Individualidade saudável em prol da coletividade.
É preciso preservar a individualidade para que a coletividade se beneficie. Egoísmo é defeito, mas uma dose positiva de individualismo não. Se todos cuidassem bem de si mesmos e de suas vidas teríamos um coletivo mais harmônico, mais feliz e próspero.
O Estado pode e deve em algumas circunstâncias intervir na liberdade dos governados, todavia, existem fatos que dizem respeito unicamente ao sujeito que o vive, afinal partindo do pressuposto de que cada um deve cuidar e zelar pela própria existência sem se preocupar em demasia com a alheia, apenas o individuo sabe o porquê age ou deixa de agir diante de sua condição psíquica, financeira e emocional. Ou seja, nem sempre a intervenção do Poder, seja estatal ou religioso, contribui efetivamente para a melhora do quadro social (todavia tal não é o assunto aqui tratado).
A vida ensina a quem quiser que independente das intenções e dos sentimentos recônditos o ato de se preocupar e a intenção de “ajudar” ao outro não funcionam, apenas quando ele deseja, e, se é ele quem quer, pode-se dizer que é ele, por sua própria intenção que se ajuda, buscando o auxilio alheio. Logo, querer auxiliar alguém, resolver-lhe os problemas, suprir-lhes alguma carência nunca é efetivo. É apenas uma boa intenção no plano subjetivo, na teoria e não na prática, afinal, nela pode o “bom samaritano” se prejudicar, além de se frustrar.
A boa intenção no ajudar ao outro só funciona quando esta pessoa deseja, logo, se cada indivíduo entender que por mais que ame, estime e deseje o bem para outrem, nada pode fazer se não cuidar de si mesmo, o mundo poderá se revolucionar. Poderá ser uma coletividade de pessoas bem resolvidas e felizes.
No quesito felicidade, aprimoramento e evolução humana não existem “mutirões”. É cada um cuidando bem de si, sendo feliz, tentando a própria evolução e, apenas, emanando boas energias aos outros, que a melhora coletiva ocorre. Não apregôo o egoísmo, pelo contrário, apregôo a independência emocional e afetiva, apregôo o cuidado do homem consigo mesmo, para que, sendo contente possam seus atos servir se exemplo.
Não adianta se desgastar, irritar e até mesmo prejudicar o relacionamento interpessoal pela preocupação e zelo por outra pessoa. Cabe a ela cuidar dela mesma e você de si próprio, assim, quem sabe, unidos serão contentes, felizes, porque a felicidade não nasce da união, apenas uma pessoa feliz pode se realizar em conjunto, do contrário sofre o infeliz e o sujeito “bem intencionado” que com ele se preocupa.
Live and let live, viva e deixe viver, pois apenas assim a humanidade será melhor. É preciso amor, é preciso compaixão, é preciso contentamento, mas, acima de tudo é preciso liberdade, é preciso ter a alma livre para viver bem e deixar o outro viver. Qual o limite? É ele, sempre o bom e velho respeito que impede o homem individualista (no sentido positivo aqui referido) de fazer ao outro o que não deseja que ele lhe faça. Não é nada complicado, não quando se vê o aspecto positivo e anti-hipócrita da tese do individualismo saudável em prol da coletividade, visando o bem social.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 06 de novembro de 2010.
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