Meu ser anormal...
Como é difícil vencer o próprio instinto, como é difícil superar aquela ânsia por algo fora do esquadro, por algo fora do normal, como é difícil deixar os impulsos de lado para viver uma vida normal, comum.
Existem pessoas com tendência a viver normalmente, ou seja, se enquadram praticamente sem sentir aos ditames da vida em sociedade, conseguem abdicar de seus instintos para formar uma família, manter um casamento, por exemplo, sem sentir nenhuma estranheza.
Aliás, essa história de manter casamento me soa muito abjeto. O que é bom não precisa ser mantido, é apenas gozado, vivido. Se for preciso fazer ou deixar de fazer algo para manter qualquer relacionamento eu desconfio do quão bom ele possa ser.
Mas, enfim, existem pessoas por ai muito mais normais do que eu no aspecto que referi. Eu sinto que tenho um lobo impaciente por dentro, um lobo que anseia por junção, amor, mas que ama a liberdade, que ama a sinceridade, falar o que pensa, e se sente uma profunda agonia quando precisa engolir seus pensamentos para viver a vida, para viver uma relação.
Vivo entre o anseio de ter uma vida tranqüila e “normal” no sentido socialmente aceito e a ânsia de deixar o meu lobo interior respirar e viver. Talvez o passar do tempo e a maturidade profunda me façam ver a que devo me render, ou, simplesmente, abafem esta minha ansiedade inexplicável.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 18 de novembro de 2010.
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