Estelionatários
afetivos.
Eu gosto muito
de assistir ao canal pago chamado “Investigação Discovery”. Assistindo a vários
programas em que a vítima, mulher, é assassinada ou maltratada pelo marido,
encontro algumas semelhanças nos casos.
O namoro quase
sempre é lindo, romântico, cheio de juras de amor eterno. O início do casamento
também, coisa de contos de fadas. O casal se relaciona bem, o sujeito é
carinhoso, afetuoso. Até que deixa de ser.
Nem todas as
mulheres precisam ser espancadas ou assassinadas para aprenderem que o dia a
dia, a união estável ou o casamento revelam quem é a pessoa que escolheram para
“passar a vida” ao seu lado.
Existem as que
são vitimas de violência física ou verbal e existem as comuns, aquelas que se
decepcionam, que casam com o cara centrado, maduro, honesto, decente e, de
repente, percebem que o seu amado é um estranho. Um sujeito que, se elas
conhecessem bem antes de escolher, não teriam escolhido relacionar-se com eles.
É o tal do “lobo
em pele de cordeiro”. Eles conseguem disfarçar o que são por um tempo, mas não
uma vida, não para sempre. E, assim, aquelas que não descobriram que o marido é
um sujeito violento, tampouco se surpreenderam positivamente por ver nele mais
virtudes, acabam sendo, pura e simplesmente, vitimas de uma grande frustração,
de uma grande decepção.
Pessoas desleais
adoram vestir o papel de decente, de sincero, de honesto. E, assim, escolhem
suas vitimas, aquelas que serão enganadas e irão, infelizmente, se apaixonar
por uma fraude. Tem quem chame de “malandros”, eu chamo de estelionatários
afetivos e saliento: é muito difícil descobrir quem é um, é apenas o dia a dia
que vai mostrar ou claro, quem sabe, a contratação de um detetive particular.
Todavia, isso
tudo, meu caro, não se afere nos bons tempos de namoro em que se estabelece uma
distância saudável. Tem coisas que só o convívio revela. Logo, certo quem disse
que casamento é loteria.
As pessoas gostam de pensar que o amor é tudo num
relacionamento, que com ele a gente supera tudo. Eu acho que o amor por si
mesmo é tudo nesta vida. Relacionamento em que a outra pessoa falta-nos com a
verdade, com a sinceridade e, consequentemente, com o respeito ao nosso jeito
sincero de ser, relacionamentos em que a pessoa omite quem ela realmente é,
traindo-nos a confiança não se mantém nem que exista amor. Pessoas com índole e caráter diferentes não foram feitas
para ficar juntas, a pessoa transparente pode, com toda certeza, amar a imagem
que o outro pinta, imagem com ela a fim, mas mesmo o amando não se mantém ao
seu lado ao ver que ele não passava de uma fraude.
Amor, minha gente, é
lindo, mas o amor próprio é o que nos impulsiona a viver de forma correta e,
consequentemente, a sofrer menos diante das decepções advindas de um
relacionamento com um estelionatário afetivo e a seguir o nosso caminho feliz,
porque conscientes de que "fomos" quem "somos" sempre.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 20
de junho de 2014.
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