Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Mãe de gente ruim.

Mãe de gente ruim.

Eu ouvi outro dia que não posso ser muito rígida ao julgar o outro, porque não estou livre de ter um filho como ele. Todavia, isso não me assusta, afinal, mãe é mãe, mãe ama, mesmo que o filho seja um estuprador assassino, por exemplo.
Se serei uma mãe feliz tendo um filho desajustado? Talvez não, mas serei mãe e contra o filho que criei não irei me erigir. Não a ponto de desistir dele, é claro. Acontece que não sou mãe de pessoa alguma, sou, unicamente, uma pessoa vitima da falsidade fria de pessoas traiçoeiras.
Tenho o direito de pensar e falar o que bem entendo, assim como uma mãe tem o direito de defender a cria que pariu, em que pese eu não ache humano, tampouco justo, querer apontar falhas dos outros quando o filho, nada mais foi com eles, do que uma tremenda fraude.
Defender a cria, sim, mas querer acusar o outro que, única e tão somente, cometeu o erro de dar credibilidade demais à palavra de quem só usou e abusou da confiança que ganhou não é correto, não é natural, não é justo e nem aceitável, aliás, justifica bem o fato do filho ser incapaz de sentir-se, realmente, culpado por enganar aos outros.
Afinal, tão possível quanto eu ter um filho mentiroso e sem caráter, é os parentes amados da mulher, de filhos a netos, serem vitimadas por criaturas que abusam da sua boa fé, do amor e da confiança que ganharam deles. Tudo é possível nesta vida, mas com certeza sofre mais a vitima do psicopata do que a mãe, pois como dito, mães são só amor e compreensão, as vitimas amargam tristeza e, porque não dizer, raiva misturada com decepção.
E raiva por confiar demais em quem mentiu que era honesto, que era confiável, sincero, em quem fez de conta que era decente, que tinha caráter, hombridade e vergonha na cara, dói. A decepção da vitima de uma fraude é muito mais aguda e com reflexos mais severos do que a decepção por ser a mãe do estelionatário afetivo.
Todavia, parece que essas mães se acham imunes ao sofrimento da decepção com alguém como seus filhos e acham que quem amam também será imune a tal sofrimento, a tal ilusão, a amar cegamente e acreditar em tudo o que o outro diz. Ocorre que ninguém é imune a isso. Quem viver, verá.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 25 de junho de 2014.

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