Materialismo
extremo
Todo mundo
gosta de ter dinheiro para se vestir bem, de comprar um carro legal, de comer e
beber o que é bom, de sair em bons locais, de viajar, gosta do que é atraente e
bonito, enfim, pode-se dizer, de forma vulgar, que todo ser humano é
materialista.
A questão é
o outro lado, aquilo que não faz do sujeito um materialista insuportável, frio
e sem emoções: a habilidade de sentir, de ter fé, de gostar do que esta por
trás da beleza, de crer em algo além de sua (suposta) onipotência.
Gente
extremamente crédula pode ser ignorante, mas seres humanos que só tem o externo
e o lucro como metas são mais tolos ainda, e, cá entre nós, são muito chatos!
Tem gente que não escolhe amigos ou amores com base em virtudes morais, tem
gente que não acredita em Deus, que não acredita em nada, tem gente que não ama,
calcula!
Não suporto
pessoas que não sabem amar, não suporto pessoas que se sentam para conversar e
mais da metade de seus assuntos dizem respeito a quão inteligentes, poderosos,
belos e fortes são, ou quão ricos e poderosos se tornaram ou podem se tornar.
Não gosto
de gente que valoriza os outros como quem valoriza uma coisa, um empreendimento
ou um investimento bancário. Pessoas devem ser apreciadas pela forma com que
sentem, com que amam, pela forma que pensam e que vivem, não por “quão” ricas são
ou podem se tornar. Pessoas são coração e alma e não uma boa remuneração no
final do mês!
Detesto
gente fútil que se esconde atrás do “título”, da profissão ou do sobrenome da família.
Detesto gente superficial que acha que ser inteligente lhes torna melhor do que
os outros, que acha que uma boa graduação ou posição social lhes torna especial.
Essas pessoas me entendiam, me cansam.
Eu gosto de
coisas bonitas sim, gosto de lugares legais, bons restaurantes, gosto de bolsas
e sapatos caros, gosto do que é bom, como todos os seres humanos, mas eu gosto mesmo
é de almas belas, de pessoas surpreendentes, de pessoas que possuem muito mais
do que inteligência e dinheiro para oferecer.
Gosto de
quem é um pouco louco, gosto de quem sabe ser imprevisível, gosto de gente de coração
quente, de pessoas que se apaixonam, que se entregam, de gente que não tem medo
de viver, de quem não faz “cálculos emocionais”.
Adoro
pessoas cultas, mas também adoro pessoas autênticas, de pessoas que tem
história de vida pra contar, de gente que não conta só o que é belo e admirável
sobre si, eu gosto de quem não tem um passado perfeito, eu gosto de quem não apregoa
perfeição!
Não preciso
ouvir que a pessoa sempre foi a mais justa, a mais estudiosa, a mais fiel, a
mais leal. Eu gosto de gente imperfeita, eu gosto de quem erra, de quem sabe
admitir seus erros e batalha, não para ser mais rico e poderoso, não apenas
para ir para aos locais mais lindos do mundo ou ter um corpo mais belo, eu
gosto de quem reconhece que precisa se tornar uma pessoa melhor. Aliás, é disso
que o mundo precisa, porque de gente rica, cheia de status, linda, bem vestida
e vazia a humanidade esta cheia!
Passo
Fundo, 16 de agosto de 2012.
Cláudia de
Marchi
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