Vingança?
A vingança, filha única da ira e do orgulho, não faz mal apenas ao vingado: quem ingere o veneno é a pessoa vingativa, que, com um beijo traiçoeiro tenta contaminar quem lhe fez mal, mas não consegue, não sem morrer junto. A revolta não leva a lugar algum, ao menos a nenhum lugar pacifico e tranqüilo, a nenhum lugar que você queira ir, certamente.
Eu não vou apregoar perfeição. Sei de um filósofo, um profeta antecessor de todos os psicólogos e mestres do mundo que fazia isso com maestria: o nome dele é Jesus, embora seja meu mestre, eu não sou Ele. Então não vou falar em retribuir o mal com o bem, nem em oferecer a outra face ao seu agressor.
Falo, simples e modestamente, em não retribuir o tapa, porque a cada agressão respondida com agressão, seja física ou verbal, os ferimentos se avolumam, ambos se machucam em demasia: o agressor e o, outrora “agredido” se confundem, ao final da briga, na dor de sua vileza e estupidez.
Tente perdoar quem lhe fez mal, tente relevar, ou, se não conseguir, se afaste. A distância é sempre um elixir para quem exercita o perdão. Se “o que não é visto não é lembrado”, afirmo que o que não é visto é mais facilmente perdoado, porque esquecido. O esquecimento e o perdão andam juntos na maior parte do tempo neste mundo de provações e purgações, imperfeito, portanto.
Não crie um ciclo iracundo, saia da ação e reação na mesma ou semelhante proporção. Se você for machucar sempre que for ferido estará agindo como seu algoz, a ele se equiparando e, lamentavelmente, essa situação só se encerra quando um dos dois (ou ambos) cair, entregue, exausto, ferido, quase ou totalmente destruído.
Não vale a pena se vingar. Não existem “Condes de Monte Cristo” neste mundo, em nosso dia a dia. O ódio gera ódio, a raiva gera raiva, a agressividade gera agressividade e o ciclo só se encerra com a sensatez de quem ignora o ódio, a raiva e a agressividade, recolhe suas coisas e segue sua vida longe de quem lhe despertou tais sentimentos. Pronto: final da história, não é cinematográfica ou “novelesca”, mas é real, é a sua vida e não vale à pena arriscar-se, porque nela não há ensaios e nem aquele “final feliz” garantido pelo “script”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 07 de julho de 2011.
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