Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Estelionatários afetivos.


Estelionatários afetivos.

Eu gosto muito de assistir ao canal pago chamado “Investigação Discovery”. Assistindo a vários programas em que a vítima, mulher, é assassinada ou maltratada pelo marido, encontro algumas semelhanças nos casos.
O namoro quase sempre é lindo, romântico, cheio de juras de amor eterno. O início do casamento também, coisa de contos de fadas. O casal se relaciona bem, o sujeito é carinhoso, afetuoso. Até que deixa de ser.
Nem todas as mulheres precisam ser espancadas ou assassinadas para aprenderem que o dia a dia, a união estável ou o casamento revelam quem é a pessoa que escolheram para “passar a vida” ao seu lado.
Existem as que são vitimas de violência física ou verbal e existem as comuns, aquelas que se decepcionam, que casam com o cara centrado, maduro, honesto, decente e, de repente, percebem que o seu amado é um estranho. Um sujeito que, se elas conhecessem bem antes de escolher, não teriam escolhido relacionar-se com eles.
É o tal do “lobo em pele de cordeiro”. Eles conseguem disfarçar o que são por um tempo, mas não uma vida, não para sempre. E, assim, aquelas que não descobriram que o marido é um sujeito violento, tampouco se surpreenderam positivamente por ver nele mais virtudes, acabam sendo, pura e simplesmente, vitimas de uma grande frustração, de uma grande decepção.
Pessoas desleais adoram vestir o papel de decente, de sincero, de honesto. E, assim, escolhem suas vitimas, aquelas que serão enganadas e irão, infelizmente, se apaixonar por uma fraude. Tem quem chame de “malandros”, eu chamo de estelionatários afetivos e saliento: é muito difícil descobrir quem é um, é apenas o dia a dia que vai mostrar ou claro, quem sabe, a contratação de um detetive particular.
Todavia, isso tudo, meu caro, não se afere nos bons tempos de namoro em que se estabelece uma distância saudável. Tem coisas que só o convívio revela. Logo, certo quem disse que casamento é loteria.
As pessoas gostam de pensar que o amor é tudo num relacionamento, que com ele a gente supera tudo. Eu acho que o amor por si mesmo é tudo nesta vida. Relacionamento em que a outra pessoa falta-nos com a verdade, com a sinceridade e, consequentemente, com o respeito ao nosso jeito sincero de ser, relacionamentos em que a pessoa omite quem ela realmente é, traindo-nos a confiança não se mantém nem que exista amor. Pessoas com índole e caráter diferentes não foram feitas para ficar juntas, a pessoa transparente pode, com toda certeza, amar a imagem que o outro pinta, imagem com ela a fim, mas mesmo o amando não se mantém ao seu lado ao ver que ele não passava de uma fraude.
Amor, minha gente, é lindo, mas o amor próprio é o que nos impulsiona a viver de forma correta e, consequentemente, a sofrer menos diante das decepções advindas de um relacionamento com um estelionatário afetivo e a seguir o nosso caminho feliz, porque conscientes de que "fomos" quem "somos" sempre.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 20 de junho de 2014.

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