Preciso de silêncio.
Eu preciso de um pouco de silêncio. Não quero ter que responder a pergunta alguma, não quero dar parecer verbal sobre nada, não quero que me peçam ajuda. Não quero ajudar ninguém, não agora. Quem eu queria, não consegui, Deus me levou antes de eu conhecer.
Perdi meu irmãozinho recém nascido na terça-feira, e isso mexeu demais comigo. Eu não sou fraca, mas diante da vida e de desígnios que desconheço me sinto um pequeno nada no mundo. Mas, para algumas pessoas eu tenho certa importância. E elas insistem em me requisitar demais num momento em que minha alma precisa de folga.
O cansaço do corpo não é nada se comparado ao do coração, da alma, da mente. Eu queria poder ficar só por alguns instantes, ou, ao menos, com quem consiga me deixar em silêncio um pouco, com quem possa me dar mais atenção do que receber. E que esta atenção seja mais carinhosa do que agitada, explicita, falante.
Não sou o tipo de pessoa que possui muitas necessidades, que requer muitas coisas. Metade do amor que preciso eu mesma me dou, mas a outra metade é sempre saudável, assim como respeito, consideração e carinho. Um pouco de silêncio quando a alma esta cansada é sempre bom, assim como um afago. Cobranças, exigências e solicitações em demasia, num momento delicado, apenas machucam, doem, cansam e extenuam. Ainda mais.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 11 de dezembro de 2010.
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