Quando eu era novinha fazia questão de afirmar que era “madura demais para minha idade”, agora que ela se avantajou um pouco e que sinto a maturidade real e superior a que outrora eu afirmava possuir, tento conciliá-la com a juventude de minha alma, com minha energia física e psíquica, com meus anseios, ânimo e humor elevado.
Assim como a terra é redonda a vida e nossos pensamentos também são: Nós damos voltas, mas num momento ou noutro chegamos no ponto de partida, com o adendo, é claro, do aprendizado aferido nesta trajetória, motivo pelo qual podemos voltar a certo ponto e rever nossos conceitos.
Eu que aos sete anos me divertia com minhas tias e amigas de vinte e sete, era eu que com 17 saia com minhas tias de 37, agora que tenho 28, me divirto e compartilho momentos e experiências com leais amigas de 17, 20, 25 anos. O homem não tem a idade do tempo, ele vive na idade da sua alma.
Benditos sejam os homens de espírito jovem, de alto astral, de esperança nos olhos, de entusiasmo na boca, de bom raciocínio na mente e amor transbordante no coração! Benditos os que não se tornam amargos com o tempo, benditos aqueles que o seu decurso refina, apura, melhora e faz descobrir que não é preciso apregoar maturidade, mas apenas viver humildemente porque para quem bem vive a vida reserva um mar de sapiência, independentemente da juventude de sua alma.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 30 de novembro de 2010.