Aceitação II
Penso que amar é aceitar. Não concebo o amor sem a capacidade de aceitar ao outro de coração e alma. Seus defeitos, suas preferências, seu jeito, seus hábitos.
Quando existe vontade de mudar ao outro desconfio que inexista aceitação. E sem aceitação não vejo amor de verdade, vejo isto sim, uma paixão imersa em egoísmo e na vontade de que o outro seja uma copia fiel do que se é. Pelo fato, obviamente, de se achar mais sábio ou, em algum aspecto, melhor do que ele.
O amor de verdade acentua a capacidade de o homem perdoar e aceitar quem ele ama. O amor não enternece apenas a alma, ela enternece a mente do amante.
Todavia, o amor não retira as faculdades mentais de ninguém. Aceitar não significa aprovar, tampouco admirar sempre o outro. A aceitação implica em tentar compreender, tentar entender a outra pessoa através do que se conhece dela, ou seja, experiências de vida, educação, decepções vividas.
Todo ser humano quer ser aceito, quer que o outro lhe compreenda e aceite sem querer mudá-lo. Se é verdade que as pessoas procuram amor, é fato que, mais do que isso, elas procuram aceitação.
Enfim, amar não se coaduna com a vontade de tentar mudar o outro, menos ainda com a crença de que depois do (bom e velho) casamento a outra pessoa irá mudar.
As pessoas mudam quando elas vivenciam algo e aprendem com isso. De personalidade ninguém muda, porque o outro deseja ou tenta ensinar algo: seres humanos querem aceitação, não professores de virtudes.
Amar é libertar, é compreender, e, principalmente, aceitar o outro sem afetar-se com o seu jeito, sem sentir-se triste ou mal. É, enfim, superar as diferenças sem impor os seus pensamentos, as suas vontades e expectativas. Para mim, amar implica em saber aceitar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 1º de fevereiro de 2013.
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