Quero apenas a mim.
Quem quer todos, não é de ninguém, nem de si mesmo. Quem sabe o valor que possui não se entrega ou se “dá” para qualquer um. Quem quer tudo, não quer nada. Nada com nada.
Quem quer demais, acaba tendo “de menos”, quem é do mundo, não é de si mesmo, quem se perde vida a fora, se perde de si. A cada dia que passa tudo esta se tornando mais aberto, mais geral, menos íntimo, menos afetivo, menos intenso. Foi-se a afetividade, a intimidade, a lealdade, o carinho, o respeito e ficaram as relações fugazes, sem beleza, sem sabor, sem cor.
Tudo cada vez mais “comum”, mais sem graça, sem sentido, sem calor, sem segurança, sem firmeza, sem carinho, sem afeto, sem nada, sem absolutamente nada de especial e raro. Tudo tão fácil, mas tão banal, tão perene, tão facilmente “substituível” que a frieza humana passou a me assustar.
Então, eu fugi do mundo para me encontrar de novo. Eu quero amigos, quero trabalho, quero leitura, quero festas, quero carnaval, quero sucesso, quero progresso, mas não quero dormir com ninguém para me iludir. Não quero noites graciosas, manhãs silenciosas, tardes vazias e anoitecer solitário. É tudo muito “normal” e banal demais para o meu gosto simplório, mas auto-respeitável.
Eu não sei me relacionar sem paixão, e ninguém esta merecendo um por cento do bem que trago comigo. Ninguém, claro que pertença a este mundo onde todos são de todos e ninguém pertence a ninguém. Nem a si mesmos. Não quero nenhuma pessoa deste mundo em que amor não existe, paixão é utopia e sexo é mais importante do que sentimentos.
No momento eu quero apenas a mim mesma, e estou mais feliz assim, sem dar valor a quem não merece, sem dar carinho a quem não devo, sem ser leal com quem não merece lealdade. Sem ser, nem por um minuto, de quem não merece nem meio segundo de meu precioso tempo e apreço.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de fevereiro de 2011.
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