Piedade, pena, dó.
A vida me ensinou a ter pena, muita pena. A vida me ensinou a ter dó e não raiva, a vida me ensinou a ver as pessoas irritantes e odiosas com piedade. Se é triste ser vítima de seus atos, tão mais triste é, então, ser elas mesmas (!).
Eu prefiro ser a usurpada a ser aquele que usurpa, eu prefiro ser aquela que acredita a ser aquela que mente, eu prefiro ser a roubada a ser quem rouba eu prefiro ser aquela que tem esperança a ser aquela que corta as esperanças alheias com palavras enraivecidas, eu prefiro sofrer a ser aquele que maltrata. Tudo passa, mas coração e mentes ocos jamais serão preenchidos.
A vida me ensinou que o que realmente conta é a nobreza de caráter e não o que as aparências ou a conta bancária possam “expressar”. Não importa o quanto uma pessoa tem para comprar o que importa é o quanto ela vale. E pessoas que merecem nosso apreço possuem valor não aferível monetariamente.
A vida me ensinou que nem sempre é possível esquecer por mais que se tente, a vida me ensinou que por mais que perdoemos a boa memória pode atrapalhar nosso sossego, logo, algumas pessoas devem ser perdoadas, mas não é por isso que devemos conviver com elas. (As lembranças irão lhe atormentar, cedo ou tarde, eu garanto e o que não é visto, não será lembrado.)
De todas as lições que tive, das escritas, das pensadas e das que prefiro não narrar, a mais recente e emocionante é a de transmutar a raiva e o desprezo em piedade. Coitados daqueles que me prejudicam, que me fazem mal, que me magoaram.
Quem esta mal, quem fez por mal ou simplesmente “fez” é quem não merece nem meu ódio, apenas minha pena. A ira maltrata quem sente, a piedade não fere ninguém. Sim, eu sei o que estas pensando: Eu também já acreditei que ninguém merece dó graças ao livre arbítrio e a um monte de outras “idéias idealizadas”, fato é que alguns seres merecem pena.
Eu não falo dos doentes, do mendigo, da criança de rua, eu falo daqueles que são tolos, que são vãos, que são moralmente ruins ou “questionáveis”, eu falo dos que não possuem princípios, ética e vergonha na cara: Miseráveis! Aquilo que lhes falta dinheiro nenhum irá mudar ou comprar, eles merecem dó ou desprezo, nada mais que isso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de fevereiro de 2011.
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