O sujeito imprestável
Sabem qual o tipo de homem que vale menos? O que fala mais. Homens que falam demais não valem muita coisa porque é pela boca que se perdem, é pela língua que eles próprios se aniquilam quando e enquanto tentam aniquilar os outros.
O cara que não vale muito conta o que não deve ser contado, fala o que não deve ser falado, e inventa o que não deveria inventar, é o larápio que mente quando quer se enaltecer e conta até segredos íntimos para se gabar quando eles são verdadeiros. É aquele que senta numa mesa de bar com um amigo ou conhecido e começa a falar sem parar.
Um pouco conta outro pouco inventa, mas fala, fala muito e faz pouco, até mesmo porque se fizesse alguma coisa teria coisa melhor para fazer do que estar bebendo com outro infeliz, soltando o verbo como político em palanque para “aparecer” para o outro.
O cara conta como a ex-mulher era boa na cama, conta detalhes do corpo de quem dormia com ele, inventa defeitos que os outros não têm, vomita verbos que não conhece e virtudes que não possui. E acha que convence. Há a quem convença, mas ele não se flagra que são poucos porque sua credibilidade é praticamente nula. O sujeito não se enxerga, ao menos não nos espelhos que existem no mundo real.
O infeliz não respeita a ninguém, fala o que quer sem medo das conseqüências. Na verdade ele pouco pensa, se pensasse fechava a boca, engoliria suas mentiras e fatos que deveriam ficar em sua memória com a cerveja que toma e iria para casa dormir, pensar na vida e nos erros que cometeu para ser um sujeito sozinho, infeliz e dependente emocional de palavras que não deveriam sair de sua boca tola.
Cláudia de Marchi
Férias- BC/SC, 09 de fevereiro de 2011.
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