Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 25 de dezembro de 2010

Trade-off afetivo

Trade-off afetivo.

Não existe trade-off apenas nas situações de gestão econômica, eles fazem parte, em dado momento, de nossa vida afetiva e equacionam à ela mais confusões do que nas tarefas dos economistas.
Trade-off expressa situações de conflito de escolhas em uma resolução de problema na econômica em que a sua resolução acarreta outro, ou seja, requer uma escolha. Obrigando o individuo a escolher entre uma e outra, afinal nenhuma das duas é perfeita e inquestionável, do contrário o trade-off não implicaria em um problema a ser solucionado.
Em nossa vida afetiva os trade-off são marcos doloridos, em especial porque o ser humano tende ao comodismo, tende a justificar sua acomodação com mil “tudos” verbais que, na verdade, não significam nada. Da mesma forma, românticos acreditamos que o amor é tudo, que ele supera e resolve tudo.
A vida a dois exige entrega de coração, de corpo, de alma, mas sem cobranças, sem exigências, sem dependência entre os parceiros. A partir do momento em que um tenta se apropriar da liberdade e dos sonhos do outro nada pode fluir, mas então surgem elas, as famosas, silenciosas e profundas promessas de mudança, aquelas que balançam os corações inocentes e desprevenidos, piorando a equação acarretada pelo trade-off.
Sou experiente em confiar em mudanças, sou uma das pessoas com maior fé no amor e no bem que Deus colocou na terra, e por isso estou um pouco cansada de palavras. Aos 28 anos, quase 29, eu quero atos, quero liberdade de mãos dadas, quero buscar meus sonhos sem que ninguém os critique, quero quem não se sinta inferior a mim e nem tente me fazer sentir menor, e, principalmente.
Quero um amor que nunca, mas nunca precise fazer promessas de mudanças para mim porque elas são tão injustas para quem as faz como para quem as ouve: Algumas diferenças são insuperáveis porque ninguém muda a própria essência, aquilo que aprendeu no convívio familiar, é injusto prometer algo que vai de encontro com seu próprio instinto, e é injusto com quem ouve porque, se ele ousar acreditar, estará se enganando de forma cruel e desnecessária.
No trade-off do descontentamento e da experiência afetiva, no caso de cansaço, de já terem se ouvido promessas o melhor é optar pela solidão, pela batalha pessoal pelos sonhos que se tem na vida, porque podemos amar muito alguém, no trade-off entre manter o amor em detrimento de nossa tranqüilidade e sonhos, a opção deve ser nós mesmos, porque este é e sempre será nosso primeiro e eterno amor.

Wonderland, 25 de dezembro de 2010.


Cláudia de Marchi

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