Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Devemos

Esta é antiga, escrita em 2004:


Devemos

Devemos aprender que as pessoas são diferentes uma da outras e que, por mais virtudes e defeitos que possuam em comum, é o conjunto deles e da vivencia particular de cada uma que sua personalidade se forma, logo ninguém terá um conjunto igual. O valioso respeito consiste em aceitar as diferenças com mansuetude.
Devemos aprender que o trabalho não apenas enobrece o homem e possibilita-lhe a aferição de dinheiro para seu sustento, mas é um remédio contra os maus pensamentos que o silêncio da inércia pode trazer.
Devemos aprender que ter metas e objetivos na vida é um dos segredos para fortificar nossa auto-estima, para que sejamos felizes, pois quem não sabe o que quer não vê o que encontra, e quem não "vê" o que encontra perde suas valiosas conquistas, perde diamantes quando os coloca fora confundindo-os com vidro.
Devemos saber que "aproveitar a vida" pode ser interpretado de formas diversas, pois o que, para um, significa aproveitar o tempo, para outro equivale a desperdiçá-lo, afinal cada pessoa possui seus valores e ética particulares na forma de conduzir sua vida, na forma de trabalhar, na forma de amar, na forma de usufruir o lazer, enfim na forma de construir os pequenos e os grandes pilares de sua existência que, se forem frágeis, o decurso do tempo mostrará, pois muitos "aproveitam" seu tempo como se o amanhã não existisse, e outros vivem como se tivessem todo o tempo do mundo para agir, como se fossem eternos.
Devemos crer que amigos fiéis e sinceros são aqueles que estão ao nosso lado quando estamos passando por períodos difíceis ou quando estamos no ápice de nossa vida, enquanto eles estão em posição menos privilegiada, quer seja no aspecto financeiro, profissional, psíquico ou afetivo. A amizade verdadeira suporta o brilho do outro, sua alegria e sorriso mesmo quando se esta com o coração triste, se sentindo fracassado: o relacionamento entre amigos verdadeiros desconhece a inveja.
Devemos estar cientes de que a tal inveja é um sentimento dos pobres de espírito, daqueles que não querem que o outro possua o brilho que possui, daquelas pessoas inseguras e infelizes que temem o sucesso alheio e que, com tal receio, se sentem em posição inferior.
Devemos saber que ciúme não significa amor, mas insegurança e medo. Tal sentimento existe independente do amor na mente de pessoas possessivas, porém quem ama e zela pelo ser amado, quase sempre possuirá um pouco de ciúme, afinal, quem encontrou o que deseja não quer perder, todavia a autoconfiança e a confiança na reciprocidade de sentimentos devem imperar sempre.
Devemos aprender a explicitar nossos sentimentos, pois a vida é como um rio: a água não pára de correr, trazendo possibilidades, oportunidades e levando outras. Se ficarmos inertes o rumo pode mudar e a oportunidade de pescarmos nosso alimento ser perdida; portanto devemos lançar o anzol antes que o trajeto do rio mude ou ele transborde e nos coloque em risco de afogamento.
Devemos aprender que desde o momento em que choramos ao nascer, até o momento em que nossos olhos serão fechados para sempre temos oportunidade de crescer: o sentimento mais nobre que podemos ter consiste na humildade de saber que todo aprendizado é grande, mas nunca será o suficiente para sabermos tudo, e que, se um dia exprimirmos a afirmativa de que “somos completos e sobre tudo sabemos” estamos afirmando, nas entrelinhas e sem perceber, que nada sabemos, pois quem é grandioso de alma e sábio, sabe que nunca terá aprendido tudo.
Sabe que é forte e que pode superar as barreiras da vida, que aprendeu muito, mas que o “muito” jamais será tudo, e o “tudo” é humanamente impossível de ser conquistado, sendo assim, finalmente, devemos aprender que é bom ser humano, é bom sentir, é bom se apaixonar, é bom ter instintos, é bom amar, é bom lutar, é bom aprender com a derrota, é bom sorrir com a vitória, é bom viver e saber que a perfeição nos é inatingível, mas a possibilidade de aprendermos e evoluirmos é constante, logo todo individuo tem algo para ensinar e muito para aprender.

Cláudia de Marchi

25/04/2004

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