Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O racionalizador



O racionalizador

Não precisamos ser psicanalistas para percebermos quantas pessoas vivem tentando racionalizar suas condutas e pensamentos. Racionalização é o ato do sujeito que tenta colocar dentro da lógica, da coerência, do que se pode ter como “justo” pensamentos e idéias que são, via de regra, o seu oposto.
O racionalizador é um chato por excelência, afinal fala e crê em absurdos, têm pensamentos e conduta egoísta, idéias tolas e egocêntricas e tenta apregoa-las como racionais e “acima de qualquer critica” não aceitando o pensamento alheio achando que o seu é certo, justo e coerente. Ninguém atura por muito tempo sua companhia.
Ele se torna aquela pessoa sobre a qual as pessoas comentam “não adianta falar nada para ele”, “ele precisa se tratar”. Quem é que agüenta o convívio com uma pessoa que não aceita opiniões diversas das suas sem criar cenas, que acha que seus pensamentos excêntricos, egoístas e presunçosos são corretos e inquestionáveis, que seu agir estúpido e grosseiro não merece defesa? Pessoas assim afastam de suas vidas quem lhes estima e continuam achando que as corretas e injustiçadas são elas.
O racionalizador para se defender, também costuma atribuir a outros forma de ser, pensamentos e sentimentos que não admite ter, possuir e sentir. Ele projeta no outro o que na verdade ele é, além de se valer da racionalização como mecanismo de defesa do ego passa a usar de forma excessiva a projeção.
O outro é o egoísta, o outro que quer se aparecer, o outro que quer ser o foco das atenções, o outro que foi ajudado e mimado em demasia, o outro que teve empreendimentos e vida afetiva fracassada: Ele é o forte, o imbatível, o insuperável, o bem sucedido, o poderoso, quando todos sabem que, na verdade, ele é o coitado que perde amores, amigos e o seu respeito sem perceber.
O racionalizador é aquele de quem as pessoas têm pena, aquele para o qual todos gostariam de dizer verdades duras, mas poucos se habilitam, simplesmente por acharem que não vale a pena perder seu tempo com pessoa intransigente, praticamente irracional que vive justificando com veemência suas mancadas, ainda que tripudiando dos outros e dos seus sentimentos, inventando histórias para se sentir mais forte, para se auto-afirmar.
Ele é fadado a morrer na solidão dizendo que a sorte lhe virou as costas, racionalizando, portanto, a dor de ser quem é, cruzando os braços para as possibilidades de mudança de vida para não dar o braço a torcer e mostrar que tem coração, sentimentos e, por ser humano, é errante como todos.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 30 de agosto de 2008.

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