pessoas diferentes.
Doação do que, na verdade? De alma, de coração. Quem ama tenta entender o outro, se coloca em seu lugar. Quem ama não diz ou faz o que não gostaria de ouvir ou de receber, em forma de atitude, do outro. É ser indulgente, é mesmo após um dia ruim ouvir o outro e lhe dar a mão. Apenas isso, doar afeto e carinho. Cuidar e deixar ser cuidado, sem orgulho ou egoísmo (este último é o inimigo mor do amor).
Cada um com a sua opinião, mas pessoas simples não complicam a vida. Quando existe amor não há porque complicar a situação. O amor é o maior fator de descomplicação do mundo, se a relação entornou é porque faltou esse fator, faltou boa vontade, faltou doação. Quem ama se doa, ouve, fala, esclarece, respeita, descomplica, busca simplificar. Lógico, quem ama e quem tem o mínimo de equilíbrio emocional, de inteligência emocional, enfim.
Se para um negócio entre sócios dar certo é preciso parceria e inteligência, para um casamento dar certo da mesma forma, além da lealdade, é preciso inteligência, vontade, doação, empenho. Não é à toa que a maioria dos casamentos não dão certo, via de regra um se acomoda, reclama e o outro se dedica, e é este quem tende a cansar e desistir decretando a falência do que poderia ter dado certo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de setembro de 2008
Toda sociedade precisa do empenho de seus sócios. Empenho na mesma medida, embora cada qual com suas habilidades especificas. Nenhuma sociedade pode dar certo sem que a discórdia passe a reinar quando um se sente prejudicado pela leniência, pela incompetência ou falta de dedicação dos demais sócios. O casamento é uma sociedade conjugal, a união estável uma sociedade conjugal de fato, embora sem testemunhas e demais detalhes burocráticos.
Na verdade desde o namoro todo relacionamento sério se torna uma sociedade, onde as quotas não são aferíveis pecuniariamente, e o investimento básico é a doação do amor, da paciência e, enfim , de afeto. Como em toda sociedade, na medida em que as forças são despendidas de forma igualitária maior será a possibilidade de sucesso. Por outro lado, relação em que apenas um se doa e se empenha para fazer dar certo, a falência é o rumo.
É complicado se relacionar? É complicado ser casado? Não, não é. Já fui e afirmo que não é nada complicado, o problema é a falta de boa vontade mútua porque é preciso doação de ambos. Nenhuma relação dá certo quando uma apenas se doa e se empenha e o outro se resigna a cruzar os braços, lamentar e dizer que é "difícil conviver". Nada da certo quando alguém tenta dificultar e complicar, fugindo do diálogo, por exemplo, e, assim, não se empenhando para fazer a relação evoluir com a superação dos percalços, que são inerentes a um relacionamento entre pessoas diferentes.
Doação do que, na verdade? De alma, de coração. Quem ama tenta entender o outro, se coloca em seu lugar. Quem ama não diz ou faz o que não gostaria de ouvir ou de receber, em forma de atitude, do outro. É ser indulgente, é mesmo após um dia ruim ouvir o outro e lhe dar a mão. Apenas isso, doar afeto e carinho. Cuidar e deixar ser cuidado, sem orgulho ou egoísmo (este último é o inimigo mor do amor).
Cada um com a sua opinião, mas pessoas simples não complicam a vida. Quando existe amor não há porque complicar a situação. O amor é o maior fator de descomplicação do mundo, se a relação entornou é porque faltou esse fator, faltou boa vontade, faltou doação. Quem ama se doa, ouve, fala, esclarece, respeita, descomplica, busca simplificar. Lógico, quem ama e quem tem o mínimo de equilíbrio emocional, de inteligência emocional, enfim.
Se para um negócio entre sócios dar certo é preciso parceria e inteligência, para um casamento dar certo da mesma forma, além da lealdade, é preciso inteligência, vontade, doação, empenho. Não é à toa que a maioria dos casamentos não dão certo, via de regra um se acomoda, reclama e o outro se dedica, e é este quem tende a cansar e desistir decretando a falência do que poderia ter dado certo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de setembro de 2008
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