Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Eu e minhas vergonhas


Eu e minhas vergonhas

Eu sou uma pessoa que ainda carrega o hábito de sentir vergonha, mas não nega tal fato. Não nego que sinto vergonha por ter sido covarde inúmeras vezes, por ter sumido da vida alheia quando me faltou coragem para ser paciente e lhes explicar o que eu sentia, quando eu tive um medo imenso de vê-las sofrer e acompanhar, de perto, a sua dor.
É fácil fugir de alguém e deixá-lo com o coração despedaçado, é fácil ser egoísta a tal ponto. Você fala ou se cala, você some, o outro sofre imerso em mil dúvidas e você não vê nada, logo, eu tenho vergonha de ter sido, inúmeras vezes covarde e egoísta desta forma.
Sinto vergonha de dizer que, seguidamente, eu não tive coragem para atender quem me queria bem, para lhes dizer: “Não me ligue mais, eu não estou pronta, eu não lhe desejo neste momento.”
Eu também sinto vergonha por ter ficado com certas pessoas por mera atração, por nada que se conte num belo romance, mas, por sua vez, por nada que se conte num filme pós-moderno sobre mulheres interesseiras.
Antes cair na volúpia de uma paixão ardente, do que naquele quadro ridículo das moçoilas que, fantasiadas de “boas moças de família” se vendem aos mais ricos como qualquer prostituta, só que por um preço diferenciado.
Sinto vergonha de ter agido por instinto inúmeras vezes, de ter perdido a cabeça, de ter gritado, de ter sigo imatura, mas sempre guiada pela paixão e por um pouco de loucura, mas nunca pela maldade. Todavia, jamais me envergonharei de ter sido sempre autentica, ainda que tenha decepcionado algumas pessoas, inclusive eu mesma.
Sei que nunca desapontei pessoa alguma por querer, sei que nunca trai a confiança de cidadão algum tendo esta intenção, sei que nunca disse que sentia algo se, no momento em que eu falei, eu não achasse que sentisse de verdade.
Envergonho-me de muitas coisas na minha humilde vida, mas não nego que possuo aquela capacidade rara de sentir vergonha pelos outros, pelos mentirosos, pelos desonestos, pelos egoístas crônicos, pelas pessoas de coração duro e gélido, por aqueles que são tão pobres que só tem dinheiro e por aqueles indivíduos que, infelizmente, nem mortos fariam falta neste mundo.

Passo Fundo, 27 de agosto de 2012.

Cláudia de Marchi

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