Ilógica
A tal da
“lógica” é traiçoeira, mas a gente precisa dela. Sei lá, você conhece alguém, a
pessoa é filha de gente honesta, tem uma família maravilhosa, excelente
profissão, mas, de repente, você descobre coisas ilógicas a seu respeito,
desonestidade, mentiras, problemas escusos.
Da mesma forma,
você percebe que essa mesma pessoa desconfia da lógica. Age de forma errada na
crença de que não será descoberto, por exemplo. Você se enganou porque achou
“lógico” que o individuo era gente boa por ter pais decentes, ele engana porque
não acha “lógico” que a verdade virá à tona.
Acontece que é
preciso aprender que psicopatas podem ter pai e mãe decentes, mentirosos podem
ser filhos de gente sincera e honesta. A “lógica” é que o fruto não caia longe
do pé, ocorre que ele pode cair.
Normalmente
esses psicopatas do cotidiano, quando provenientes de um meio de pessoas
corretas, sabe muito bem o que é certo, o que é errado, o que é justo, o que é
decente, o que é sincero e honesto, porém eles são humanamente incapazes de agir
corretamente.
Diante de tal
incapacidade, enfim acabam por enredar quem eles têm como interessantes,
justamente por serem pessoas idôneas, ao contrário deles mesmos, com mentiras
homéricas de forma que se mostram igualmente incapazes de ser sinceros, porque,
no fundo sabem que, se mostrarem a face por debaixo da máscara, nenhuma pessoa
decente lhes dará atenção ou credibilidade. E assim eles usam o diploma, a
roupa e principalmente a lábia para enganar as pessoas, afinal, a falsidade e a
ausência de caráter deste tipo de pessoas é tanta que chamá-las de
"gente" é atribuir-lhes um elogio imerecido.
Pode ser triste
ser vitima desses seres humanos cuja indecência e falta de escrúpulos contraria
a lógica do seu meio, da sua classe social, do seu grau de estudo, todavia,
creio que ser uma pessoa que precisa construir uma imagem de um ser totalmente
diferente do que ele é para conquistar a confiança dos outros deva ser pior.
Todavia, por
lhes ser impossível agir de forma correta, eles superam essa sensação ruim ou,
ao menos estranha, de ter que viver com uma máscara e tornam a repetir seus
atos corriqueiros: enganar todos os que lhe dão confiança. Começam com os pais
e partem para chefes, namoradas, amigos, comerciantes, ainda que para tanto se
valham da credibilidade da família ou de algum coitado idôneo que confiou
neles.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 21
de junho de 2014.
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