Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal 2010.

Natal 2010

Noite de natal, duas espumantes, algum diálogo e discordâncias familiares saudáveis. Tudo promete, mas nem tudo acontece, resta-me a paz, uma taça a mais, um doce para dar um “up” na glicose e outra dose forte e menos adocicada de reflexão.
A vida não é e nem será do jeito que quero, mas, sobretudo, além de ter constatado que me doei demais nesta vida, eu revivi um fato: Por mais que eu me entregue e ame demais, acima de tudo estou eu e minha auto-estima, minha valorização própria, meus sonhos e metas que ninguém pode mudar, mas que quem me ama pode- e deve- respeitar. Quem ama liberta e confia, isto é um fato inolvidável.
E assim estou eu, sozinha, um pouco tonta, com a boca doce de brigadeiros para amenizar o mini porre, assim sou eu sozinha, sem ninguém a me iludir, sem ninguém para pensar no amanha enquanto olvida do hoje, sem ninguém que diz que me ama e que espera meu servilismo maternal. Assim estou no Natal 2010: Sem ninguém dizendo que me ama, sem ninguém, quiçá, me amando realmente, mas sem ninguém colocando minha paciência e auto-estima a prova, somos apenas eu, meu gato, minha cama, minha espumante, minha barriga farta após a ceia familiar, minha esperança e Deus a iluminar os meus sonhos. Isso me basta, sem ilusões.
Nada é ruim quando entendemos o porquê mudamos, o porquê revolucionamos nossa vida aparentemente perfeita. Sempre houve e sempre vai existir um porque por trás de todos os nossos atos, nem todos podem ser entendidos, mas quem sequer se dedica a isso merece nada mais que nosso desdém.
E assim sigo minha vida sozinha, mas muito bem acompanhada pela minha fé na vida e esperança no amor, no ser humano e no amanha, porque, com certeza dias e natais melhores virão, depende de mim, apenas de mim. Porque se existe algo cristão que todo homem deve atentar nesta época de término de ano é que tudo de ruim ou de bom que nos acontece não ocorre em vão.
Não somos vítimas de nada: Para cada ato errado haverá uma expiação, para cada ato nobre uma recompensa divina, aliás, no quesito “atos” o Divino só entra em cena ai: Ele olha o nosso agir e dá nossa recompensa de acordo com nosso mérito ou demérito. Ninguém é inocente sob os olhos de Deus, não quando fala, pensa e abre os olhos, ou seja, ninguém, nunca.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 25 de dezembro de 2010.

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